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Sinto na minha cabeça a velocidade do giro da terra, e todos os países e todas as pessoas giram dentro de mim.
Por Álvaro de CamposProvérbios, PV, 4:26, Faça plana a vereda de seus pés, para que todos os seus caminhos sejam retos.
Por Provérbios, Antigo TestamentoAGRESTE AZUL E ALARANJADO Paz de espírito e clima de Agreste Com vento bom de fazenda Num alpendre celeste E uma rede de renda. Passarinho assobiando Junto com o sol de fim de tarde E o vento perambulando Desprovido de vaidade. E o vento... O vento do Agreste é afetivo Como carinho de avô Aquele carinho sem motivo Ou melhor, o único motivo é o amor. E o cheiro de mato verde Correndo solto na campina Aprisionado pelo vento E pelo perfume... Da morena-menina. E um gosto alegre de milho verde Assado e cozinhado E mesmo sendo do céu O sabor é um pecado. E o som da poesia Musicada com a alegria Do xote e do baião Do forró e do xaxado. E o céu... O céu do Agreste Cenário azul e alaranjado Onde a tarde beija a noite E o sol dorme enluarado. Eita!... Que saudade do Agreste Do Agreste que vive em mim E esse... Esse nunca terá fim!...
Por Bruno BezerraComo dizia Hermann Hesse, cada ser humano é responsável por seu jardim e pinta em sua mente a aquarela do que deseja ser. Quando deixamos de depender dos outros e de nos comparar a eles, descobrimos que somos donos da nossa vida.
Por Allan PercyII Samuel, 2SM, 18:22, Porém Aimaás, filho de Zadoque, tornou a falar com Joabe: - Aconteça o que acontecer, deixe-me também correr atrás do etíope. Joabe perguntou: - Por que você quer correr, meu filho, se não terá recompensa pela notícia?
Por II Samuel, Antigo TestamentoNúmeros, NM, 4:16, - Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, terá a seu encargo o azeite da iluminação, o incenso aromático, a oferta contínua de cereais e o óleo da unção; sim, terá a seu encargo todo o tabernáculo e tudo o que nele há, o santuário e os móveis.
Por Números, Antigo TestamentoA última regra é a maior de todas: esta família precisa se divertir como nunca.
Por Dia do sim (filme)O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação. A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz “Fiquei muito satisfeito com você” ou “Estou muito satisfeita com seu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é alguém dizer “seu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”. Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, nos deixa insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue? Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio. Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando… Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2013, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente. Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…
Por Mario Sergio Cortella