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Capítulo VIII Razão contra Sandice Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava à casa, e convidava a Sandice a sair, clamando, e com melhor jus, as palavras de Tartufo: La maison est à moi, c´est à vous d'en sortir. Mas é sestro antigo da Sandice criar amor às casas alheias, de modo que, apenas senhora de uma, dificilmente lha farão despejar. É sestro; não se tira daí; há muito que lhe calejou a vergonha. Agora, se advertirmos no imenso número de casas que ocupa, umas de vez, outras durante as suas estações calmosas, concluiremos que esta amável peregrina é o terror dos proprietários. No nosso caso, houve quase um distúrbio à porta do meu cérebro, porque a adventícia não queria entregar a casa, e a dona não cedia da intenção de tomar o que era seu. Afinal, já a Sandice se contentava com um cantinho no sótão. – Não, senhora, replicou a Razão, estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada, o que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao resto. – Está bem, deixe-me ficar algum tempo mais, estou na pista de um mistério... – Que mistério? – De dois, emendou a Sandice; o da vida e o da morte; peço-lhe só uns dez minutos. A Razão pôs-se a rir. – Hás de ser sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... E dizendo isto, travou-lhe dos pulsos e arrastou-a para fora; depois entrou e fechou-se. A Sandice ainda gemeu algumas súplicas, grunhiu algumas zangas; mas desenganou-se depressa, deitou a língua de fora, em ar de surriada, e foi andando...
Por Machado de AssisPergunto-me como te vais sentir quando descobrires que fui eu que escrevi isto em vez de ti, que fui eu que me levantei cedo para me sentar na cozinha e mencionar com uma caneta as janelas ensopadas pela chuva, o papel de parede com heras, o peixe-dourado circulando no aquário. Vá lá, dá a volta, morde o lábio e arranca a página, mas, escuta - era só uma questão de tempo até que um de nós casualmente reparasse nas velas apagadas no relógio murmurando na parede. Para além disso, nada ocorreu nessa manhã – uma canção na rádio, um carro assobiando na estrada lá fora – e eu simplesmente pensando no saleiro e no pimenteiro colocados lado a lado num mantel individual. Perguntei-me se se haviam feito amigos depois de todos estes anos ou se ainda eram estranhos um para o outro como tu e eu que conseguimos ser conhecidos e desconhecidos um para o outro ao mesmo tempo – eu a esta mesa com uma fruteira de pêras, tu encostado algures na entrada de uma casa junto a umas hortênsias azuis lendo isto.
Por Billy CollinsA falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho.
Por Fiódor DostoiévskiAtos, AT, 25:11, Se de fato pratiquei algum mal ou crime digno de morte, estou pronto para morrer. Se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém pode me entregar a eles. Apelo para César.
Por Atos, Novo TestamentoI Crônicas, 1CR, 15:26, E visto que Deus ajudou os levitas que levavam a arca da aliança do Senhor, ofereceram em sacrifício sete novilhos e sete carneiros.
Por I Crônicas, Antigo TestamentoFilipenses, FP, 3:12, Não que eu já tenha recebido isso ou já tenha obtido a perfeição, mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.
Por Filipenses, Novo TestamentoJeremias, JR, 6:5, Levantem-se, e vamos atacar de noite e destruir as suas fortalezas.`
Por Jeremias, Antigo Testamento