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Daniel, DN, 2:42, Como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim, por um lado, o reino será forte e, por outro, será frágil.
Por Daniel, Antigo TestamentoJó, JÓ, 8:7, O seu primeiro estado parecerá pequeno comparado com a grandeza do seu último estado.`
Por Jó, Antigo TestamentoO homem, a guerra, o desastre e o infortúnio “Que estranho bicho o homem. O que ele mais deseja no convívio inter-humano não é afinal a paz, a concórdia, o sossego coletivo. O que ele deseja realmente é a guerra, o risco ao menos disso, e no fundo o desastre, o infortúnio. Ele não foi feito para a conquista de seja o que for, mas só para o conquistar seja o que for. Poucos homens afirmaram que a guerra é um bem (Hegel, por exemplo), mas é isso que no fundo desejam. A guerra é o perigo, o desafio ao destino, a possibilidade de triunfo, mas sobretudo a inquietação em ação. Da paz se diz que é podre, porque é o estarmos recaídos sobre nós, a inatividade, a derrota que sobrevém não apenas ao que ficou derrotado, mas ainda ou sobretudo ao que venceu. O que ficou derrotado é o mais feliz pela necessidade iniludível de tentar de novo a sorte. Mas o que venceu não tem paz senão por algum tempo no seu coração alvoroçado. A guerra é o estado natural do bicho humano, ele não pode suportar a felicidade a que aspirou. Como o grupo de futebol, qualquer vitória alcançada é o estímulo insuportável para vencer outra vez. Imaginar o mundo pacificado em aceitação e contentamento consigo é apenas o mito que justifique a continuação da guerra. A paz é insuportável como a pasmaceira. Nas situações mais vulgares, nós vemos a imperiosa necessidade de desafiar, irritar, provocar, agredir, sem razão nenhuma que não seja a de agitar a quietude, destruir a estagnação, fazer surgir o risco, a aventura. É o que leva o jogador a jogar, mesmo que não necessite de ganhar, pelo puro prazer de saborear o poder perder para a hipótese de não perder e ganhar. A excelência de nós próprios só se entende se se afirmar sobre o que o não é. Numa sociedade de ricaços ninguém era feliz. Seria então necessário que por qualquer coisa houvesse alguns felizes sobre a infelicidade dos outros. O homem é o lobo do homem para que este possa ser o cordeiro daquele. Nenhuma luta se destina a criar a justiça, mas apenas a instaurar a injustiça. O homem é um ser sem remédio. Todo o remédio que ele quiser inventar é só para sobrepor a razão ao irracional que de fato é. Toda a história das guerras é uma parada de comédia para iludir a sua invencível condição de tragédia. A verdade dele é o crime. E tudo o mais é um pretexto para o disfarçar. A fábula do lobo e do cordeiro já disse tudo. A superioridade do homem sobre o lobo é que ele tem mais imaginação para inventar razões. A superioridade do homem sobre o lobo é que ele tem mais hábitos de educação. E a razão é uma forma de sermos educados.” Vergílio Ferreira, in Conta-Corrente IV
Por Vergílio FerreiraIsaías, IS, 10:12, Por isso, quando o Senhor tiver acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então castigará a arrogância do coração do rei da Assíria e o excessivo orgulho dos seus olhos.
Por Isaías, Antigo TestamentoSalmos, SL, 80:13, O javali da selva a devasta, e os animais do campo se alimentam dela.
Por Salmos, Antigo TestamentoAs mentiras são uma pequena fortaleza onde você pode se sentir seguro e poderoso. Dentro de sua pequena fortaleza de mentiras, você tenta governar sua vida e manipular os outros. Mas a fortaleza precisa de muros, por isso você constrói alguns. Os muros são as justificativas para suas mentiras. Você sabe, como se estivesse fazendo isso para proteger alguém que você ama ou para impedir que essa pessoas sinta dor. Qualquer coisa que funcione para que você se sinta bem com as mentiras.
Por A CabanaSorrir nunca foi fácil. Cresço com a boca miúda e ainda não gosto de piadas. Conservo a interrogação quando de frente ao espelho: como pode ser tão diferente o frontal do perfil? E me pergunto, desde lá se todos enxergamos as mesmas coisas se a língua não é tão só um mesmo código para coisas distintas se entre mim e você não há um abismo sem solução. O que sei é o que não sei sobre projetos de futuro. E mesmo assim escrevo cartas (funcionam melhor que espelhos) para meu próprio endereço. Me respondo como se já tivesse arquivado toda a memória e pudesse confortar confrontar o porvir. Quando escrevo me passo a limpo sem riscar as imperfeições. A infância ainda gravita em mim. Não só a minha, mas outras que vêm com músicas sub-reptícias, por um atalho por onde atravessam com a velocidade incalculável do tempo. Dar nome às coisas: primeiro passo torto até que se deseje as coisas puras sem auxílio de som — a rosa única a pedra que se sabe pedra. Segundo passo, falho: inominar. Nos retratos guardamos nos olhos o vidro dos olhos do gato a cama ainda desfeita a última tempestade e o escuro do que virá. [Colher nas mãos o que das mesmas mãos se extinguiu: pedra papel tesoura.]
Por Laura LiuzziTodo o homem saudável consegue ficar dois dias sem comer - sem a poesia, jamais.
Por Charles Baudelaire