Frases e palavras de impacto de Machado de Assis!

A perfeição no amor consiste no sacrifício dos desejos do amante que deseja somente agradar à pessoa amada.

Por Machado de Assis

Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.

Por Machado de Assis

É muito melhor cair das nuvens que de um terceiro andar!

Por Machado de Assis

Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva!

Por Machado de Assis

A fidelidade aos amigos era antes resultado do costume que da consistência dos afetos.

Por Machado de Assis

Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.

Por Machado de Assis

Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada.

Por Machado de Assis

Acrescia o abatimento que era impossível evitar no meio de tanta fadiga, certo cansaço dos olhos, que os fazia moles e talvez mais adoráveis, um rosto sem riso nem vivera, um silêncio atento e laborioso.

Por Machado de Assis

Relíquia íntima Ilustríssimo, caro e velho amigo, Saberás que, por um motivo urgente, Na quinta-feira, nove do corrente, Preciso muito de falar contigo. E aproveitando o portador te digo, Que nessa ocasião terás presente, A esperada gravura de patente Em que o Dante regressa do Inimigo. Manda-me pois dizer pelo bombeiro Se às três e meia te acharás postado Junto à porta do Garnier livreiro: Senão, escolhe outro lugar azado; Mas dá logo a resposta ao mensageiro, E continua a crer no teu Machado.

Por Machado de Assis

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dane; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitou, mas então com as mãos, e disse-lhe, – para dizer alguma cousa, – que era capaz de os pentear, se quisesse.

Por Machado de Assis

A abolição é a aurora da liberdade; esperemos o sol; emancipado o preto, resta emancipar o branco.

Por Machado de Assis

Uma criatura Sei de uma criatura antiga e formidável, Que a si mesma devora os membros e as entranhas, Com a sofreguidão da fome insaciável. Habita juntamente os vales e as montanhas; E no mar, que se rasga, à maneira do abismo, Espreguiça-se toda em convulsões estranhas. Traz impresso na fronte o obscuro despotismo; Cada olhar que despede, acerbo e mavioso, Parece uma expansão de amor e egoísmo. Friamente contempla o desespero e o gozo, Gosta do colibri, como gosta do verme, E cinge ao coração o belo e o monstruoso. Para ela o chacal é, como a rola, inerme; E caminha na terra imperturbável, como Pelo vasto arealum vasto paquiderme. Na árvore que rebenta o seu primeiro gomo Vem a folha, que lento e lento se desdobra, Depois a flor, depois o suspirado pomo. Pois essa criatura está em toda a obra: Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto, E é nesse destruir que as suas forças dobra. Ama de igual amor o poluto e o impoluto; Começa e recomeça uma perpétua lida, E sorrindo obedece ao divino estatuto. Tu dirás que é a Morte; eu direi que é a Vida.

Por Machado de Assis

Compreende que este turbilhão é assim mesmo, leva as folhas do mato e os farrapos do caminho, sem exceção nem piedade.

Por Machado de Assis

Matamos o tempo, o tempo nos enterra.

Por Machado de Assis

Data daí a opinião particular que tenho do canapé. Ele faz aliar a intimidade e o decoro, e mostra a casa toda sem sair da sala. Dois homens sentados nele podem debater o destino de um império, e duas mulheres a graça de um vestido; mas, um homem e uma mulher só por aberração das leis naturais dirão outra coisa que não seja de si mesmos.

Por Machado de Assis

Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.

Por Machado de Assis

Depois, querida, ganharemos o mundo!

Por Machado de Assis

O coração, meio desenganado, agitou-se outra vez.

Por Machado de Assis

Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio.

Por Machado de Assis

O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.

Por Machado de Assis

Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer.

Por Machado de Assis

Teoria do Humanitismo (Quincas Borba) Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. (...) Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Por Machado de Assis

Suporta-se com paciência a cólica do próximo.

Por Machado de Assis

Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: - decifra-me ou devoro-te.

Por Machado de Assis

Então, se é digna de si mesma, não teima em espertar a lembrança morta ou expirante; não busca no olhar de hoje a mesma saudação do olhar de ontem, quando eram outros os que encetavam a marcha da vida, de alma alegre e pé veloz.

Por Machado de Assis

Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva. [...] Entretanto, se eu me ativer só à lembrança da sensação, não fico longe da verdade. [...] Realmente, por mais preparado que estivesse, padeci muito. [...] Sofria com alma e coração; demais.

Por Machado de Assis

O cristianismo é bom para as mulheres e os mendigos.

Por Machado de Assis

Convém que os homens afirmem o que não sabem, e, por ofício, o contrário do que sabem; assim se forma esta outra incurável, a Esperança.

