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"Os grandes escritores têm a sua língua, os medíocres, a sua gramática"

Por José Lins do Rego

⁠Gratidão é uma palavra que carrega em si o verdadeiro sentido do reconhecimento e revela a beleza de uma boa atitude.

Por Ronaldo Rodrigues da Silva

"A arma final é o espírito humano, todo o resto é apenas acessório".

Por John Steinbeck

Marcos, MC, 10:20, Então o homem respondeu: - Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude.

Por Marcos, Novo Testamento

Nunca me dê o Céu...Quero é sonhar com ele na inquietação feliz do Purgatório.

Por Mario Quintana

Será que a liberdade é uma bobagem?... Será que o direito é uma bobagem?... A vida humana é alguma coisa a mais que ciências, artes e profissões. E é nessa vida que a liberdade tem um sentido,e o direito dos homens. A liberdade não é um prêmio, é uma sanção. Que há de vir .

Por Mário de Andrade

Das Utopias Não desças os degraus do sonho Para não despertar os monstros. Não subas aos sótãos - onde Os deuses, por trás das suas máscaras, Ocultam o próprio enigma. Não desças, não subas, fica. O mistério está é na tua vida! E é um sonho louco este nosso mundo... Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora A mágica presença das estrelas! Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas...

Por Mario Quintana

Os Três Mal-Amados O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina. O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos. Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina. O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água. O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome. O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel. O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso. O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Por João Cabral de Melo Neto

Pois essas criaturas são, em sua maioria, maldosas e assassinas por natureza, só capazes de tolerar os outros se se assemelharem a elas, capazes de se massacrarem devido a pequenas diferenças na pigmentação da pele ou no aspecto. Além disso, não toleram as pessoas que não pensam como elas. Embora saibam perfeitamente, em teoria, que a superfície do globo habitado é dividida em, ilhares de zonas, cada qual com seu sistema de crença religiosa ou científica, e embora saibam perfeitamente que é por acaso que algum indivíduo entre eles nasce esta ou naquela zona, esta ou aquela zona de crença, esse conhecimento teórico não os impede de odiar os estrangeiros em sua determinada região, e, se não os molestam, então os isolam de todos os modos possíveis... (Roteiro para um passeio ao inferno)

Por Doris Lessing

A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar.

Por Dom Hélder Câmara