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Miquéias, MQ, 4:6, ´Naquele dia`, diz o Senhor, ´congregarei os que coxeiam e recolherei os que foram expulsos e os que eu tinha afligido.

Por Miquéias, Antigo Testamento

Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como “este foi difícil” “prateou no ar dando rabanadas” e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva.

Por Adélia Prado

Isaías, IS, 20:4, assim o rei da Assíria levará os presos do Egito e os exilados da Etiópia, tanto moços como velhos, despidos e descalços e com as nádegas descobertas, para vergonha do Egito.

Por Isaías, Antigo Testamento

“Não sou fruto do que vivi, mas sim de tudo que aprendi.”

Por Plínio de Sá

Amo-te no intenso tráfego Com toda a poluição no sangue. Exponho-te a vontade O lugar que só respira na tua boca Ó verbo que amo como a pronúncia Da mãe, do amigo, do poema Em pensamento. Com todas as ideias da minha cabeça ponho-me no silêncio Dos teus lábios. Molda-me a partir do céu da tua boca Porque pressinto que posso ouvir-te No firmamento.

Por Daniel Faria

"⁠O homem deve estar consciente de que sua missão é viver uma vida plena de sentido e dar respostas transcendentes a cada situação. Pois, cada vez mais, as pessoas têm os meios para viver, mas não têm uma razão para viver."

Por Viktor Frankl

Ser feliz sozinho é impossível. Não precisa está rodeado de pessoas, mas tem que haver alguém que te conheça, te aceite, que goste de você com todos os seus defeitos, e te respeite pois ninguém é perfeito.

Por Berenice Gomes

Salmos, SL, 119:59, Penso nos meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.

Por Salmos, Antigo Testamento

Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: Faz de conta que eu estou sonhando.

Por Carolina Maria de Jesus

Acordar Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras, Acordar da Rua do Ouro, Acordar do Rocio, às portas dos cafés, Acordar E no meio de tudo a gare, que nunca dorme, Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono. Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar, Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo. À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma, E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo. Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne, Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha, Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom, São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada, Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes, Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste, Seja A mulher que chora baixinho Entre o ruído da multidão em vivas... O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito, Cheio de individualidade para quem repara... O arcanjo isolado, escultura numa catedral, Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã, Tudo isto tende para o mesmo centro, Busca encontrar-se e fundir-se Na minha alma. Eu adoro todas as coisas E o meu coração é um albergue aberto toda a noite. Tenho pela vida um interesse ávido Que busca compreendê-la sentindo-a muito. Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo, Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas, Para aumentar com isso a minha personalidade. Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio E a minha ambição era trazer o universo ao colo Como uma criança a quem a ama beija. Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo Do que as que vi ou verei. Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações. A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca. Dá-me lírios, lírios E rosas também. Dá-me rosas, rosas, E lírios também, Crisântemos, dálias, Violetas, e os girassóis Acima de todas as flores... Deita-me as mancheias, Por cima da alma, Dá-me rosas, rosas, E lírios também... Meu coração chora Na sombra dos parques, Não tem quem o console Verdadeiramente, Exceto a própria sombra dos parques Entrando-me na alma, Através do pranto. Dá-me rosas, rosas, E llrios também... Minha dor é velha Como um frasco de essência cheio de pó. Minha dor é inútil Como uma gaiola numa terra onde não há aves, E minha dor é silenciosa e triste Como a parte da praia onde o mar não chega. Chego às janelas Dos palác ios arruinados E cismo de dentro para fora Para me consolar do presente. Dá-me rosas, rosas, E lírios também... Mas por mais rosas e lírios que me dês, Eu nunca acharei que a vida é bastante. Faltar-me-á sempre qualquer coisa, Sobrar-me-á sempre de que desejar, Como um palco deserto. Por isso, não te importes com o que eu penso, E muito embora o que eu te peça Te pareça que não quer dizer nada, Minha pobre criança tísica, Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios, Dá-me rosas, rosas, E lírios também..

Por Álvaro de Campos