Por Machado de Assis

A notícia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater de coração, tão violento, que ainda agora cuido ouvi-lo.

Por Machado de Assis

Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona – um triste molambo de mulher, – chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela. – É minha, sim, meu senhor; é tudo o que eu possuía, neste mundo. – Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto?

Por Machado de Assis

Quinze anos! é a idade das primeiras palpitações, a idade dos sonhos, a idade das ilusões amorosas, a idade de Julieta; é a flor, é a vida, e a esperança, o céu azul, o campo verde, o lago tranquilo, a aurora que rompe, a calhandra que canta, Romeu que desce a escada de seda, o último beijo que as brisas da manhã ouvem e levam, como um eco, ao céu.

Por Machado de Assis

Tudo é aliado do homem que sabe querer.

Por Machado de Assis

Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade.

Por Machado de Assis

Era difícil alcançar a desistência de corações que o amavam.

Por Machado de Assis

O arvoredo dos morros fronteiros estava coberto de flores-da-quaresma, com suas pétalas roxas e tristemente belas.

Por Machado de Assis

Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa... Uma ninfa!

Por Machado de Assis

Eis aqui um que não fará grande carreira no mundo, por menos que as emoções o dominem...

Por Machado de Assis

Saiba pois que sou muito senhora da minha vontade, mas pouco amiga de a exprimir; quero que me adivinhem e obedeçam; sou também um pouco altiva, às vezes caprichosa, e por cima de tudo isto tenho um coração exigente. Veja se é possível encontrar tanto defeito junto.

Por Machado de Assis

O coração humano é a região do inesperado.

Por Machado de Assis

A primeira glória é a reparação dos erros. (Ressurreição, 1872) As ocasiões fazem as revoluções. (Esaú e Jacó, 1904) Não se perde nada em parecer mau; ganha-se tanto como em sê-lo. (Memorial de Aires, 1908) Também a dor tem suas hipocrisias. (Helena, 1876) O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se; basta a simples reflexão. (Helena, 1876) Dormir é um modo interino de morrer. (Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881) O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto. (Esaú e Jacó, 1904) Matamos o tempo - o tempo nos enterra. (Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881) Amor repelido é amor multiplicado. (Miss Dollar, 1869) De todas as coisas humanas, a única que tem o seu fim em si mesma é a arte. (A Semana. In: Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 29 set. 1895) O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. (Dom Casmurro, 1899) Não se ama duas vezes a mesma mulher. (Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881) A vaidade é um princípio de corrupção. (Dom Casmurro, 1899) Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular. (Memorial de Aires, 1908) Suporta-se com paciência a cólica dos outros. (Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881) A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza. (Iaiá Garcia, 1878)

Por Machado de Assis

Um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde.

Por Machado de Assis

O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.

Por Machado de Assis

Mudaria o Natal ou mudei eu?

Por Machado de Assis

A vida é boa.

Por Machado de Assis

Será mesmo digna em todas as manhãs esta estranha sensação de estar-se perdendo a cada noite de sono?

Por Machado de Assis

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

Por Machado de Assis

Suporta-se com muita paciência a dor no fígado alheio.

Por Machado de Assis

Ruínas (...) Risos não tem, e em seu magoado gesto Transluz não sei que dor oculta aos olhos; — Dor que à face não vem, — medrosa e casta, Íntima e funda; — e dos cerrados cílios Se uma discreta muda Lágrima cai, não murcha a flor do rosto; Melancolia tácita e serena, Que os ecos não acorda em seus queixumes, Respira aquele rosto. A mão lhe estende O abatido poeta. Ei-los percorrem Com tardo passo os relembrados sítios, Ermos depois que a mão da fria morte Tantas almas colhera. Desmaiavam, nos serros do poente, As rosas do crepúsculo. “Quem és? pergunta o vate; o sol que foge No teu lânguido olhar um raio deixa; — Raio quebrado e frio; — o vento agita Tímido e frouxo as tuas longas tranças. Conhecem-te estas pedras; das ruínas Alma errante pareces condenada A contemplar teus insepultos ossos. Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo Sinto não sei que vaga e amortecida Lembrança de teu rosto.” Desceu de todo a noite, Pelo espaço arrastando o manto escuro Que a loura Vésper nos seus ombros castos, Como um diamante, prende. Longas horas Silenciosas correram. No outro dia, Quando as vermelhas rosas do oriente Ao já próximo sol a estrada ornavam Das ruínas saíam lentamente Duas pálidas sombras: O poeta e a saudade.

