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QUASE TUDO Quase tudo de poético em mim foi poetado Quase tudo sussurrado de amor foi escrito No versejar, o rimar do viver se fez infinito Na cadência de mil sensações foi musicado Tão fadado de emoções me tornei enamorado Tão cheio de romantismo fiz do amor bendito Cada soneto que fiz de agrado veio num grito Suspiros, sentidos, em um ritmo compassado Tenho dado o meu sentir a quem dele merece Se em prece, honra, num coração sem escudo Eu sou só gratidão, neste doar-se em benesse E se por tanto romancear fiz engano, contudo, Eu nunca fui do amor tirano, ou o mal fizesse Pra ter no fado, quase tudo, sem dano e rudo! © Luciano Spagnol – poeta do cerrado 25, agosto, 2021, 09’58’ - Araguari, MG
Por Poeta do cerrado LUCIANO SPAGNOLAlma Corsária De tanto sono me baixa uma lucidez estranha em que a amendoeira pousa, luminosa, rara, sob o fundo escuro da noite meio baça (cilíndrica, roliça, bizarra) seu vulto verde acocorado sobre a água da piscina que não tem um pensamento. Eu sinto inveja dessas águas anuladas tão plácidas, idênticas ao próprio contorno enquanto eu mesma nem sei onde começo, quando acabo e sofro o assédio de tudo o que me toca. O mundo ora me engole, ora me vara e tudo o que aproxima me desterra. Chorei, ao ver no chão da cela, o botão arrancado na contenda, os óculos pisados do escritor judeu. Tenho um coração que estala com o peteleco das palavras de Clarice. Numa vila miserável na Bahia, um negro lindo, lindo, dança ao som do corisco – e só me apaixono por casos perdidos, homens com um quê de irremediável. Mais de uma vez, imóvel, circunspecta, vi abrir-se a máquina do mundo sob a luz inclinada de Ipanema, na Serra da Bocaina, no meio da floresta, no alto da escada no topo do morro por onde a moça seqüestrada vinha subindo debaixo das lágrimas do pai. Mais de uma vez meu coração trincou feito vidro diante da página impressa, e sempre que a palavra justa vem tirar seu mel de dentro da copa do desespero de amor. Acredito, do fundo das minhas células, que uma amizade sincera “é o único modo de sair da solidão que um espírito tem no corpo”. Sim, eu acredito no corpo. Por tudo isso é que eu me perco em coisas que, nos outros, são migalhas. Por isso navego, sóbria, de olho seco, as madrugadas. Por isso ando pisando em brasas até sobre as folhas de relva, na trilha mais incerta e mais sozinha. Mas se me perguntarem o que é um poeta (Eu daria tudo o que era meu por nada), eu digo. O poeta é uma deformidade.
Por Claudia Roquette-PintoA FLAUTA-VÉRTEBRA A todas vocês, que eu amei e que eu amo, ícones guardados num coração-caverna, como quem num banquete ergue a taça e [ celebra, repleto de versos levanto meu crânio. Penso, mais de uma vez: seria melhor talvez pôr-me o ponto final de um balaço. Em todo caso eu hoje vou dar meu concerto de adeus. Memória! Convoca aos salões do cérebro um renque inumerável de amadas. Verte o riso de pupila em pupila, veste a noite de núpcias passadas. De corpo a corpo verta a alegria. esta noite ficará na História. Hoje executarei meus versos na flauta de minhas próprias vértebras.
Por Vladimir MaiakóvskiCântico dos Cânticos, CT, 2:8, Ouço a voz do meu amado. Eis que ele vem, saltando sobre os montes, pulando sobre as colinas.
Por Cântico dos Cânticos, Antigo TestamentoNa vida há sempre decisões a serem tomadas. Ás vezes, são pequenas e insignificantes. Outras vezes, são enormes e podem mudar tudo para sempre. “Sim” ou “não” podem significar uma vida cheia de felicidade ou de tristeza. Pois quando não podemos ter tudo, temos que escolher. E quando escolhemos, há sempre o medo de cometermos um erro.
Por As TelefonistasA espécie humana, de acordo com a melhor teoria, é composta por duas raças distintas: os homens que emprestam e os homens que pedem emprestado.
Por Charles LambO Brasil reconhece a minha glória, me incensa, me acha formidável, mas ignora o principal de minha obra. Gostaria de saber o motivo, mas não posso perder tempo em descobri-lo.
Por Heitor Villa-LobosAcho um absurdo ter que discutir essas questões ainda hoje quando todos os cidadãos deveriam ter direitos e oportunidades iguais.
Por CherSe hoje consegui me desprender do bando, voar meu próprio voo, me tornando um líder que consegue conectar pessoas e inspirar nelas o desejo de voar mais alto, é porque um dia estive preso ao chão, sentindo o peso das asas que não conseguiam bater por conta própria.
Por Fernão BattistoniQuando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.
Por Luis Fernando Verissimo