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Há apenas um tipo de comunidade que pensa mais em dinheiro do que os ricos: os pobres. Os pobres não conseguem pensar em mais nada.

Por Oscar Wilde

A gente vai indo, indo, indo…. Até chegar em um certo ponto sem perceber. A inesperada hora. O momento em que só resta se afogar um pouquinho e pagar o preço por ter mergulhado demais, por ter nadado demais até o fundo. Por ter descoberto a verdade dentro da escuridão e a real profundeza do outro. Por ter conhecido as estranhezas sem ter tanto tempo pra voltar a superfície. Sem conseguir chegar a tempo até a realidade. Amar tem um preço (que não é nada barato) caso a correnteza te leve para um destino não muito agradável, ou pra uma ilha deserta e te tire o amado pra quem tanto você remou a procura de um amor reciproco. Quem se dispõe mergulhar por completo, se dispõe também a deixar os bolsos cheios de areia e voltar pra casa sem pérola na concha, a ficar apenas com um barco furado, com a rede rasgada, perder os remos e desaprender a nadar. - Ainda bem, que é só até o momento em que a maré abaixa e as ondas maiores recuam.

Por Iandê Albuquerque

Não é fácil ser um pacifista em tempos de repressão. Fazer a diferença sem pegar em armas. Manter o senso sem deixar que o medo cale nossa voz.

Por Eric Novello

Jeremias, JR, 12:1, Justo serias, Senhor, se eu apresentasse a minha causa diante de ti. No entanto, preciso falar contigo a respeito da justiça. Por que o caminho dos ímpios prospera? Por que todos os traidores vivem em paz?

Por Jeremias, Antigo Testamento

Não gosto de abraços soltos. De sorriso ensaiado. De gente desnutrida de amor e enriquecida de falsidade.

Por Iandê Albuquerque

Quando eu me encontrava naquele estado, o futuro não existia, tampouco o passado, só aquele momento, e era por isso que eu desejava tanto vivê-lo, porque o meu mundo, em toda a sua insuportável banalidade, brilhava.

Por Karl Ove Knausgard

Deus cria o dinossauro. Deus destrói o dinossauro. Deus cria o homem. O homem destrói Deus. O homem cria o dinossauro. (Ian Malcolm)

