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Esse teu jeitinho preguiçoso Conseguiu tocar meu coração Me deixou assim, bem fora de mim Logo eu, que sou difícil na paixão

Por Felícia Rock

Prejudica-se mais o progresso do espírito atribuindo mal as recompensas do que suprimindo-as.

Por Jean Alembert

João, JO, 5:3, Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos

Por João, Novo Testamento

⁠Eles teriam sorte em ter você.

Por Deadpool e Wolverine (filme)

O CORVO Certa vez, quando, à meia- noite eu lia, débil, extenuado, um livro antigo e singular, sobre doutrinas do passado, meio dormindo - cabeceando - ouvi uns sons trêmulos, tais como se leve, bem de leve, alguém batesse à minha porta. É um visitante", murmurei, "que bate leve à minha porta. Apenas isso, e nada mais." Bem me recordo! Era em dezembro. Um frio atroz, ventos cortantes... Morria a chama no fogão, pondo no chão sombras errantes. Eu nos meus livros procurava - ansiando as horas matinais - um meio (em vão) de amortecer fundas saudades de Lenora, - bela adorada, a quem, no céu, os querubins chamam Lenora, e aqui, ninguém chamará mais. E das cortinas cor de sangue, um arfar soturno, e brando, e vago causou-me horror nunca sentido, - horror fantástico e pressago. Então, fiquei (para acalmar o coração de sustos tais) a repetir: "É alguém que bate, alguém que bate à minha porta; Algum noturno visitante, aqui batendo à minha porta; é isso! é isso e nada mais!" Fortalecido já por fim, brado, já perdendo a hesitação: "Senhor! Senhora! quem sejais! Se demorei peço perdão! Eu dormitava, fatigado, e tão baixinho me chamais, bateis tão manso, mansamente, assim de noite à minha porta; que não é fácil escutar. Porém só vejo, abrindo a porta, a escuridão, e nada mais. Perquiro a treva longamente, estarrecido, amedrontado, sonhando sonhos que, talvez, nenhum mortal haja sonhado. Silêncio fúnebre! Ninguém. De visitante nem sinais. Uma palavra apenas corta a noite plácida: - "Lenora!". Digo-a em segredo, e num murmúrio, o eco repete-me - "Lenora!" Isto, somente - e nada mais. Para o meu quarto eu volto enfim, sentindo n'alma estranho ardor, e novamente ouço bater, bater com mais vigor. "Vem da janela", presumi, "estes rumores anormais. Mas eu depressa vou saber donde procede tal mistério. Fica tranqüilo, coração! Perscruta, calmo, este mistério. É o vento, o vento e nada mais!" Eis, de repente, abro a janela, e esvoaça então, vindo de fora, um Corvo grande, ave ancestral, dos tempos bíblicos, - d'outrora! Sem cortesias, sem parar, batendo as asas noturnais, ele, com ar de grão-senhor, foi, sobre a porta do meu quarto, pousar num busto de Minerva, - e sobre a porta do meu quarto quedou, sombrio, e nada mais. Eu estava triste, mas sorri, vendo o meu hóspede noturno tão gravemente repousado, hirto, solene e taciturno. "Sem crista, embora" - ponderei -, "embora ancião dos teus iguais, não és medroso, ó Corvo hediondo, ó filho errante de Plutão! Que nobre nome é acaso o teu, no escuro império de Plutão?" E o Corvo disse: "Nunca mais!" Fiquei surpreso - pois que nunca imaginei fosse possível ouvir de um Corvo tal resposta, embora incerta, incompreensível, e creio bem, em tempo algum, em noite alguma, entes mortais viram um pássaro adejar, voando por cima de uma porta, e declarar (do alto de um busto, erguido acima de uma porta) que se chamava "Nunca mais". Porém o Corvo, solitário, essas palavras só murmura, como que nelas refletindo uma alma cheia de amargura. Depois concentra-se e nem move - inerte sobre os meus umbrais - uma só pena. Exclamo então: "Muitos amigos me fugiram... Tu fugiras pela manhã, como os meus sonhos me fugiram..." Responde o Corvo: "Oh! Nunca mais!" Pasmo, ao varar o atroz silêncio uma resposta assim tão justa, e digo: "Certo, ele só sabe essa expressão com que me assusta. Ouviu-a, acaso, de algum dono, a quem desgraças infernais hajam seguido, e perseguido, até cair nesse estribilho, até chorar as ilusões com esse lúgubre estribilho de - "nunca mais! oh! nunca mais!". De novo, foram-se mudando as minhas mágoas num sorriso... Então, rodei uma poltrona, olhei o Corvo, de improviso, e nos estofos mergulhei, formando hipóteses mentais sobre as secretas intenções que essa medonha ave agoureira - rude, sinistra, repulsiva e macilenta ave agoureira, - tinha, grasnando "Nunca mais". Mil coisas vagas pressupus... Não lhe falava, mas sentia que me abrasava o coração o duro olhar da ave sombria. ... E assim fiquei, num devaneio, em deduções conjeturais, minha cabeça reclinando - à luz da lâmpada fulgente nessa almofada de veludo, em que ela, agora, - à luz fulgente -, não mais descansa - ah! nunca mais. Subitamente o ar se adensou, qual se em meu quarto solitário, anjos pousassem, balançando um invisível incensário. "Ente infeliz" - eu exclamei. - "Deus apiedou-se dos teus ais! Calma-te! calma-te e domina essas saudades de Lenora! Bebe o nepente benfazejo! Olvida a imagem de Lenora! E o Corvo disse: "Nunca mais." "Profeta!" - brado. "Anjo do mal, Ave ou demônio mais irreverente que a tempestade, ou Satanás, aqui lançou tragicamente, e que te vês, soberbo, nestes desertos areais, nesta mansão de eterno horror! Fala! responde ao certo! Fala! Existe bálsamo em Galaad? Existe? Fala, ó Corvo! Fala!" E o Corvo disse: "Nunca mais." "Profeta!" - brado. "Anjo do mal, Ave ou demônio irreverente, dize, por Deus, que está nos céus, dize! eu to peço humildemente, dize a esta pobre alma sem luz, se lá nos páramos astrais, poderá ver, um dia, ainda, a bela e cândida Lenora, amada minha, a quem, no céu, os querubins chamam Lenora!" E o Corvo disse: "Nunca mais." "Seja essa frase o nosso adeus" - grito, de pé, com aflição. "Vai-te! Regressa à tempestade, à noite escura de Plutão! Não deixes pluma que recorde essas palavras funerais! Mentiste! Sai! Deixa-me só! Sai desse busto junto à porta! Não rasgues mais meu coração! Piedade! Sai de sobre a porta!" E o Corvo disse: "Nunca mais." E não saiu! e não saiu! ainda agora se conserva pousado, trágico e fatal, no busto branco de Minerva. Negro demônio sonhador, seus olhos são como punhais! Por cima, a luz, jorrando, espalha a sombra dele, que flutua... E a alma infeliz, que me tombou dentro da sombra que flutua, não há de erguer-se, "Nunca mais".

