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Os livros estão sempre sós. Como nós. Sofrem o terrível impacto do presente. Como nós. Têm o dom de consolar, divertir, ferir, queimar. Como nós. Calam a sua fúria com a sua farsa. Como nós. Têm fachadas lisas ou não. Como nós. Formosas, delirantes, horrorosas. Como nós. Estão ali sendo entretanto. Como nós. No limiar do esquecimento. Como nós. Cheios de submissão ao serviço do impossível. Como nós.
Por Ana HatherlyIsaías, IS, 65:14, os meus servos cantarão por terem o coração alegre, mas vocês gritarão pela tristeza do coração e uivarão pela angústia de espírito.
Por Isaías, Antigo TestamentoQuando Vier a Primavera Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é. (Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa)
Por Alberto CaeiroVocê julga livremente a vida de outras pessoas, mas fica ofendida quando está sendo julgada?
Por Hometown Cha-Cha-Cha (série)Diz que vai voltar pra mim quando a noite chegar Eu sei, falei te odeio, mas cê veio ligar E agora eu quero um tanto assim Você e o mar aqui só pra mim
Por Clara x SofiaFlores Azuis Digo tudo isso porque sempre me assusta esse vão, essa impossibilidade. Principalmente entre nós. Havia entre nós, sempre houve, um desencadeamento de conclusões falsas, de mal-entendidos. Eu dizia sempre, mas para você ou era ontem, ou era noite ou era tarde. Então, ao dizer sempre, na verdade eu dizia: a mais profunda noite, o ápice da madrugada, sem saber, sem nunca saber o que eu dizia. Porque a verdade é que a gente nunca sabe, como era possível dizer tudo aquilo sem nunca saber? E era uma sensação constante, isso de poder criar a qualquer momento, algo inimaginável. Como alguém que tem dupla personalidade, ou alguém que, à medida que vai se pronunciando, imediatamente vai esquecendo as palavras e vive sempre na iminência de uma tela em branco. E eu andava apreensiva achando que, a qualquer momento, alguma coisa aconteceria. Alguma coisa sempre acontecia".
Por Carola Saavedra