Por Machado de Assis

A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração.

Por Machado de Assis

As pessoas valem o que vale a afeição da gente, e é daí que mestre Povo tirou aquele adágio que quem o feio ama bonito lhe parece.

Por Machado de Assis

A melhor definição de amor não vale um beijo de moça namorada.

Por Machado de Assis

Há coisas que melhor se dizem calando.

Por Machado de Assis

Naturalmente era gosto do tempo meter sabor clássico a figuras antigas.

Por Machado de Assis

A CAROLINA Querida, ao pé do leito derradeiro Em que descansas dessa longa vida, Aqui venho e virei, pobre querida, Trazer-te o coração do companheiro. Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro Que, a despeito de toda a humana lida, Fez a nossa existência apetecida E num recanto pôs um mundo inteiro. Trago-te flores, - restos arrancados Da terra que nos viu passar unidos E ora mortos nos deixa e separados. Que eu, se tenho nos olhos malferidos Pensamentos de vida formulados, São pensamentos idos e vividos.

Por Machado de Assis

Eu amava Capitu! Capitu amava-me! [...] Esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação da consciência a si própria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe fosse comparável qualquer outra sensação da mesma espécie. Naturalmente por ser minha. Naturalmente também por ser a primeira.

Por Machado de Assis

– Se eu soubera, dizia Soares, que no fim de tão pouco tempo a senhora me faria beber fel e vinagre, não teria prosseguido em uma paixão que foi o meu castigo. Fernanda, muda e distraída, mirava-se de quando em quando em um psyché, corrigindo o penteado ou simplesmente admirando a esquivança desarrazoada de Fernando. Soares insistia no mesmo tom meio sentimental. Afinal, Fernanda respondia desabridamente, exprobrando-lhe o insulto que fazia à sinceridade dos seus protestos. – Mas esses protestos, disse Soares, é que eu não ouço; é exatamente o que eu peço; jure que eu estou em erro e fico contente. Há uma hora que lho digo. – Pois sim... – O quê? – Está em erro. – Fernanda, juras-me isso? – Juro, sim...

Por Machado de Assis

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

Por Machado de Assis

O destino, que conhece o desfecho de cada drama, sorri dos nossos cálculos, e choraria, se pudesse chorar; das previsões humanas.

Por Machado de Assis

A ingratidão é um direito do qual não se deve fazer uso.

Por Machado de Assis

Pois deixe que a convivência faça falar o coração.

Por Machado de Assis

Não se deliberam sentimentos; ama-se ou aborrece-se, conforme o coração quer.

Por Machado de Assis

Quando dois corações se querem entender, ainda que falem hebraico, descobrem-se logo um ao outro.

Por Machado de Assis

Mas a tristeza é necessária à vida...

Por Machado de Assis

Não desfolha mais tristemente as primeiras saudades.

Por Machado de Assis

Não é mau este costume de escrever o que se pensa e o que se vê, e dizer isso mesmo quando não se vê nem pensa nada.

Por Machado de Assis

A higiene é filha de podridões seculares.

Por Machado de Assis

Gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou.

Por Machado de Assis

Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução.

Por Machado de Assis

Importuna coisa é a felicidade alheia quando somos vítima de algum infortúnio!

Por Machado de Assis

O interno não aguenta tinta.

Por Machado de Assis

Há uma grandeza, há uma glória, há uma intrepidez em ser simplesmente bom, sem aparato, nem interesse, nem cálculo; e sobretudo sem arrependimento.

Por Machado de Assis

A falta de afeição é que traz a injustiça.

Por Machado de Assis

Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Por Machado de Assis

Pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói.

Por Machado de Assis

A vida é uma ópera, e uma grande ópera. (...) Deus é o poeta; a música é de Satanás. (...) O êxito é crescente. Poeta e músico recebem pontualmente os seus direitos autorais, que não são os mesmos.

Por Machado de Assis

Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens, ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e a adversidade...

Por Machado de Assis

O vício é muitas vezes o estrume da virtude.

Por Machado de Assis

Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.

Por Machado de Assis

O amor é uma carta, mais ou menos longa, escrita em papel velino, corte-dourado, muito cheiroso e catita; carta de parabéns quando se lê, carta de pêsames quando se acabou de ler. Tu que chegaste ao fim, põe a epístola no fundo da gaveta, e não te lembres de ir ver se ela tem um post scriptum...

Por Machado de Assis

Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.

Por Machado de Assis

Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham.

Por Machado de Assis

Não há amor possível sem a oportunidade dos sujeitos.

Por Machado de Assis

A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa.