Por Edgar Allan Poe

⁠Presença A falta que me faz tua presença É mil vezes maior que a solidão. Como se até Deus me diga não, Inda que eu Lhe prove minha crença.   Não há no mundo alguém que me convença, Que eu possa viver longe de ti. E ao voltar, no tempo, o que vivi, Creio que não mereça tal sentença.   A tua ausência, sombra da saudade, Partiu meu coração pela metade, Mas não deixou, pra mim, uma sequer.   Me deixou simplesmente o vazio, Que encho quando, à noite, vem o frio E amorna o teu fogo de mulher.   Herculano Alencar

Por Herculano Alencar

Salmos, SL, 49:17, pois, quando morrer, nada levará consigo, a sua glória não o acompanhará.

Por Salmos, Antigo Testamento

E mesmo que pareça tolo e sem sentido... eu ainda brigo por sonhos... eu ainda brigo.

Por Os Paralamas do Sucesso

Pobre coração! Te lamentas de que não sabes orar? Podes ver tua miséria? Deus te há mostrado que por natureza está debaixo da maldição de sua Lei? Se assim for, não erres; sei que gemes, e de fato, mui amargamente. Estou persuadido de que apenas não podes fazer qualquer coisa em seu trabalho diário sem que a oração brote de teu peito. Não subiram teus lamentos aos céus desde de todos os cantos da tua casa? Sei que é assim; e também teu próprio coração pesaroso testifica de tuas lágrimas, do esquecimento de tua vocação etc. Não é verdade que o teu coração está tão cheio de desejos pelas coisas da outra vida, que às vezes te esqueces até mesmo deste mundo?

Por John Bunyan

Apaguei a luz do meu quarto Pra ficar com você dentro de mim Quando parei de olhar pro céu, Vi em que estrada te perdi E apaguei a luz do meu rastro Pra não saber do caminho onde eu passo Vivendo de coisas esquecidas e lembradas Não pude ver meu futuro nos seus olhos escuros Então fiquei com você pra sempre abraçada Até acabar a madrugada e amanhecer em julho.

Por Ana Carolina