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E é tão bonito quando a gente sente Que nunca está sozinho por mais que pense estar...
Por GonzaguinhaPoema à Mãe No mais fundo de ti, eu sei que traí, mãe Tudo porque já não sou o retrato adormecido no fundo dos teus olhos. Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais. Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras, mãe, e o nosso amor é infeliz. Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura. Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos. Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe! Olha — queres ouvir-me? — às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos; ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura; ainda oiço a tua voz: Era uma vez uma princesa no meio de um laranjal... Mas — tu sabes — a noite é enorme, e todo o meu corpo cresceu. Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber, Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas. Boa noite. Eu vou com as aves.
Por Eugénio de Andradedia das avós seu rosto adormecido e sereno me faz esquecer do coma induzido e me traz alívio as agulhas que fisgam seu braço o tubo que leva oxigênio à sua boca não incomodam você não sente o calor da minha mão minha voz no seu ouvido abanando os dias cantando a música que você costumava dançar enquanto fritávamos pastéis de queijo com goiabada o pior momento é quando a noite chega você aí no leito eu aqui em casa água que escapa entre os dedos assisto de pé os minutos e a chegada de mais um sol gelado de julho não sei se está protegida ou desamparada sua ausência pulsa na aorta de mãos dadas com sua neta nesta tríplice fronteira que nos cerca
Por Bianca Monteiro GarciaA Morte Oh! que doce tristeza e que ternura No olhar ansioso, aflito dos que morrem… De que âncoras profundas se socorrem Os que penetram nessa noite escura! Da vida aos frios véus da sepultura Vagos momentos trêmulos decorrem… E dos olhos as lágrimas escorrem Como faróis da humana Desventura. Descem então aos golfos congelados Os que na terra vagam suspirando, Com os velhos corações tantalizados. Tudo negro e sinistro vai rolando Báratro abaixo, aos ecos soluçados Do vendaval da Morte ondeando, uivando…
Por Cruz e SousaEu não estava planejando o meu futuro, porque não achava que tivesse um. Mas não pensar no amanhã é tão ruim quanto ficar preso no ontem.
Por C. C. HunterPoema azul eu reconheço a distância calada de um coração essa distância-oceano que é a distância dos anos, dos autos, dos atos de fé do labirinto tecido à fina seda do sonho que sonda o poente eu reconheço a distância forçada do exílio do suicídio coroado nas laudas do tempo, do vento, do corpo que amei eu atravessei o grito dos seus olhos quando até a palavra tempo cessou e o relâmpago profetizou, na escuridão, o retorno e você diz que eu fiquei mais azul
Por Ítalo DiblasiLEMA DO PSICODRAMA Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; E arrancarei meus olhos para colocá-los no lugar dos teus; Então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-ás com os meus.
Por Jacob Levy MorenoI Reis, 1RS, 6:33, Para a entrada do Santo Lugar, fez batentes de madeira de oliveira; entrada quadrilateral,
Por I Reis, Antigo Testamento