Por Machado de Assis

A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza.

Por Machado de Assis

Dormir é um modo interino de morrer.

Por Machado de Assis

A emoção era doce e nova, mas a causa dela fugia-me, sem que eu a buscasse, nem suspeitasse.

Por Machado de Assis

O ciúme satisfez-se, mas o vingado estava louco.

Por Machado de Assis

Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.

Por Machado de Assis

Umas coisas nascem de outras, enroscam-se, desatam-se, confundem-se, perdem-se, e o tempo vai andando sem se perder de si...

Por Machado de Assis

Para demonstrar o erro era preciso alguma coisa mais do que arruaças e clamores.

Por Machado de Assis

O Mestre deve ser meio sério para dar autoridade à lição e meio risonho para obter o perdão da correção.

Por Machado de Assis

O destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.

Por Machado de Assis

Não sei se me explico bem, nem é preciso dizer melhor para o fogo a que lançarei um dia estas folhas de solitário.

Por Machado de Assis

Eu sinto a nostalgia da imoralidade.

Por Machado de Assis

Sonharás uns amores de romance, quase impossíveis? Digo-lhe que faz mal, que é melhor contentar-se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.

Por Machado de Assis

O tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo.

Por Machado de Assis

Nesse ramo dos conhecimentos humanos tudo está achado, formulado, rotulado, encaixotado; é só prover os alforjes da memória. (...) Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade...

Por Machado de Assis

Capítulo VIII Razão contra Sandice Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava à casa, e convidava a Sandice a sair, clamando, e com melhor jus, as palavras de Tartufo: La maison est à moi, c´est à vous d'en sortir. Mas é sestro antigo da Sandice criar amor às casas alheias, de modo que, apenas senhora de uma, dificilmente lha farão despejar. É sestro; não se tira daí; há muito que lhe calejou a vergonha. Agora, se advertirmos no imenso número de casas que ocupa, umas de vez, outras durante as suas estações calmosas, concluiremos que esta amável peregrina é o terror dos proprietários. No nosso caso, houve quase um distúrbio à porta do meu cérebro, porque a adventícia não queria entregar a casa, e a dona não cedia da intenção de tomar o que era seu. Afinal, já a Sandice se contentava com um cantinho no sótão. – Não, senhora, replicou a Razão, estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada, o que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao resto. – Está bem, deixe-me ficar algum tempo mais, estou na pista de um mistério... – Que mistério? – De dois, emendou a Sandice; o da vida e o da morte; peço-lhe só uns dez minutos. A Razão pôs-se a rir. – Hás de ser sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... E dizendo isto, travou-lhe dos pulsos e arrastou-a para fora; depois entrou e fechou-se. A Sandice ainda gemeu algumas súplicas, grunhiu algumas zangas; mas desenganou-se depressa, deitou a língua de fora, em ar de surriada, e foi andando...

Por Machado de Assis

O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio.

Por Machado de Assis

Que erro será esse? E que necessidade tinha ele de vir lançar-me este enigma no coração?

Por Machado de Assis

A uma senhora que me pediu versos Pensa em ti mesma, acharás Melhor poesia, Viveza, graça, alegria, Doçura e paz. Se já dei flores um dia, Quando rapaz, As que ora dou têm assaz Melancolia. Uma só das horas tuas Vale um mês Das almas já ressequidas. Os sóis e as luas Creio bem que Deus os fez Para outras vidas.

Por Machado de Assis

Ce ne sont pas mes gestes que j'ecris, c'est moi, c'est mon essence. Ora, há só um modo de escrever a própria essência, é contá-la toda, o bem e o mal.

Por Machado de Assis

E melhor é naturalmente cedo do que artificialmente tarde.

Por Machado de Assis

Ninguém tachou de má a caixa de Pandora por lhe ter ficado a esperança no fundo. Em algum lugar há de ela ficar.

Por Machado de Assis

Se eu lembrasse de deixar a vida por aborrecimento ou capricho, seria você acusado de me haver propinado o veneno?

Por Machado de Assis

Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular.

Por Machado de Assis

O dinheiro não traz felicidade para quem não sabe como usá-lo.

Por Machado de Assis

As mulheres que são apenas mulheres, choram, arrufam-se ou resignam-se; as que têm alguma coisa mais do que a debilidade feminina, lutam ou recolhem-se à dignidade do silêncio.

Por Machado de Assis

Uma lágrima brotou-lhe dos olhos, quente de todo o calor de uma alma apaixonada e sensível; brotou, deslizou-se e foi cair no papel.

Por Machado de Assis

A melhor definição do amor não vale um beijo.

