Frases e palavras de impacto de Oswald de Andrade!

O Amor – Poesia futurista A Dona Branca Clara Tome-se duas dúzias de beijocas Acrescente-se uma dose de manteiga do Desejo Adicione-se três gramas de polvilho de Ciúme Deite-se quatro colheres de açucar da Melancolia Coloque-se dois ovos Agite-se com o braço da Fatalidade E dê de duas em duas horas marcadas No relógio de um ponteiro só!

Por Oswald de Andrade

A descoberta Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até a oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam por a mão E depois a tomaram como espantados primeiro chá Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real as meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha.

Por Oswald de Andrade

A alegria é a verdadeira prova dos nove.

Por Oswald de Andrade

Como poucos, eu conheci as lutas e as tempestades. Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por ela briguei.

Por Oswald de Andrade

Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.

Por Oswald de Andrade

O Capoeira - Qué apanhá sordado? - O quê? - Qué apanhá? Pernas e cabeças na calçada.

Por Oswald de Andrade

Alerta Lá vem o lança-chamas Pega a garrafa de gasolina Atira Eles querem matar todo amor Corromper o pólo Estancar a sede que eu tenho doutro ser Vem do flanco, de lado Por cima, por trás Atira Atira Resiste Defende De pé De pé De pé O futuro será de toda a humanidade.

Por Oswald de Andrade

Contra a memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Por Oswald de Andrade

Oferta Quem sabe Se algum dia Traria O elevador Até aqui O teu amor

Por Oswald de Andrade

A vida é uma calamidade a prestações.

Por Oswald de Andrade

3 de maio Aprendi com meu filho de dez anos Que a poesia é a descoberta Das coisas que eu nunca vi

Por Oswald de Andrade

Canto de regresso à pátria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo.

Por Oswald de Andrade

Era uma vez um Mundo.

Por Oswald de Andrade

Senhor Que eu não fique nunca Como esse velho inglês Aí do lado Que dorme numa cadeira À espera de visitas que não vêm

Por Oswald de Andrade

Amor Humor

Por Oswald de Andrade

Vício da fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados.

Por Oswald de Andrade

Balada do Esplanada Ontem à noite Eu procurei Ver se aprendia Como é que se fazia Uma balada Antes de ir Pro meu hotel. É que este Coração Já se cansou De viver só E quer então Morar contigo No Esplanada. Eu qu'ria Poder Encher Este papel De versos lindos É tão distinto Ser menestrel No futuro As gerações Que passariam Diriam É o hotel Do menestrel Pra m'inspirar Abro a janela Como um jornal Vou fazer A balada Do Esplanada E ficar sendo O menestrel De meu hotel Mas não há poesia Num hotel Mesmo sendo 'Splanada Ou Grand-Hotel Há poesia Na dor Na flor No beija-flor No elevador

Por Oswald de Andrade

O medroso A assombração apagou a candeia Depois no escuro veio com a mão Pertinho dele Ver se o coração ainda batia.

Por Oswald de Andrade

Dedos no gatilho POW! Explodi meu coração

Por Oswald de Andrade

Escapulário No Pão de Açúcar De Cada Dia Dai-nos Senhor A Poesia De Cada Dia.

Por Oswald de Andrade

Tupi or not tupi, that is the question.

Por Oswald de Andrade

Ditirambo Meu amor me ensinou a ser simples Como um largo de igreja Onde não há nem um sino Nem um lápis Nem uma sensualidade...

Por Oswald de Andrade

Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português.

Por Oswald de Andrade

Noturno Lá fora o luar continua E o trem divide o Brasil Como um meridiano

Por Oswald de Andrade

o mar urrava como um fauno após o coito

Por Oswald de Andrade