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O instinto de amar um objeto demanda a destreza em obtê-lo, e se uma pessoa pensar que não consegue controlar o objeto e se sentir ameaçado por ele, ela age contra ele.
Por Sigmund FreudJosué, JS, 7:21, Quando vi entre o despojo uma boa capa babilônica, uns dois quilos e meio de prata e uma barra de ouro pesando mais de meio quilo, cobicei essas coisas e as peguei para mim; e eis que estão escondidas na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.
Por Josué, Antigo TestamentoEzequiel, EZ, 40:17, Ele me levou ao átrio exterior, e eis que havia nele câmaras e um pavimento em volta de todo o átrio. Diante deste pavimento havia trinta câmaras.
Por Ezequiel, Antigo TestamentoSalmos, SL, 51:16, Pois não te agradas de sacrifícios; do contrário, eu os ofereceria; e não tens prazer em holocaustos.
Por Salmos, Antigo TestamentoSalmos, SL, 47:1, Batam palmas, todos os povos; aclamem a Deus com vozes de júbilo.
Por Salmos, Antigo TestamentoAniversário No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer. No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma, De ser inteligente para entre a família, E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Por Álvaro de CamposNa minha infância, éramos nós duas contra o mundo. Aquele rosto lindo. Todo mundo sempre a notava.
Por Ginny e Georgia (série)Tomo partido Eu tomo partido O partido das mulheres pretas Mulheres como eu Quando saem de suas casas São arrastadas em carro de polícia Mulheres como eu Quando exigem seus direitos no trabalho São arrastadas com algemas da polícia Mulheres como eu Quando atuam na política governamental São alvejadas sem investigação da Polícia Mulheres como eu Choram a morte do filho Que saía para a escola Mulheres como eu Choram a morte do filho Que brincava na calçada Mulheres como eu Choram a morte do filho Que soltava pipa no domingo Mulheres como eu Esperam pelo marido que não volta pra casa Mulheres como eu Vivem com medo de que o marido não volte pra casa Mulheres como eu Sofrem com o marido quando não pode voltar pra casa Mulheres como eu vivem de luto e de luta Defendem a honra da família tradicional brasileira sem pai Defendem o prato cheio na mesa Não se rendem na guerra E vencem cada batalha armadas da própria carne
Por Jéssica Regina (poeta)O que dá mais raiva A garota comia sardinha e arrotava caviar, adorava gabar-se entre amigas do Audi A3 Sportback vermelho que você comprou e não pagava uma caixa de fósforos. Essa vai ser fácil esquecer! A gatinha tinha ciúme até da dona Silvina, sua vizinha que só se alimenta através de sonda, dá pra contar nos dedos do Lula quantas baladas na companhia dela não terminaram em auê e você vivia na iminência de ser o próximo ator principal do teste de fidelidade da Márcia Goldschmidt. Um beijo e adeus! Sua ex-namorada dava pelota até para o Adamastor, o porteiro do seu prédio, contava mais homens que o Romário gols e a arquibancada geral do time da cidade já tinha cânticos personalizados com o nome da ninfa. Essa raiva vai passar! Quando a gente ama, mas os defeitos são condenáveis, fica mais acessível esquecer. Perverso é omitir de nós mesmos, uma mulher que amamos por inteira, alguém cuja mistura de qualidades e defeitos resultava numa parceira irreparável. Assim, tentar esquecer é lembrar. E lembrar dá raiva. O que dá raiva não é a capacidade que ela tinha de bisbilhotar a vida alheia. O que dá raiva é lembrar do instinto maternal que acordava nela toda vez que você contraía um resfriado. Não dá raiva lembrar da atração irremediável dela por utensílios da Dolce & Gabbana. O que dá raiva é lembrar dos beijos prolongados antes do sol raiar. Não dá tanta raiva lembrar dela assassinando a voz da Adriana Calcanhoto debaixo do chuveiro, quanto dá raiva recordar dela trajada de vestido florido, calcinha de algodão, chinelo havaianas e cabelos soltos desafiando o vento. A raiva que você sente da insensatez da garota para tratar das doenças sociais mundanas nem se compara com a raiva daquele jeito sapeca que te fazia desejar uma garotinha com o xerox daquele sorriso correndo pela casa. Não é que ela fez de errado, nem os muitos defeitos, nem o que você viveu colado naquela têia. A pior raiva é das lacunas vazias que adeus nenhum é capaz de apagar.
Por Gabito Nunes