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I Crônicas, 1CR, 12:35, dos danitas, preparados para a batalha, vinte e oito mil e seiscentos;
Por I Crônicas, Antigo TestamentoVinho que não é meu... Das tramas urdidas do destino... De asas que em certas horas palpitam... Da teia que me encontro e não sinto... Bebendo em honra aos inimigos... Desta audácia, que dentre vós, me permito... Dos homens com fronteiras limitadas... Que não saem do sepulcro ao mundo dos vivos... Vinho que não é meu... Gosto amargo que sorvo com carinho... Súbito... Certamente pensariam: Ali vai um esquisito... Correram as cortinas e construíram... Um palco em desalinho... Para fazer do bobo da corte... Somente de zombarias o motivo... Porém contudo há de ser... Verão a mim sorrindo... Quem fui não me lembro... Quem serei não me interessa... Tudo é orgulho e inconstância... Que se inspira em mim a crença... De que tantos vieram e se foram... Quantos ainda verei mais? No silêncio da noite... No fragor do vento... O vinho amargo que me ofereces... Só me fortaleces... Bebo a ti e a todos... Sem pudor... Sem querências... Terás, enquanto a mim... Uma alma a todo gosto... Farei das cinzas frias... O meu jardim... Mais lindo... Sandro Paschoal Nogueira
Por Sandro Paschoal Nogueiraconspirações alguma coisa se desprende do meu corpo e voa não cabe na moldura do meu céu. sou náufrago no firmamento. o vento da poesia me conduz além de mimo sol me acende estrelas me suportam Odisseu nos subúrbios da galáxia. amor é o que me sabe e o que me sobra outro castelo que naufraga como tantos que a força do meu sonho quis transformar em catedrais. ilusões? ainda me restam duas dúzias. conspirações de amor, talvez não mais.
Por Geraldo CarneiroTem a premência de salvar, mas não é uma bóia, não provoca epifânias, e por isso nem é inspiração. Não provoca nada.
Por Fernanda YoungO que você persegue será seu... mas você perderá algo muito valioso. (Cait Sith)
Por Final Fantasy VIIA gente não tem como saber se vai dar certo. Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato -- pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente -- você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto –, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas. Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar – você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas -- mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz. Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não? Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte -- quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo -- o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão --, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.
Por Antonio PrataOs adultos precisam aprender a ser adultos. A maioria age como adolescente, não quer crescer, acredita em fórmulas mágicas de relacionamento.
Por Adam Phillips