Veja outros textos inspiradores!
Lentos nos fomos esquecendo. Quando o tempo da velhice nos foi vindo a tez apareceu amorenada de anos e afeita ao espírito. A lavoura sabia aos nossos passos. Até os desperdícios iluminavam debilmente o armário e a penumbra dos rincões escritos. Mas nós só estávamos em nos havermos esquecido. Ou, às vezes, a aura do trabalho quase fazia com que na mesa o sítio aparecesse coroado de anos sobre a mão a mover-se pelo seu próprio espírito.
Por Fernando EchevarríaLucas, LC, 15:32, <J>Mas era preciso festejar e alegrar-se, porque este seu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.`</J>
Por Lucas, Novo TestamentoSe um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto. Bernardo Soares
Por Fernando PessoaAh, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.
Por Clarice LispectorJoel, JL, 3:19, O Egito se tornará uma desolação, e Edom se fará um deserto abandonado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente.
Por Joel, Antigo TestamentoTem uma coisa que eu sei. Que eu te amo mais que ontem e menos que amanhã.
Por Destinos à Deriva (filme)Canção da Saudade Saudade, palavra doce, Que traduz tanto amargor! Saudade é como se fosse Espinho cheirando a flor. Saudade, ventura ausente, Um bem que longe se vê, Uma dor que o peito sente Sem saber como e porquê. Um desejo de estar perto, De quem está longe de nós; Um ai que não sei ao certo Se é um suspiro ou uma voz. Um sorriso de tristeza, Um soluço de alegria, O suplício da incerteza Que uma esperança alivia. Nessas três sílabas há de Caber toda uma canção: Bendita a dor da saudade Que faz bem ao coração. Um longe olhar que se lança Numa carta ou numa flor, Saudade – irmã da esperança, Saudade – filha do amor. Uma palavra tão breve, Mas tão longa de sentir E há tanta gente que a escreve Sem, a saber, traduzir. “Gosto amargo de infelizes” Foi como a chamou Garrett; Coração, calado, dizes Num suspiro o que ela é. A palavra é bem pequena, Mas diz tanto de uma vez; Por ela valeu a pena Inventar-se o português. Saudade – um suspiro, uma ânsia, Uma vontade de ver A quem nos vê à distância Com os olhos do bem querer. A saudade é calculada, Por algarismos também: “Distância” multiplicada Pelo fator “Querer bem”. A alma gela-se de tédio Enchem-se os olhos de ardor... Saudade – dor que é remédio, Remédio que aumenta a dor.
Por Bastos TigreO Mestre aponta o caminho; o discípulo segue sozinho até encontrar novamente o Mestre, mas, desta vez, dentro de si mesmo.
Por Henrique Jose de Souza