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⁠Moça bonita que sorri a dor já passou Venha dançar que a vida é só delicadeza

Por Ana Cacimba

Preso à minha classe e a algumas roupas,Vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me'? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobrefundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova.As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. Vomitar esse tédio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida. Todos os homens voltam para casa. Estão menos livres mas levam jornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem. Crimes da terra, como perdoá-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Ração diária de erro, distribuída em casa. Os ferozes padeiros do mal.Os ferozes leiteiros do mal. Pôr fogo em tudo, inclusive em mim. Ao menino de 1918 chamavam anarquista. Porém meu ódio é o melhor de mim. Com ele me salvoe dou a poucos uma esperança mínima. Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Por Carlos Drummond de Andrade

A higiene é filha de podridões seculares.

Por Machado de Assis

Não eu não consigo acreditar no que aconteceu , é um sonho meu,nada se apagou Não é impossível não consigo viver sem você, volte e venha ver,tudo em mim mudou Eu já não consigo mais viver dentro de mim, e... viver assim é quase morrer Venha me dizer sorrindo que você brincou e que ainda é meu, só meu o seu amor Hoje mais um dia de tristeza para mim passou, nem o meu olhar nada se alegrou Sinto-me perdido no vazio que você deixou, nada quero ser, já nem sei quem sou Eu já não consigo mais viver dentro de mim, e.. viver assim é quase morrer Venha me dizer sorrindo que você brincou e que ainda é meu, só meu o seu amor

Por Fábio Jr.

Números, NM, 8:20, E assim fizeram Moisés, Arão e toda a congregação dos filhos de Israel com os levitas. Segundo tudo o que o Senhor havia ordenado a Moisés a respeito dos levitas, assim lhes fizeram os filhos de Israel.

Por Números, Antigo Testamento

Para se realizar uma atividade qualquer, é preciso considerá-la útil e importante. Por isso, qualquer que seja a situação de um ser humano, ele formará da vida social um conceito que lhe permita encarar a sua atividade como importante e útil. Imagina-se sem razão que os ladrões, os assassinos, os espiões e as prostitutas julgam desfavoravelmente a sua profissão e se envergonham dela. Nada disso. As pessoas que são colocadas pelo destino ou pelos seus próprios erros em determina situação, por muito repreensível que seja, constroem uma concepção geral da vida onde a sua situação particular aparece eminentemente útil e respeitável. Com o fim de sustentar os seus pontos de vista, apoiam-se instintivamente num determinado meio que admite a concepção geral de vida por que optaram e o papel que desempenham, em particular, nesse tipo de vida. Causa-nos surpresa vermos ladrões orgulharem-se da sua destreza, prostitutas de sua corrupção, assassinos da sua crueldade. Mas só nos surpreendemos na medida em que, sendo o meio em que essa gente vive muito limitado, permanecemos à margem dele. E, no entanto, não se produz o mesmo fenômeno entre os ricos que se orgulham das suas vitórias, ou melhor, dos seus crimes, e entre os poderosos que se orgulham do seu poder, ou seja, da sua tirania? Se não chegarmos a reparar que essas personagens, procurando justificar as respectivas situações, têm da vida, do bem e do mal, uma concepção corrompida, é apenas porque o círculo daqueles que a adotaram cada vez mais se amplia, a ponto de nós próprios estarmos incluídos. Leon Tolstoi, in Ressurreição

Por Leon Tolstói

Ninguém me conhece, eu sou frio Trilhei minha vida completamente sozinho A culpa é somente minha É o caminho que eu escolhi.

Por Eminem

⁠Os mortos não podem dar ordens; eles só podem sussurrar.

Por Edgar Cantero

"o pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança..."

Por António Gedeão

Os golpes da adversidade são terrivelmente amargos, mas nunca estéreis.

Por Ernest Renan