Por Machado de Assis

Um Apólogo Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: – Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? – Deixe-me, senhora. – Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. – Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. – Mas você é orgulhosa. – Decerto que sou. – Mas por quê? – É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? – Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? – Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... – Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando... – Também os batedores vão adiante do imperador. – Você é imperador? – Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana – para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: – Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: – Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: – Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: – Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Por Machado de Assis

O tempo é pouco para o muito que espero...

Por Machado de Assis

A imagem de Capitu ia comigo, e a minha imaginação, assim como lhe atribuíra lágrimas, há pouco, assim lhe encheu a boca de riso agora: vi-a escrever no muro, falar-me, andar à volta, com os braços no ar; ouvi distintamente o meu nome, de uma doçura que me embriagou.

Por Machado de Assis

Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfico. A realidade pura é que eu almocei, como nos demais dias...

Por Machado de Assis

A fidelidade à moda custava-lhe um pouco, quando esta não ia a passo com a impaciência.

Por Machado de Assis

Suponho que nunca teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem.

Por Machado de Assis

Há em cada adolescente um mundo encoberto, um almirante e um sol de outubro.

Por Machado de Assis

Muitas coisas melhor se diz calado, pois o silêncio não tem fisionomia, mas as palavras sim têm muitas faces.

Por Machado de Assis

Amor de mãe é a mais elevada forma de altruísmo.

Por Machado de Assis

É melhor, muito melhor, contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.

Por Machado de Assis

A gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele de quem o faz.

Por Machado de Assis

Livros e flores Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor?

Por Machado de Assis

Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens que de um terceiro andar.

Por Machado de Assis

Amor repelido é amor multiplicado.

Por Machado de Assis

Dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem. Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação.

Por Machado de Assis

Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.

Por Machado de Assis

A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.

Por Machado de Assis

A ocasião faz o roubo, o ladrão já nasce pronto.

Por Machado de Assis

No dia em que a Universidade me atestou, em pergaminho, uma ciência que eu estava longe de trazer arraigada no cérebro, confesso que me achei de algum modo logrado, ainda que orgulhoso.

Por Machado de Assis

Felizes os cães, que pelo faro dão com os amigos!

Por Machado de Assis

A alma da gente, como sabes, é uma casa assim disposta, não raro com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro.

Por Machado de Assis

Quando ela fala Quando ela fala, parece Que a voz da brisa se cala; Talvez um anjo emudece Quando ela fala. Meu coração dolorido As suas mágoas exala, E volta ao gozo perdido Quando ela fala. Pudesse eu eternamente, Ao lado dela, escutá-la, Ouvir sua alma inocente Quando ela fala. Minh'alma, já semimorta, Conseguira ao céu alçá-la Porque o céu abre uma porta Quando ela fala.

Por Machado de Assis

A vida, mormente nos velhos, é um ofício cansativo.

Por Machado de Assis

Os adjetivos passam, e os substantivos ficam.

Por Machado de Assis

Não há nada mais tenaz que um bom ódio.

Por Machado de Assis

Acomodar-se às circunstâncias do momento faz hábeis os homens e estimáveis as mulheres.

Por Machado de Assis

É regra velha, creio eu, ou fica sendo nova, que só se faz bem o que se faz com amor. Tem ar de velha, tão justa e vulgar parece.

Por Machado de Assis

Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto.

Por Machado de Assis

— Juro! Deixe ver os olhos, Capitu. Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas.

Por Machado de Assis

A primeira glória é a reparação dos erros.

Por Machado de Assis

Capitu falou novamente da nossa separação, como de um fato certo e definitivo, por mais que eu, receoso disso mesmo, buscasse agora razões para animá-la.

Por Machado de Assis

Já lá dizia o poeta que a verdade pode ser às vezes inverossímil.

Por Machado de Assis

Afinal de contas, pensava ele, aquele coração, tão volúvel e estouvado, não devia ser meu; a traição mais tarde seria mais funesta.

Por Machado de Assis

Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem.

Por Machado de Assis

Círculo Vicioso Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume: – "Quem me dera que fosse aquela loura estrela, Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!" Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme: – "Pudesse eu copiar o transparente lume, Que, da grega coluna á gótica janela, Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!" Mas a lua, fitando o sol, com azedume: – "Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal, que toda a luz resume!" Mas o sol, inclinando a rútila capela: – "Pesa-me esta brilhante auréola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela... Porque não nasci eu um simples vaga-lume?"

Por Machado de Assis

Se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.

Por Machado de Assis

A moral é uma, os pecados são diferentes.

