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LEMBRANÇAS DE MORRER Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nenhuma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro, – Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh’alma errante, Onde fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade – é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Só levo uma saudade – é dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas… De ti, ó minha mãe, pobre coitada, Que por minha tristeza te definhas! De meu pai… de meus únicos amigos, Pouco - bem poucos – e que não zombavam Quando, em noites de febre endoudecido, Minhas pálidas crenças duvidavam. Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda, É pela virgem que sonhei… que nunca Aos lábios me encostou a face linda! Só tu à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores… Se viveu, foi por ti! e de esperança De na vida gozar de teus amores. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo… Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela: Foi poeta - sonhou - e amou na vida. Sombras do vale, noites da montanha Que minha alma cantou e amava tanto, Protegei o meu corpo abandonado, E no silêncio derramai-lhe canto! Mas quando preludia ave d’aurora E quando à meia-noite o céu repousa, Arvoredos do bosque, abri os ramos… Deixai a lua pratear-me a lousa!

Por Álvares de Azevedo

Amor é privilégio de maduros.

Por Carlos Drummond de Andrade

INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida...

Por Mario Quintana

Por aqui passou uma traça esfomeada: livro de receitas.

Por Francisco Handa

No amor, a autoridade é por direito daquele que ama menos.

Por E. Houdetot

Palavras a um habitante de Marte Será verdade que existes sobre o vermelho planeta, que, como eu, possuis finas mãos prêensíveis, boca para o riso, coração de poeta, e uma alma administrada pelos nervos sutis? Mas no teu mundo, acaso, se erguem as cidades como sepulcros tristes? As assolou a espada? Já tudo tem sido dito? Com o teu planeta acrescentas a vasta harmonia outra taça vazia? Se fores como um terrestre, que poderia importar-me que o teu sinal de vida desça a visitar-me? Busco uma estirpe nova através da altura. Corpos bonitos, donos do segredo celeste da alegria achada. Mas se o teu não é este, se tudo se repete, cala triste criatura!

Por Alfonsina Storni

Não ter tempo de achar um tempo para quem é importante no seu tempo é uma ótima maneira de viver perdendo tempo !

Por Di Castilho

Uma só vez nesta vida, Quisera, em metro e medida, Dizer a velha ferida Que me queima, devagar!

Por José Régio

Como as ondas do mar Assim como as ondas do mar tem um momento mágico, logo quebram e se vão. As estrelas saem só de noite mas em algum lugar do universo permanecem acesas. Assim como as nuvens mudam, vai mudando o nosso amor. Mas em algum lugar de nossas almas vive em chama na eternidade de um olhar e a simplicidade de uma lágrima. Assim como não se vê o vento mas se sente e existe, assim é nosso amor, presente em cada momento. E na imensidão do universo, uma lágrima volta a rolar para fundir- se no mar e alcançar a magia de amar.

Por Dulce María

I Crônicas, 1CR, 6:28, Os filhos de Samuel foram: Joel, o primogênito, e depois Abias.

Por I Crônicas, Antigo Testamento