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O AMOR NO COLO A dor não pede compreensão, pede respeito. Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda. Vejo homens que não têm coragem de terminar o relacionamento. Que não esclarecem que acabou. Que deixam que os outros entendam o que desejam entender. Que preferem fugir do barraco e do abraço esmurrado. Saem de mansinho, explicando que é melhor assim: não falar nada, não explicar, acontece com todo mundo. Encostam a porta de sua casa (não trancam) e partem para outra vida. Não é melhor assim. Não tem como abafar os ruídos do choro. O corpo não é um travesseiro. Seca com os soluços. Não é melhor assim. Haverá gritos, disputa, danos. É como beber um remédio, sem empurrar a colher para longe ou moldar cara feia. É engolir o gosto ruim da boca, agüentar o desgosto da falta do beijo. Será idiota recitar Vinicius de Moraes: "que seja infinito enquanto dure". A despedida não é lugar para poesia. Haverá uma estranha compaixão pelo passado, a língua recolhendo as lágrimas, o rosto pelo avesso. Haverá sua mulher batendo em seu peito, perguntando: "Por que fez isso comigo?" Haverá a indignação como última esperança. Haverá a hesitação entre consolar e brigar, entre devolver o corte e amparar. Vejo homens que somente encontram força para seduzir uma mulher, não para se distanciar dela. Para iniciar uma história, não têm medo, não têm receio de falar. Para encerrar, são evasivos, oblíquos, falsos. Mandam mensageiros. Não recolhem seus pertences na hora. Voltarão um novo dia para buscar suas coisas. Não toleram resolver o desespero e datar as lembranças. Guardam a risada histérica para o domingo longe dali. Mas estar ali é o que o homem precisa. Não virar as costas. Fechar uma história é manter a dignidade de um rosto levantado, ouvindo o que não se quer escutar. Espantado com o que se tornou para aquela mulher que amava. Porque aquilo que ela diz também é verdade. Mesmo que seja desonesto. Desgraçadamente, há mais desertores do que homens no mundo. Deveriam olhar fora de si. Observar, por exemplo, a dor de uma mãe que perde seu filho no parto. O médico colocará o filho morto no colo materno. É cruel e - ao mesmo tempo - necessário. Para que compreenda que ele morreu. Para que ela o veja e desista de procurá-lo. Para que ela perceba que os nove meses não foram invenção, que a gestação não foi loucura. Que o pequeno realmente existiu, que as contrações realmente existiram, que ela tentou trazê-lo à tona. Que possa se afastar da promessa de uma vida, imaginar seu cheiro e batizar seu rosto por um instante. Descobrir a insuportável e delicada memória que teve um fim, não um final feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim.

Por Fabrício Carpinejar

⁠(a dor nos traz anseios tolos – como fazer a Terra voltar meses, anos atrás, como fez aquele herói extraterrestre do filme e do álbum de figurinhas que juntos colávamos em muitas manhãs de domingo – ou olhar uma estrela e imaginar que você dorme em algum lugar ali por perto – e nos dá a medida do tempo e continuamos sem entender medida alguma, aguardando o barco retornar de Delfos para que possamos, também, nos despedir definitivamente desse nosso bosque liliputiano)

Por Fabiano Calixto

A memorização de dados corretos, no momento adequado, ajuda a viver melhor, fornece as informações úteis no momento justo. Um indivíduo criativo é um indivíduo completo, que não tem necessidade de estar sempre recorrendo a peritos para resolver seus problemas.

Por Bruno Munari

Filipenses, FP, 1:7, Aliás, é justo que eu assim pense de todos vocês, porque os trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos vocês são participantes da graça comigo.

Por Filipenses, Novo Testamento

Lucas, LC, 16:19, <J> - Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que se alegrava todos os dias com grande ostentação.</J>

Por Lucas, Novo Testamento

⁠"É preciso entregar-se de corpo e alma para que a verdade se entregue. A verdade serve apenas aos seus escravos."

Por A.D. Sertillanges

Uma Questão de Escolha O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las. Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples... Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer. É simples...

Por Padre Fábio de Melo

Ah, mosca de inverno - questão de dia ou de hora - seu último instante?

Por H. Masuda Goga

Marionete Se por um instante Deus se esquecesse De que sou uma marionete de trapo, E me presenteasse um pedaço de vida, Possivelmente não diria tudo o que penso, Mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, Senão pelo que significam. Dormiria pouco e sonharia mais, Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, Perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais se detêm, Despertaria quando os demais dormem, Escutaria enquanto os demais falam, e como Desfrutaria de um bom sorvete de chocolate... Se Deus me obsequiasse um pedaço de vida, Me vestiria com simplicidade, Me atiraria de bruços ao sol, Deixando descoberto, não somente meu corpo, Mas também minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração.... Escreveria meu ódio sobre o gelo, E esperaria que saísse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh Sobre as estrelas um poema de Benedetti, E uma canção de Serrat seria a serenata Que ofereceria à lua. Regaria com minhas lágrimas as rosas, Para sentir a dor de seus espinhos, E o encarnado beijo de suas pétalas... Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia Sem dizer à gente que quero que a quero. Convenceria a cada mulher e homem De que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens provaria quão equivocados estão ao pensar Que deixam de enamorar-se quando envelhecem, Sem saber que envelhecem Quando deixam de se enamorar. A uma criança daria asas, mas deixaria Que ela aprendesse a voar sozinha. Aos velhos, a meus velhos, ensinaria que a morte Não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi de vocês, homens.... Aprendi que o mundo todo quer viver no alto da montanha, Sem saber que a verdadeira felicidade está Na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém-nascido Aperta com seu pequeno polegar pela primeira Vez o dedo de seu pai, O tem amarrado para sempre. Aprendi que um homem unicamente tem direito de olhar Outro homem de cima para baixo, Quando o tiver ajudado a se levantar. São tantas coisas as que pude aprender de vocês, Mas finalmente de muito não haverão de servir Porque quando me guardem dentro desta maleta, Infelizmente estaria morrendo...

Por Johnny Welch

Números, NM, 1:49, ´Somente não faça a contagem da tribo de Levi, nem levante o censo deles entre os filhos de Israel.

Por Números, Antigo Testamento