Por Machado de Assis

Não tive filhos, não colaborei para a propagação da miséria humana.

Por Machado de Assis

A ideia é um direito, a mocidade outro; perturbá-los é quase um crime.

Por Machado de Assis

O tempo corre, e as nossas sensações com ele se modificam.

Por Machado de Assis

Esquecer é uma necessidade.

Por Machado de Assis

O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas crêem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa. Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal.

Por Machado de Assis

— Está explicado, ou adivinhado, pelo menos. Comparados os dous maridos, o melhor, o mais terno, o mais fiel, era justamente o de Marcelina; o de Luísa era apenas um bandoleiro agradável, às vezes seco. Mas, um e outro, ao passarem pelo espírito das mulheres, mudavam de todo. Luísa, pouco exigente, achava o Candinho um arcanjo; Marcelina, coração insaciável, não achava no marido a soma de ternura adequada à sua natureza... O subjetivo... o subjetivo...

Por Machado de Assis

O trabalho era atrapalhado, às vezes por minha falta de jeito, outras de propósito, para desfazer o feito e refazê-lo. (...) Mas os cabelos iam acabando por mais que eu os quisesse intermináveis. (...) Desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa.

Por Machado de Assis

O essencial não é fazer muita coisa no menor prazo; é fazer muita coisa aprazível ou útil.

Por Machado de Assis

O esperado nos mantém fortes, firmes e em pé. O inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços.

Por Machado de Assis

Quando me perguntava se sonhara com ela na véspera, e eu dizia que não, ouvia-lhe contar que sonhara comigo, e eram aventuras extraordinárias, que subíamos ao Corcovado pelo ar, que dançávamos na lua, ou então que os anjos vinham perguntar-nos pelos nome, a fim de os dar a outros anjos que acabavam de nascer. Em todos esses sonhos andávamos unidinhos. Os que eu tinha com ela não eram assim, apenas reproduziam a nossa familiaridade, e muita vez não passavam da simples repetição do dia. Alguma frase, algum gesto. Também eu os contava. Capitu um dia notou a diferença, dizendo que os dela eram mais bonitos que os meus, eu, depois de certa hesitação, disse-lhe que eram como a pessoa a pessoa que sonhava... Fez-se cor de pitanga

Por Machado de Assis

A amizade é como um círculo e como um círculo não tem começo nem fim.

Por Machado de Assis

Veja se há criatura mais deliciosa.

Por Machado de Assis

Não precisa correr tanto, o que tiver de ser seu às mãos lhe há de vir.

Por Machado de Assis

Titia, Gastei todo o dia a pensar na sua carta, sem saber se obedecesse ou não; mas, enfim, resolvi obedecer, não só porque a senhora é boa e gosta de mim, como porque preciso de desabafar. É verdade, titia, padeço muito, muito; não imagina. Meu marido é um friarrão, não me ama, parece até que lhe causo aborrecimento. Nos primeiros oito dias ainda as cousas foram bem: era a novidade do casamento. Mas logo depois comecei a sentir que ele não correspondia ao meu sonho de marido. Não era um homem terno, dedicado, firme, vivendo de mim e para mim. Ao contrário, parece outro, inteiramente outro, caprichoso, intolerante, gelado, pirracento, e não ficarei admirada se me disserem que ele ama a outra. Tudo é possível, por minha desgraça... É isto que queria ouvir? Pois aí tem. Digo-lhe em segredo; não conte a ninguém, e creia na sua desgraçada sobrinha do coração. Marcelina

Por Machado de Assis

Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.

Por Machado de Assis

Lágrimas não são argumentos.

Por Machado de Assis

Capitu temia a nossa separação, mas acabou aceitando este alvitre, que era o melhor.

Por Machado de Assis

Um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.

Por Machado de Assis

Os dois horizontes Dois horizontes fecham nossa vida: Um horizonte, – a saudade Do que não há de voltar; Outro horizonte, – a esperança Dos tempos que hão de chegar; No presente, – sempre escuro, – Vive a alma ambiciosa Na ilusão voluptuosa Do passado e do futuro. Os doces brincos da infância Sob as asas maternais, O vôo das andorinhas, A onda viva e os rosais; O gozo do amor, sonhado Num olhar profundo e ardente, Tal é na hora presente O horizonte do passado. Ou ambição de grandeza Que no espírito calou, Desejo de amor sincero Que o coração não gozou; Ou um viver calmo e puro À alma convalescente, Tal é na hora presente O horizonte do futuro. No breve correr dos dias Sob o azul do céu, – tais são Limites no mar da vida: Saudade ou aspiração; Ao nosso espírito ardente, Na avidez do bem sonhado, Nunca o presente é passado, Nunca o futuro é presente. Que cismas, homem? – Perdido No mar das recordações, Escuto um eco sentido Das passadas ilusões. Que buscas, homem? – Procuro, Através da imensidade, Ler a doce realidade Das ilusões do futuro. Dois horizontes fecham nossa vida.

