Frases e palavras de impacto de João Anzanello Carrascoza!

As palavras dizem também outras coisas quando enunciam o que enunciam, (...) “eu te amo” nem sempre é um incêndio, infinitas vezes é monotonia, o que vai do coração à língua perde muito de sua seiva no caminho, como a água é menos água entre o copo e a boca, o mel é menos mel no percurso do pólen ao favo.

Por João Anzanello Carrascoza

O amor não é de uma vez só, o amor se torna amor aos poucos, o amor parece ser sempre o mesmo, como a paisagem, mas o amor, imperceptivelmente, aumenta. O amor aumenta e se torna, como certas dores, maior do que suportamos.

Por João Anzanello Carrascoza

Tua vida, filha, é um texto que há tempos começamos a escrever, mas, daqui em diante, também te cabe pegar esta tinta e delinear o teu curso, tome só cuidado com o que retiras do nada e trazes à superfície, é comum borrar ou rasurar um trecho, mas é impossível apagá-lo, a palavra se faz carne, e a carne se lacera, a carne apodrece aos poucos, mas é também pela carne que a palavra se imortaliza. Não há borracha para um fato já vivido, pode-se erguer represas e costões, muralhas e fortalezas para barrar o fluxo das horas, mas, uma vez que o sol se torne sombra, que o luar penda no céu em luto, a névoa se disperse na paisagem pendurada à parede, o dedo acione o gatilho, nada mais se pode fazer; nossa jornada, aqui, é única, a ninguém será dada a prerrogativa, salvadora ou danosa, da reescrita.

Por João Anzanello Carrascoza

Talvez fosse melhor medir as distâncias de outra maneira. Não como por espaço e tempo, como se faz até agora. Mas pelo que se aprende no caminho.

Por João Anzanello Carrascoza

Sonhar nos salva da rotina, mas também nos desliga da única coisa que nos mantém na vigília: o muro concreto do presente.

Por João Anzanello Carrascoza

O tempo (...) vai te violar de mansinho, a ponto de nem perceber, senão quando diante do espelho te espantar com o desenho perverso que, sorrateiro, ele moldou em teu corpo.

Por João Anzanello Carrascoza

O mistério de cada um só a ele pertence, há regiões nossas às quais nem nós mesmos alcançamos.

Por João Anzanello Carrascoza