Frases e palavras de impacto de Daniel Jonas!

São tristes os meus dias com pedras em lugar de mãos ou a cabeça funda na brancura de través do travesseiro e o corpo depresso em moles guindastes. São dias de chorar por menos ou teimar queixoso com um crânio polido, batuque convexo no muro demorado.

Por Daniel Jonas

NOSTALGIA Perder uma fotografia é perder um momento duas vezes.

Por Daniel Jonas

Trabalho e trabalho para dar à luz um pai na minha solidão de depauperado arado que nada sulca porque como um comboio a que faltaram carris prévios ao meu arado são seus sulcos. Sou um filho circular. Como um signo zodiacal sou um filho circular, requer o que faço aquilo em que me movo que é aquilo em que me movo o que faço e como fazê-lo se não tenho já em que me mova? O que faço é o que me fez. Sou comboio e arado e um rodado sem discos. Sem paralelo em círculos rotunda tristeza propago de vertiginosa incubação de vórtices que ajudo a solidificar: outra vez a sólida solidão: é fácil a primeira imagem do comboio: insta à compaixão. E são pesados os bois circulares que o meu arado entontece, em vão o rodado sem discos. Quanto pesarão bois entontecidos? Como ser pai quando se é filho?

Por Daniel Jonas

SPLEEN Cemitério de todos os sóis o mar, cinza onde habita o beemote do tempo, a grande baleia do oblívio sob socalcos de aço, na chapa recurva, sucata de toda a metáfora. Porquê dizê-lo? Cansaço de o dizer… O mar é uma maçada.

Por Daniel Jonas

POÉTICA Fechar a tampa do abrigo e respirar com serena convulsão lançando o grande dirigível da escrita depois retesar o arpão e espremer o choco polvo seus tentáculos tensos na placa marmórea ou na balança é um negócio violento, a testa escreve-se, um mundo progride, decanta-se a bolha do nível, esgaça-se a gaze depois da fenomenologia dos petroleiros a refinaria, o guarda-nocturno de olhos na trovoada e solidão no monitor.

Por Daniel Jonas