Bernard Fontenelle

Uma ideia nova é uma cunha que só se pode fazer entrar pela frincha mais larga.

Eis um universo tão imenso que eu estou perdido nele. Não sei mais onde estou. Eu sou apenas nada. Nosso mundo é aterrorizante em sua insignificância.

A arte de descobrir a verdade é mais preciosa que a maioria das verdades que se descobrem.

A beleza do espírito causa admiração; a da alma, estima; e a do corpo, amor.

Tem muito tempo aquele que não o perde.

A mais bela obra que saiu de mãos humanas, depois dos Evangelhos. Em nenhum outro lugar se encontrará conhecimento mais profundo do ser humano, de suas contradições, de suas fraquezas, dos movimentos mais secretos de seu coração... (sobre o livro Imitação de Cristo atribuída ao monge alemão Tomás de Kempis)

O orgulho é o complemento da ignorância.

É a beleza que começa a agradar e a ternura completa o encanto.

A censura que se pratica sobre as obras alheias não determina necessariamente a produção de obras melhores.

A vaidade é o amor-próprio que se exibe. A modéstia é o amor-próprio que se oculta.

O que mais ardentemente se desejou, baixa de valor logo que se obteve, e basta que as coisas passem da nossa imaginação para a realidade, para logo se notar a perda.

Só raramente conseguimos que nos amem, mas é sempre possível fazer com que nos estimem.

Nota: citação de Fontenelle encontrada em Dictionnaire de maximes; ou, Choix de maximes, pensées, sentences, réflexions et définitions, extraites des moralistes et des écrivains tant anciens que modernes", Joseph François Gabriel Hennequin - A.J. Kili

Todos os homens se enganam, mas só os grandes homens reconhecem que se enganaram.

Todas as verdades se iluminam mutuamente.

Nas ligações do coração, como nas estações, os primeiros frios são os mais sensíveis.

Temos de amar e não deixar de viver.

Uma circunstância imaginária que nós gostamos de acrescentar às nossas aflições é acreditar que seremos inconsoláveis.

Sendo pequeno, o amor diverte; se se torna grande, cansa.

Uma mulher bonita é o paraíso dos olhos, o inferno da alma e o purgatório da bolsa.

Não vos tomeis a vida demasiado em sério; de todos modos não saireis vivos desta.

A economia, que é uma virtude, é uma necessidade na pobreza, um ato de juízo na mediania, e na opulência um vício.

É verdade que não podemos encontrar a pedra filosofal, mas é bom que ela seja procurada; procurando-a, descobrem-se muitos bons segredos que se não procuravam.