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II Reis, 2RS, 11:6, outra terça parte estará ao portão Sur; e a outra terça parte, ao portão detrás da guarda; assim, vocês farão a guarda e a defesa deste palácio.
Por II Reis, Antigo TestamentoGênesis, GN, 49:27, Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã devora a presa e à tarde reparte o despojo.
Por Gênesis, Antigo TestamentoPor maior e mais glorioso que a criatura compreenda que Deus seja, ainda assim, se ela não sentir a diferença entre Deus e ela, para ver que a glória de Deus é grandiosa comparada à sua, ela não estará disposta a dar a Deus a devida glória ao Seu nome.
Por Jonathan EdwardsQue ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.
Por Clarice LispectorQuero partir e encontrar-me, Quero voltar a saber de mim, Como quem volta ao lar, como quem torna a ser recebido, Como quem ainda é amado na aldeia antiga, Como quem roça pela infância morta em cada pedra de muro,
Por Álvaro de CamposOde ao Burguês Eu insulto o burgês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos, e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os “Printemps” com as unhas! Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o êxtase fará sempre Sol! Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! “_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos? _ Um colar… _ Conto e quinhentos!!! Mas nós morremos de fome!” Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Todos para a Central do meu rancor inebriante! Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão! Fora! Fu! Fora o bom burguês!…
Por Mário de AndradeComo bons criados, os moradores da caatinga aprendiam a escutar o patrão, a antecipar as suas mudanças de humor, a saber que uma carreira de formigas fora do formigueiro significava chuva; que uma gameleira com folhas verdes, crescendo na fenda de um rochedo, indicava a presença de uma fonte; que grandes cupinzeiros eram sinais de seca e de sede. Se aprendessem a interpretar corretamente esse patrão cruel durante os meses de estiagem, sobreviveriam para lidar com um amo bem mais generoso assim que as chuvas chegassem.
Por Frances de Pontes PeeblesPorque eu não quero mais, sabe? Porque muita coisa mudou, e dizem que aos 30 as mulheres ficam com mais preguiça de tudo que não é incrível. Eu cansei de noites em claro com quem não muda o meu dia. Cansei de minutos ao telefone, com quem não diz exatamente o que eu preciso ouvir. Não sei mais desperdiçar carinhos. Não é qualquer mensagenzinha no celular que acelera meu coração. E entre meu sofá e um gostosão sem cérebro... deito e durmo tranquilamente. Não troco facilmente meus livros por uma noite suando na balada e uma madrugada fedendo a cigarro. Aliás, homens que fumam eu risquei da lista. Os que dirigem bêbados também. E dos que não tem muita intimidade com a gramática, tô fora! Eu sei que a lista diminuiu consideravelmente. E as possibilidades de "desencalhar" também. Mas eu não faço questão de nada agora, sabe? Lembro que aos vinte eu sentia uma carência enorme quando ficava algumas semanas sem alguém... Se uns acham que fiquei mais fria perto dos 30, eu digo que fiquei é mais seletiva. E o amor-próprio? Vai muito bem, obrigada! E admito, um amor cairia muito bem! Mas amor de verdade, sabe? Daqueles que transmitem paz só de olhar. Alguém que me aceite com todo o meu histórico de amores mal sucedidos, e minhas teorias malucas sobre o verbo amar. Alguém de quem eu não precise mais do que a minha própria vida, mas que precise de mim pra vida inteira. Alguém só meu. E que não sinta necessidade de ser de mais ninguém. Não quero o cara sarado da academia, quero o cara de coração bem resolvido. Não quero o cara perfeito. Só quero o meu cara. E por isso eu espero, sabe? Sem procurar, porque isso me cansa demais. E eu ainda sou meio à moda antiga. Ser conquistada, pra mim, tem muito mais valor. Eu ando naquela fase de me amar, pra saber ser amada depois. Eu ando me redescobrindo e me apaixonando por mim mesma. Tirei do baú os velhos gostos que sempre fizeram de mim uma boa companhia pra mim mesma. E vou vivendo. Não seguindo o fluxo das coisas. Vou vivendo do meu jeito, com as minhas manias, os meus livros, as minhas poesias, minhas músicas e meu sonho secreto de encontrar meu príncipe, mesmo que não seja tão encantado assim, e de finalmente, viver o meu “felizes para sempre”. Porque a felicidade que eu tanto procurava nos outros, eu encontrei dentro de mim. [K]
Por Karla Tabalipa