há um dia em que a mulher pergunta a si mesma pergunta para outra mulher e as perguntas pairam flutuam sobre a cabeça as perguntas incomodam e vazam como excremento de aves de árvores de céu nesse dia a mulher procura a resposta por que de que adianta se há mãos que fazem dançar as cordas e os pequenos membros do corpo vivem em sacolejo o ventre morre em liminares gestações que formam mãos de homens e a partir do ventre as mãos nutridas pela mulher saem na direção do mundo de tudo que é externo de tudo que é global antropológico fágico e social e a mulher nesse dia pergunta para outra mulher para o espelho de que isso tudo adianta
A frase mais vista deste Autor.
há sempre um mar invisível despejado a conta-gotas pingando nos olhos de quem sofre o sal que queima a retina e as veias violentas ondas de miséria só quem sofre [por amor] pode saber as algas presas aos meus cabelos e o sempre-mar na ressaca dos meus olhos
saí para a varanda aos 14 graus da tarde sem blusas viria a primavera as roupas leves – mas meu peito é pesado e quente dentro de mim não faz brisa é sempre mormaço