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Só não terminaram porque a Irene tinha mais medo da solidão que da frustração afetiva. Livro: fim
Por Fernanda TorresÉramos artistas. E os artistas e músicos clássicos estavam só três degraus acima da sujeira. (America Singer)
Por Kiera CassMeu pai diz que somos os mais cruéis com quem amamos, porque sabemos que ainda vão nos amar.
Por Delphine de ViganSou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível
Por Herman HesseMe sinto muito atraída por você. Cansei de guardar isso só pra mim e quis te dizer.
Por Amor e Morte (série)Já imaginou que absurdo Você viver sem o que mais ama no mundo Tirar a farda do soldado A lei do advogado Acho que você já entendeu O que eu queria dizer
Por Fernando e SorocabaEU SEI, MAS NÃO DEVIA A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora, a tomar café correndo porque está atrasado. A gente se acostuma a ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo na viagem, a comer sanduíches porque não tem tempo para almoçar. A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e assistir comerciais. A gente se acostuma a lutar para ganhar dinheiro, a ganhar menos do que precisa e a pagar mais do que as coisas valem. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não a das janelas ao redor. A gente se acostuma a não abrir de todo as cortinas, e a medida que se acostuma, esquece o sol, o ar, a amplidão. A gente se acostuma à poluição, à luz artificial de ligeiro tremor, ao choque que os olhos levam com a luz natural. A gente se acostuma às bactérias da água potável, à morte lenta dos rios, à contaminação da água do mar. A gente se acostuma à violência, e aceitando a violência, que haja número para os mortos. E, aceitando os números, aceita não haver a paz. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza para preservar a pele. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde por si mesma. A gente se acostuma, eu sei, mas não devia.
Por Marina Colasanti