Por Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros

Poema negro A Santos Neto Para iludir minha desgraça, estudo. Intimamente sei que não me iludo. Para onde vou (o mundo inteiro o nota) Nos meus olhares fúnebres, carrego A indiferença estúpida de um cego E o ar indolente de um chinês idiota! A passagem dos séculos me assombra. Para onde irá correndo minha sombra Nesse cavalo de eletricidade?! Caminho, e a mim pergunto, na vertigem: — Quem sou? Para onde vou? Qual minha origem? E parece-me um sonho a realidade. Em vão com o grito do meu peito impreco! Dos brados meus ouvindo apenas o eco, Eu torço os braços numa angústia douda E muita vez, à meia-noite, rio Sinistramente, vendo o verme frio Que há de comer a minha carne toda! É a Morte — esta carnívora assanhada — Serpente má de língua envenenada Que tudo que acha no caminho, come... — Faminta e atra mulher que, a 1 de janeiro, Sai para assassinar o mundo inteiro, E o mundo inteiro não lhe mata a fome! Nesta sombria análise das cousas, Corro. Arranco os cadáveres das lousas E as suas partes podres examino. . . Mas de repente, ouvindo um grande estrondo, Na podridão daquele embrulho hediondo Reconheço assombrado o meu Destino! Surpreendo-me, sozinho, numa cova. Então meu desvario se renova... Como que, abrindo todos os jazigos, A Morte, em trajos pretos e amarelos, Levanta contra mim grandes cutelos E as baionetas dos dragões antigos! E quando vi que aquilo vinha vindo Eu fui caindo como um sol caindo De declínio em declínio; e de declínio Em declínio, como a gula de uma fera, Quis ver o que era, e quando vi o que era, Vi que era pó, vi que era esterquilínio! Chegou a tua vez, oh! Natureza! Eu desafio agora essa grandeza, Perante a qual meus olhos se extasiam. Eu desafio, desta cova escura, No histerismo danado da tortura Todos os monstros que os teus peitos criam. Tu não és minha mãe, velha nefasta! Com o teu chicote frio de madrasta Tu me açoitaste vinte e duas vezes... Por tua causa apodreci nas cruzes, Em que pregas os filhos que produzes Durante os desgraçados nove meses! Semeadora terrível de defuntos, Contra a agressão dos teus contrastes juntos A besta, que em mim dorme, acorda em berros Acorda, e após gritar a última injúria, Chocalha os dentes com medonha fúria Como se fosse o atrito de dois ferros! Pois bem! Chegou minha hora de vingança. Tu mataste o meu tempo de criança E de segunda-feira até domingo, Amarrado no horror de tua rede, Deste-me fogo quando eu tinha sede... Deixa-te estar, canalha, que eu me vingo! Súbito outra visão negra me espanta! Estou em Roma. É Sexta-feira Santa. A treva invade o obscuro orbe terrestre. No Vaticano, em grupos prosternados, Com as longas fardas rubras, os soldados Guardam o corpo do Divino Mestre. Como as estalactites da caverna, Cai no silêncio da Cidade Eterna A água da chuva em largos fios grossos... De Jesus Cristo resta unicamente Um esqueleto; e a gente, vendo-o, a gente Sente vontade de abraçar-lhe os ossos! Não há ninguém na estrada da Ripetta. Dentro da Igreja de São Pedro, quieta, As luzes funerais arquejam fracas... O vento entoa cânticos de morte. Roma estremece! Além, num rumor forte, Recomeça o barulho das matracas. A desagregação da minha idéia Aumenta. Como as chagas da morféia O medo, o desalento e o desconforto Paralisam-se os círculos motores. Na Eternidade, os ventos gemedores Estão dizendo que Jesus é morto! Não! Jesus não morreu! Vive na serra Da Borborema, no ar de minha terra, Na molécula e no átomo... Resume A espiritualidade da matéria E ele é que embala o corpo da miséria E faz da cloaca uma urna de perfume. Na agonia de tantos pesadelos Uma dor bruta puxa-me os cabelos, Desperto. É tão vazia a minha vida! No pensamento desconexo e falho Trago as cartas confusas de um baralho E um pedaço de cera derretida! Dorme a casa. O céu dorme. A árvore dorme. Eu, somente eu, com a minha dor enorme Os olhos ensangüento na vigília! E observo, enquanto o horror me corta a fala, O aspecto sepulcral da austera sala E a impassibilidade da mobília. Meu coração, como um cristal, se quebre O termômetro negue minha febre, Torne-se gelo o sangue que me abrasa, E eu me converta na cegonha triste Que das ruínas duma casa assiste Ao desmoronamento de outra casa! Ao terminar este sentido poema Onde vazei a minha dor suprema Tenho os olhos em lágrimas imersos... Rola-me na cabeça o cérebro oco. Por ventura, meu Deus, estarei louco?! Daqui por diante não farei mais versos.

Por Augusto dos Anjos

I Samuel, 1SM, 10:7, Quando estes sinais se cumprirem, faça o que a ocasião exigir, porque Deus está com você.

Por I Samuel, Antigo Testamento

Em geral, é bom que tudo o que é GRANDE-RICO de sentido para um espírito raro, NÃO seja expresso senão sob forma breve e (por essa razão) OBSCURA, A FIM de que o espírito medíocre prefira ver nisso uma falta de sentido antes de transpô-lo na inanidade de seu pensamento. De fato, os espíritos comuns possuem a odiosa habilidade de só verem, no aforismo mais profundo e mais rico, nada que vá além de seu bom senso.

Por Jean Paul