Frases e palavras de impacto de António Ramos Rosa!

Amor da palavra, amor do corpo A nudez da palavra que te despe. Que treme, esquiva. Com os olhos dela te quero ver, que não te vejo. Boca na boca através de que boca posso eu abrir-te e ver-te? É meu receio que escreve e não o gosto do sol de ver-te? Todo o espaço dou ao espelho vivo e do vazio te escuto. Silêncio de vertigem, pausa, côncavo de onde nasces, morres, brilhas, branca? És palavra ou és corpo unido em nada? É de mim que nasces ou do mundo solta? Amorosa confusão, te perco e te acho, à beira de nasceres tua boca toco e o beijo é já perder-te.

Por António Ramos Rosa

Não Posso Adiar o AmorNão posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda sob montanhas cinzentas e montanhas cinzentas Não posso adiar este abraço que é uma arma de dois gumes amor e ódio Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore não posso adiar para outro século a minha vida nem o rneu amor nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração

Por António Ramos Rosa

Não posso adiar o amor!.... Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda sob as montanhas cinzentas Não posso adiar este braço que é uma arma de dois gumes amor e ódio Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore não posso adiar para outro século a minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração. Autoria: [António Ramos Rosa] Abraços perfumados para você!.... Chrisma-Sampa Brasil

Por António Ramos Rosa

Uma voz na pedra Não sei se respondo ou se pergunto. Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio. Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra. Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho. De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante. A minha ebriedade é a da sede e a da chama. Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio. O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono. Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente. Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim. Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido. Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença. Não sou a destruição cega nem a esperança impossível. Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

Por António Ramos Rosa

POEMA DUM FUNCIONÁRIO CANSADO A noite trocou-me os sonhos e as mãos dispersou-me os amigos tenho o coração confundido e a rua é estreita estreita em cada passo as casas engolem-nos sumimo-nos estou num quarto só num quarto só com os sonhos trocados com toda a vida às avessas a arder num quarto só Sou um funcionário apagado um funcionário triste a minha alma não acompanha a minha mão Débito e Crédito Débito e Crédito a minha alma não dança com os números tento escondê-la envergonhado o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente e debitou-me na minha conta de empregado Sou um funcionário cansado dum dia exemplar Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever? Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço? Soletro velhas palavras generosas Flor rapariga amigo menino irmão beijo namorada mãe estrela música São as palavras cruzadas do meu sonho palavras soterradas na prisão da minha vida isto todas as noites do mundo numa só noite comprida num quarto só

Por António Ramos Rosa

Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.

Por António Ramos Rosa

O amor cerra os olhos, não para ver mas para absorver: a obscura transparência, a espessura das sombras ligeiras, a ondulação ardente: a alegria.Um cavalo corre na lenta velocidade das artérias. O amor conhece-se sobre a terra coroada: animal das águas, animal do fogo, animal do ar: a matéria é só uma, terrestre e divina.

Por António Ramos Rosa

Se guardo algum tesouro não o prendo porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto que dure e flua nas tuas veias lentas e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva para que sintas a verde frescura de um pomar de brancas cortesias porque é por ti que vivo é por ti que nasço porque amo o ouro vivo do teu rosto

Por António Ramos Rosa

Não posso Adiar o Amor Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda sol montanhas cinzentas e montanhas cinzentas Não, não posso adiar este abraço que é uma arma de dois gumes amor e ódio Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore, não posso adiar para outro século minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração

Por António Ramos Rosa

Este homem que pensou com uma pedra na mão transformá-la num pão transformá-la num beijo Este homem que parou no meio da sua vida e se sentiu mais leve que a sua própria sombra

Por António Ramos Rosa

Este homem que esperou Este homem que esperou humilde em sua casa que o sol lavasse a cara ao seu desgosto Este homem que esperou à sombra de uma árvore mudar a direcção ao seu pobre destino Este homem que pensou com uma pedra na mão transformá-la num pão transformá-la num beijo Este homem que parou no meio da sua vida e se sentiu mais leve que a sua própria sombra

Por António Ramos Rosa

Ele escreve. O seu desejo é o desejo de tornar habitável o deserto.

Por António Ramos Rosa