Voltaire

Os infinitamente pequenos têm um orgulho infinitamente grande.

Como é duro odiar os que se gostaria de amar.

Façam o que fizerem, destruam a infâmia e amem aqueles que vos amam.

Há muito poucas repúblicas no mundo, e mesmo assim elas devem a liberdade aos seus rochedos ou ao mar que as defende. Os homens só raramente são os dignos de se governar a si mesmos.

Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo.

Os leitores servem-se dos livros como os cidadãos dos homens. Não vivemos com todos os nossos contemporâneos, escolhemos alguns amigos.

Um dos méritos da poesia que muita gente não percebe é que ela diz mais que a prosa e em menos palavras que a prosa.

Um mérito inegável da poesia: ela diz mais e em menor número de palavras que a prosa.

Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males.

Aproximo-me suavemente do momento em que os filósofos e os imbecis têm o mesmo destino.

O público é uma besta feroz. Deve-se enjaulá-lo ou fugir dele.

Os infinitamente pequenos têm um orgulho infinitamente grande.

Respeito o meu Deus, mas amo o universo.

A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano.

É mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem.

Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano.

Só fui à falência duas vezes. A primeira, quando perdi uma causa. A segunda, quando a ganhei.

A pintura é poesia sem palavras.

A alma é uma fogueira que convém alimentar, e que se apaga dado que não se aumente.

As grandes coisas são muitas vezes mais fáceis do que aquilo que se pensa.

Ensinam-se os homens a serem honestos; sem isso, poucos chegariam a sê-lo.

Todas as grandezas do mundo não valem um bom amigo.

Sabei que o segredo das artes é corrigir a natureza.

Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve.

O orgulho dos pequenos consiste em falar sempre de si próprios; o dos grandes em nunca falar de si.

Só se servem do pensamento para autorizar as suas injustiças e só empregam as palavras para disfarçar os pensamentos.

A via pela qual se ensinou durante largo tempo a arte de pensar, de certeza que é oposta ao dom de pensar.

As paixões são os ventos que enfunam as velas dos barcos, elas fazem-nos naufragar, por vezes, mas sem elas, eles não poderiam singrar.

Nota: Adaptação livre de um trecho de "Le Siècle de Louis XIV" ("On peut juger du caractère des hommes par leurs entreprises").

Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.