Frases e palavras de impacto de Caê Guimarães!

⁠E se a necessidade fosse do tamanho do pensamento? E se a minha roupa desfiasse e voltasse para o novelo? E se a providência valesse menos que farofa jogada ao vento? E se meu irmão viajasse para longe e eu nunca mais tornasse a vê-lo? E se meu cão conversasse comigo em alemão? E se felicidade tivesse preço, quanto valeria o dinheiro? E se a boca ao morder não mais fechasse? E se a cola ao colar unisse? E se eu assinasse tudo o que já disse? E se ao sorrir a minha alegria fosse triste?

Por Caê Guimarães

⁠Somente aos olhos é permitido tocar a distância.

Por Caê Guimarães

⁠Janelas Passos sem pegadas na magra madrugada. A mesma luz fraca de todo dia, amém, também se apaga. Afago, gelado, o escuro do quarto apagado. Noturno travado, tranca e nunca esquece de conferir se realmente trancou a porta. Triste rindo cumpre sua quota. Convive em silêncio cúmplice com suas meias na sacada penduradas. Freiras de flanela rasgada. Frieiras na carne arrastada pela quase finda vontade. O que eu valho (que bom) não vale nada.

Por Caê Guimarães

⁠Inventei fraturas e tipóias para me pôr a salvo, sem saber que os soldados sorriam por se julgarem do lado certo do pelotão de fuzilamento. Escrever no escuro memórias daqui para o futuro. E antecipadamente marcar o dia e a hora da própria tocaia. Acho que sou o espécime único de uma grande laia.

Por Caê Guimarães

⁠A ironia é oxigênio, né? É o olhar de quem entende que tudo é um grande engodo, que a vida é um circo e que não existe dentro e fora da lona. Tudo é lona e estamos todos dentro dela. A ironia é uma reação inevitável em um mundo que navega sobre a espuma sem nunca mergulhar. Um mundo que se abstém do abismo. Toda arte verdadeira está impregnada de uma farta dose de ironia. E principalmente de um mergulho profundo no tal abismo. O resto é perfumaria.

Por Caê Guimarães