Por Machado de Assis

Trata de saborear a vida; e fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas.

Por Machado de Assis

Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...

Por Machado de Assis

Creia em si, mas não duvide sempre dos outros.

Por Machado de Assis

Aos quinze anos, há até certa graça em ameaçar muito e não executar nada.

Por Machado de Assis

A vaidade é um princípio de corrupção.

Por Machado de Assis

Basta amar para escolher bem. Ao diabo que fosse era sempre boa escolha.

Por Machado de Assis

Imenso amor? Imenso amor, paixão violenta (...), acrescentando que talvez a definição já não coubesse bem ao atual sentimento da pessoa. Agora era uma adoração quieta e calada.

Por Machado de Assis

Tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro.

Por Machado de Assis

As pessoas valem o que vale a afeição da gente.

Por Machado de Assis

Só as grandes paixões são capazes de grandes ações.

Por Machado de Assis

É certo que receava perder Capitu, se lhe morressem as esperanças todas, mas doía-me vê-la padecer.

Por Machado de Assis

A donzela casta e sincera que supunha vir encontrar desaparecia para dar lugar a uma mulher de coração pérfido e vulgar espírito.

Por Machado de Assis

Ele fere e cura.

Por Machado de Assis

Capitu era também mais curiosa. As curiosidades de Capitu dão para um Capítulo. Eram de várias espécies, explicáveis e inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves, outras frívolas; gostava de saber tudo.

Por Machado de Assis

Por muito que se recuse deixa sempre algum gosto a paixão que a gente inspira.

Por Machado de Assis

Mas, se além do aroma, quiseres outra coisa, fica-te com o desejo, porque eu não guardei retratos, nem cartas, nem memórias; a mesma comoção esvaiu-se e só me ficaram as letras iniciais.

Por Machado de Assis

Trata de saborear a vida; e fica sabendo, que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.

Por Machado de Assis

Grande coisa é haver recebido do céu uma particula da sabedoria, o dom de achar as relações das coisas, a faculdade de as comparar e o talento de concluir!

Por Machado de Assis

Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.

Por Machado de Assis

Em Minas, não se aborrecia tanto, por quê? Não achou solução ao enigma, uma vez que o Rio de Janeiro tinha mais em que se distrair, e que o distraía deveras; mas havia aqui horas de um tédio mortal.

Por Machado de Assis

A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito.

Por Machado de Assis

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

Por Machado de Assis

No alto O poeta chegara ao alto da montanha, E quando ia a descer a vertente do oeste, Viu uma cousa estranha, Uma figura má. Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste, Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha, Num tom medroso e agreste Pergunta o que será. Como se perde no ar um som festivo e doce, Ou bem como se fosse Um pensamento vão, Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta. Para descer a encosta O outro lhe deu a mão.

Por Machado de Assis

- Meu senhor - respondeu-me um longo verme gordo - nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que roemos; nós roemos. (Dom Casmurro, pg. 36)

Por Machado de Assis

Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.

Por Machado de Assis

As nossas paixões não aceleram nem moderam o passo do tempo.

Por Machado de Assis

Bem diz o Eclesiastes: Algumas vezes tem o homem domínio sobre outro homem para desgraça sua. O melhor de tudo, acrescento eu, é possuir-se a gente a si mesmo.

Por Machado de Assis

Pois o silêncio não tem fisionomia, mas as palavras muitas faces...

Por Machado de Assis

Pergunta-me por que é que uma moça, casada de fresco, pode ter aborrecimentos? Quem lhe disse que eu tinha aborrecimentos? Escrevi que estava aborrecida, é verdade; mas então a gente não pode um momento ou outro deixar de estar alegre? É verdade que esses momentos meus são compridos, muito compridos. Agora mesmo, se lhe dissesse o que se passa em mim, ficaria admirada. Mas enfim Deus é grande...

Por Machado de Assis

A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.

Por Machado de Assis

Creiam-me, o menos mal é recordar; ninguém se fie da felicidade presente; há nela uma gota da baba de Caim.

Por Machado de Assis

Quem diria? De dois grandes namorados, de duas paixões sem freios, nada mais havia ali. (...) Havia apenas dois corações murchos, devastados pela vida e saciados dela, não sei em igual dose, mas enfim saciados.

