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⁠A literatura é mentir bem a verdade.

Por Juan Carlos Onetti

Esdras, ED, 8:33, No quarto dia, pesamos, no templo do nosso Deus, a prata, o ouro e os objetos e os entregamos a Meremote, filho do sacerdote Urias. Com ele estavam Eleazar, filho de Fineias, e os levitas Jozabade, filho de Jesua, e Noadias, filho de Binui.

Por Esdras, Antigo Testamento

⁠Então ele descobriu que as rotinas eram cruciais. Elas eram como bóias nas quais ele podia se segurar para se manter à tona.

Por Clare Pooley

Josué, JS, 13:33, Porém à tribo de Levi Moisés não deu herança; o Senhor, Deus de Israel, é a sua herança, como já lhe tinha dito.

Por Josué, Antigo Testamento

AS VIRTUDES QUE O SÉCULO 21 PERDEU O século 21 está aí, acordando juntinho da gente todos os dias. Puxando a colcha para o seu lado, no intuito de angariar ótimas noites de sono, enquanto nos deixa descobertos e carentes sobre um colchão frio. Ele nunca nos abraça, não tem tempo para conversar conosco. Seu café da manhã consta apenas de chá de bites e torradas com chip. É um parceiro que não admite divórcio, portanto precisamos manter esta relação até que a indefectível morte nos separe. Ou, quem sabe, uma miragem em 3D nos projete para o paraíso das conjugalidades virtuais. Ignora-se o porquê de termos decidido juntar nossas escovas de dente com as manias decorrentes desta era. Mas não havia outro jeito, pois ainda não inventaram uma máquina do tempo que, por exemplo, nos conduza às invenções em série do século 19. Ah, e que nos deixe, importa o adendo, prazerosamente flanando por lá. De preferência, aliás, na charmosa Paris, de braços dados com refinada companhia poética. Ninguém menos que Baudelaire, o pintor da modernidade, junto de quem desvendaremos as atrações das sedutoras ruas da Rive Gauche, todas em burburinho com as novas vitrines, cafeterias e galerias. Lindo assistir ao espreguiçamento e acordar da urbanidade, imersa nas surpresas das artes, na pintura, no fascínio do cinema, nos carros que principiavam, desajeitados, a compor um tráfego de veículos ainda tímido e desordenado nas cidades. Talvez dar um pulo até Viena ou Berlim e desfrutar também da construção do fascínio de uma época prenhe de artistas filósofos, músicos e escritores imorredouros. Após examinar o quadro desenhado nos parágrafos acima, é possível que você comece a desfiar um rosário sobre as inegáveis e extensas vantagens embutidas na época atual. Velocidade, agilidade, plena facilidade de acesso a marcas, produtos e serviços, só para ilustrar. O convívio mágico e hipnótico com a internet nos faculta hoje, desde compras e pesquisas variadíssimas, distantes somente alguns cliques da realidade — como o aprendizado gratuito de um idioma exótico, de nossa preferência, como o mandarim. Se fizéssemos uma lista da feérie intrínseca à aceleração dos dias vigentes, ela certamente preencheria dezenas de páginas. Caso a gente queira adquirir qualquer coisa — como os préstimos de fornecedores diversificados, incluindo-se os da esfera sexual — e se encontre, nesta ocasião, num local fixo, não precisa usar o telefone. Nem tampouco sair de casa e abandonar o fatídico ângulo de 90º, próprio de quando estamos sentados a navegar, feito múmias semiparalíticas com extenuantes caibras nos dedos. Sente fome? Reivindique o prato preferido da sua gula online. Experimentou uma pulsional vontade de transar? Então baixe com facilidade aplicativos disponíveis para o seu smartphone ou visite redes sociais especificas, centradas no unidunitê — o parceiro #dahora é você. Pirou geral? Terapias de garantida eficácia se apresentam ao seu cardápio de escolhas, acenando préstimos mediante módicas quantias acordadas por você em meio a desabafos no Skype ou demais programas de voz. Antigamente ouvia-se comentar das ficções do gênio de Aladim, residentes em nossas fantasias e responsáveis pela mais absoluta certeza de realização de nossos pitorescos desejos. Agora, entretanto, descartamos esta história e a condenamos ao lixo das inconveniências. Paciência, compreensão, foco, concentração, solidariedade e delicadezas diversas. Virtudes fora de uso, abandonadas por sua inadequação atual e recolhidas aos baús da ética, dos mandamentos relacionais envoltos pelo mofo dos tempos. Hoje a ordem é correr, descartar, apegar-se aos ditames da provisoriedade, ambicionar o enxerto de braços elásticos que nos permitam abranger ambições infinitas. Criar raízes, pra quê? As árvores já cuidam dessa tarefa para a mãe natureza. Nossos maiores interesses hoje residem em mantermos a constante mobilidade dos ciganos digitais. Apaixonarmo-nos perdidamente pelos últimos gadgets disponíveis no voraz mercado das tecnologias de ponta, que despontam, sem cessar, causando fortes comichões nos setores de compras avulsas espremidos em nosso cérebro. E o namoro, a corte, os beijos demorados de tão molhados, os sarros sem hora de acabarem, aperitivos acalentadores das relações a dois — aonde foram parar? O companheirismo, a lealdade, as parcerias cúmplices, aonde se esconderam? “Certamente, em algum lugar do passado”, responderá alguém com indisfarçável irritação. Outra pessoa acrescentará, casualmente: “Dirija-se ao Brechó dos Corações Bregas — que fica no Vale dos Sonhos Sem Noção, ao final da Rua Sem Piedade, logo à direita do Armazém das Nostalgias”. Boa dica, essa. Adicione o endereço ao seu GPS e voe até lá.

Por Graça Taguti

Números, NM, 16:47, Arão pegou o incensário, como Moisés lhe havia falado, e correu para o meio da congregação. Eis que a praga já havia começado entre o povo. Arão colocou incenso nele e fez expiação pelo povo.

Por Números, Antigo Testamento

⁠Senhor abençoa cada pessoa que está lendo essa mensagem e não deixe que percam a esperança de dias melhores... Derrama da tua graça e mostre todo seu poder, dando-lhes muita paz, saúde e muito amor. Boa Noite!

Por Débora Ap Moreno - Instagram - debora.mensagemdedeus

A irracionalidade do futebol faz um bem imenso. Quando você se vê, você é outro.

Por Boris Fausto

A verdadeira felicidade custa pouco; sendo cara, é porque a sua qualidade não presta.

Por François Chateaubriand

⁠Estar perto de alguém significava que todo o ritmo de vida daquela pessoa estava sincronizado com o seu, significava que cada corpo tinha que aprender a responder instintivamente ao outro, aos seus gestos e maneirismos, às mudanças sutis na cadência da sua fala e marcha, de modo que todos os movimentos de uma pessoa gradualmente chegaram a estar em harmonia subconsciente com os da outra.

Por Anuk Arudpragasam