Frases e palavras de impacto de Claufe Rodrigues!

Escreva sua história na areia da praia para que as ondas a levem através dos sete mares até tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes. Conte sua história ao vento cante-a nos bares para os rudes marujos olhos de faróis sujos. Escreva no asfalto, com sangue, grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na manhã seguinte pelos garis. Abra o peito na direção dos canhões derrube os muros de Berlim destrua as catedrais de Paris. Defenda sua palavra a vida não vale nada se você não tem uma boa história pra contar.

Por Claufe Rodrigues

Sei que te bastam minhas mãos. Nelas podes ler as linhas do destino mover as estações do ano, alinhavar em língua de espanto a vertigem das manhãs. Minhas mãos, poderosas mãos, tão grandes que tocam as nuvens, tão fortes que calam os lábios tão ligeiras que podem tudo. Tão delicadas, e tão rudes. Minhas mãos, escravas mãos, de tuas vontades e virtudes.

Por Claufe Rodrigues

APRENDIZADO para meu pai Caiu no mar tem que nadar murmurava meu pai marinheiro tirando um bagre do anzol um cigarro do bolso traseiro Eu, sabedor de nada, azeitava o eixo do sol sonhando um dia conquistar o meu lugar à sombra E o mar era tão grande! E a minha imaginação, tamanha, quebrava além da arrebentação no redemoinho de uma música estranha Anda moleque, recolhe a rede carrega o peixe pra tua mãe cozinhar Era o pai me fisgando com o olhar E eu seguia suas pegadas pelos caminhos de areia ouvindo as ondas a murmurar como o canto de uma sereia: Caiu no mar tem que nadar... Caiu no mar tem que nadar...

Por Claufe Rodrigues

"Como o tempo nos muda" comenta a velha senhora, velha poetisa, mirando a foto antiga na orelha da obra. Estação após estação ela amou o viço das cores, o sabor das rosas, a graça dos movimentos, o passar dos rios, as nuvens douradas tangidas pelo vento. Ano a ano alimentou-se de lírios e livros e amores poucos, porém intensos. O sol já não banha sua face com a juventude da brisa a mão erra pelas páginas, tocando paisagens mudas as letras tornaram-se miúdas, os amores se foram, os sonhos se incorporaram ao céu azul-negrume. Somos só perfume. As estações despertam sem pressa nascem todas por igual na muda do tempo que não muda sob terra e cal.

Por Claufe Rodrigues

Meus filhos, meus heróis... São noites insones, mas não são noites vãs... E quando vocês forem fortes como uma tora E os dedos das mãos tocarem os céus, E seus lábios encontrarem outros lábios Entenderão de outro modo o que agora Já sabem mais do que os sábios.

Por Claufe Rodrigues

Sei que em alguma cidade deste planeta em ruínas uma pequena me ama de verdade. Posso sentir seu bafo no meu cangote quando saio pra tomar um trago.

Por Claufe Rodrigues

Onde tudo começa?, pergunta a noiva impaciente ao esquivo poeta: no branco ou no preto, em que letra do alfabeto? O astronauta procura nas estrelas; a musa, na maré triste. Eu, que amo as manhãs sem compreende-las, creio que tudo começa onde nada existe.

Por Claufe Rodrigues

Poesia não dá camisa Mas o poeta Quando tem uma musa Não precisa de blusa Vive de brisa.

Por Claufe Rodrigues