Frases e palavras de impacto de Adelaide Ivánova!

I pesa o decreto atroz, o fim certeiro. pesa a sentença igual do juiz iníquo. pesa como bigorna em minhas costas: um homem foi hoje absolvido. se a justiça é cega, só o xampu é neutro: quão pouca diferença na inocência do homem e das hienas. deixem-me em paz! antes encham-me de vinho a taça, qu'inda que bem ruim me deixe ébria, console-me a alcóolica amnésia e olvide o que de fato é tal sentença: a mulher é a culpada. II peso do fiel juiz igual sentença em cada pobre homem, que não há motivo para tanto. não fiz mal nenhum à mulher e foi grande meu espanto quando ela se ofendeu. exagerada, agora reclama, fez denúncia e drama, mas na hora nem se mexeu. culpa é dela: encheu à brava a garbosa cara. se a justiça é cega, só a topeira é sábia. celebro abonançado o evidente indulto pois sou apenas homem, não um monstro! leixai à mulher o trauma.

Por Adelaide Ivánova

a mulher de burca entrou no metrô atrás do marido a mulher de burca precisou apenas chegar para ser espetacular a mulher de burca me espanta me espanta que se estabeleça que uma mulher deva usar a burca. * tentei decorar um poema para a mulher de burca que me veio à mente enquanto tentava não observá-la essa é afinal a função da burca e como ela deve ser considerada a burca tornou-se maior que a mulher. * acontecem muitas coisas no metrô acontecem muitas coisas na alemanha mas ninguém se olha nem na alemanha e nem no metrô pra mulher de burca todo mundo olhou mas ninguém a viu ninguém julga ter algo a ver com isso. * a mulher de burca estragou meu sono estragou meu sono o brochinho azul feito de miçangas ostentado pela burca da mulher terrível enfeite revolução muda da mulher na burca. * embaixo da burca há uma mulher.

Por Adelaide Ivánova

corpo de delito é a expressão usada para os casos de infração em que há no local marcas do evento infracional fazendo do corpo um lugar e de delito um adjetivo o exame consiste em ver e ser visto (festas também consistem disso)

Por Adelaide Ivánova

poderia escrever um poema de amor para o fato de que atravessamos todas as ruas sem respeitar os semáforos eu vejo um atrevimento de sua parte não ter medo de morrer sua certeza que os carros vão parar para você passar eu pararia eu ainda paro

Por Adelaide Ivánova

laura tem um corpo e um nome que lhe pertencem laura de vermont presente! foi assassinada pela nossa indiferença e pela polícia brasileira tinha 18 anos

Por Adelaide Ivánova