Frases e palavras de impacto de Graça Graúna!

Resistência Ouvi do meu pai que a minha avó benzia e o meu avô dançava o bambelô na praia, e batia palmas com as mãos encovadas ao coco improvisado, ritmando as paixões na alma da gente. Ouvi do meu pai que o meu avô cantava as noites de lua, e contava histórias de alegrar a gente e as três Marias. Meu avô contava: a nossa África será sempre uma menina. Meu pai dizia: ô lapa de caboclo é esse Brasil, menino! E coro entoava: _ dançamos a dor tecemos o encanto de índios e negros da nossa gente

Por Graça Graúna

Saúdo as minhas irmãs de suor papel e tinta fiandeiras guardiãs, ao tecer o embalo da rede rubra ou lilás no mar da palavra escrita voraz. Saúdo as minhas irmãs de suor papel e tinta fiandeiras tecelãs retratos do que sonhamos retratos do que plantamos no tempo em que nossa voz era só silêncio.

Por Graça Graúna

Vagamundo Carrego cicatrizes (...e quem não as tem?) De algumas esqueço, enquanto outras sangram porque feitas de punhais-palavras. A cada (a)talho, vago pelo mundo para driblar esse mal chamado coração.

Por Graça Graúna

Nem todas as flores vivem gloriosamente em flor. Uma delas sobrevive catando os nossos restos juntando os nossos pedaços do playground à lixeira marGARIda-amarela marGARIda-do-campo marGARIda-sem-terra marGARIda-rasteira marGARIda-sem-teto marGARIda-menor pela terra mais garrida de maio a maio arrastando o seu carrinho de GARI. Catando os nossos restos juntando os nossos pedaços vai e vem uma marGARIda brotar no seu jardim

Por Graça Graúna

No deserto das cidades uns cavaleiros sonham mas sonham só seduzidos pela mais valia. De resto, lugar nenhum no coração para encantar Dulcinéias. Onde o herói contra os moinhos?

Por Graça Graúna

Dores d’África Eh, meu pai! Em vez de prantos é melhor que cantemos. Eh, meu pai! É melhor que cantemos a dor contínua a solidária luta de poetas-bantos contra a tirania

Por Graça Graúna

Comei e bebei! estas palavras são meu corpo nem alegre, nem triste só um corpo Comei e bebei! Nestas palavras minh'alma talvez a mais próxima de um revoar de sonhos Mas se este ofertório te parece pouco, ide ao verso-reverso onde o nosso sudário continua exposto

Por Graça Graúna

Caos climático É temerário descartar a memória das Águas o grito da Terra o chamado do Fogo o clamor do Ar. As folhas secas rangem sob os nossos pés. Na ressonância o elo da nossa dor em meio ao caos a pavorosa imagem de que somos capazes de expor a nossa ganância até não mais ouvir nem mais chorar nem meditar, nem cantar... só ganância, mais nada.

Por Graça Graúna

Ser todo coração enquanto houver poesia: essa ponte entre mundos apartados

Por Graça Graúna

toda lua é engano todo anjo é cruel no abismo de eternidade e ânsia do corpoema

Por Graça Graúna