Por Machado de Assis

Dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca.

Por Machado de Assis

Aos quinze anos, tudo é infinito.

Por Machado de Assis

De todas as coisas humanas, a única que tem o seu fim em si mesma é a arte.

Por Machado de Assis

Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios.

Por Machado de Assis

A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana.

Por Machado de Assis

Que importa o tempo? Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos.

Por Machado de Assis

Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.

Por Machado de Assis

Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação. Oh! a adulação!

Por Machado de Assis

Guarda estes versos que escrevi chorando, Como um alívio a minha saudade, Como um dever do meu amor; e quando Houver em ti um eco de saudade, Beija estes versos que escrevi chorando.

Por Machado de Assis

Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.

Por Machado de Assis

O amor é o rei dos moços e o tirano dos velhos.

Por Machado de Assis

O amor é o egoísmo duplicado.

Por Machado de Assis

Mas é tempo de tornar aquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa.

Por Machado de Assis

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.

Por Machado de Assis

Lágrimas não são argumentos.

Por Machado de Assis

Mas a vocação eras tu, a investidura eras tu.

Por Machado de Assis

A imaginação foi a companheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta, alguma vez tímida e amiga de empacar, as mais delas, capaz de engolir campanhas e campanhas, correndo.

Por Machado de Assis

Os melhores amores nascem de um minuto.

Por Machado de Assis

Escrever a própria essência, é contá-la toda, o bem e o mal. Tal faço eu, à medida que me vai lembrando e convindo à construção ou reconstrução de mim mesmo.

Por Machado de Assis

O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele.

Por Machado de Assis

Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.

Por Machado de Assis

Ama de igual amor o poluto e o impoluto; Começa e recomeça uma perpétua lida, E sorrindo obedece ao divino estatuto. Tu dirás que é a Morte; eu direi que é a Vida.

Por Machado de Assis

De quando em quando, tornávamos ao passado e nos divertíamo-nos em relembrar as nossas tristezas e calamidades, mas isso mesmo era um modo de não sairmos de nós.

Por Machado de Assis

O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele.

Por Machado de Assis

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

Por Machado de Assis

Era homem como os outros; outros Aquiles andam por aí que são da cabeça aos pés um imenso calcanhar.

Por Machado de Assis

Estávamos ali com o céu em nós. As mãos, unindo os nervos, faziam das duas criaturas uma só, mas uma só criatura seráfica. Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham...

Por Machado de Assis

Os sonhos do acordado são como os outros sonhos, tecem-se pelo desenho das nossas inclinações e das nossas recordações.

Por Machado de Assis

Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.

Por Machado de Assis

Que queres tu? É a eterna contradição humana.

Por Machado de Assis

O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se; basta a simples reflexão.

Por Machado de Assis

Eu que meditava ir ter com a morte, não ousei fitá-la quando ela veio ter comigo.

Por Machado de Assis

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

Por Machado de Assis

Crê em ti, mas nem sempre duvides dos outros.

Por Machado de Assis

As coisas valem pelas ideias que nos sugerem.

Por Machado de Assis

Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.

Por Machado de Assis

A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.

Por Machado de Assis

As ocasiões fazem as revoluções.

Por Machado de Assis

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.

Por Machado de Assis

Felizes os cães!

Por Machado de Assis

O sol estava encoberto e a manhã fresca.

Por Machado de Assis

Também a dor tem suas hipocrisias.

Por Machado de Assis

A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão.

Por Machado de Assis

Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir.

Por Machado de Assis

Não se ama duas vezes a mesma mulher.

Por Machado de Assis

O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo.

Por Machado de Assis

Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.

Por Machado de Assis

Digo-lhe que faz mal, que é melhor, muito melhor contentar-se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.

Por Machado de Assis

Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior.

Por Machado de Assis

Ao vencedor, as batatas!

Por Machado de Assis

A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal.

Por Machado de Assis

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

Por Machado de Assis

Os fatos explicarão melhor os sentimentos: os fatos são tudo.

Por Machado de Assis

Ninguém faz mal a um homem no mesmo instante em que vai pedir-lhe um favor.

Por Machado de Assis

Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos.

Por Machado de Assis

Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.

Por Machado de Assis

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.

Por Machado de Assis

Não se luta contra o destino; o melhor é deixar que nos pegue pelos cabelos e nos arraste até onde queira alçar-nos ou despenhar-nos.

Por Machado de Assis

Não se perde nada em parecer mau; ganha-se tanto como em sê-lo.

Por Machado de Assis

Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz...

Por Machado de Assis