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William Contraponto: A lucidez como heresia A poesia de William Contraponto não pede licença. Ela entra como pergunta. Permanece como desconforto. E sai deixando vestígios — não de esperança, mas de pensamento. Seu verso é seco, rente ao osso, herdeiro de um pacto com a lucidez. Ex-médium, hoje ateu, Contraponto não escreve a partir do ressentimento, mas da experiência desnudada. Viveu por dentro os rituais, sentiu o corpo ser tomado por forças que pareciam externas, mas depois reconheceu: o que parecia transcendência era desejo encenado, era necessidade de sentido em estado bruto. E foi esse rompimento — não com a fé, mas com a ilusão — que marcou sua travessia estética. Sua obra é radicalmente existencialista. Não no sentido acadêmico, mas vital. Contraponto não cita Sartre, Camus ou Beauvoir. Ele os atravessa. Sua escrita emerge da mesma angústia essencial: a de estar vivo num mundo sem garantias. Seu olhar recusa os confortos espirituais, os dogmas reciclados, as promessas vendidas como salvação. Em vez disso, oferece o que resta depois do desengano: umvazio honesto, um silêncio não manipulado, uma linguagem que pensa,. O estilo é contido, afiado, desprovido de ornamentos. Há ritmo, mas não há melodia fácil. Cada poema parece limado até o limite da palavra exata. Nada sobra. Nada falta. É uma poesia que respira o pensamento e sangra a dúvida. Mais próxima do ensaio do que da canção, mais próxima da meditação crua do que do lirismo adocicado. William Contraponto é também um poeta de consciência social. Sua descrença no sagrado caminha junto de sua recusa às estruturas que domesticam a liberdade — sejam elas religiosas, políticas ou econômicas. Mas sua crítica nunca desumaniza. Ao contrário: nasce de uma empatia crua com o humano como projeto inacabado. No lugar da fé, propõe o enfrentamento. No lugar da doutrina, a lucidez. No lugar da promessa, a palavra como faca — ou espelho. Ler William Contraponto é ser tirado do eixo. É lembrar que pensar também dói. E que há beleza, sim, no que não consola.
Por Neno MarquesLevítico, LV, 9:12, Depois, Arão matou o animal para o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o sangue, e ele o aspergiu sobre o altar, ao redor.
Por Levítico, Antigo TestamentoApaixonar, uma palavra que os românticos usam para tentar explicar um sentimento que muita das vezes muitos não entendem. Querer, um fato que explica a sensação de estar perto ou ter algo para si. Sentir, uma das mais complicadas de se explicar sendo algo relativo ao que se quer ou o que se tem ou não tem, uma coisa que de fato depende do entender. Entender, complicada expressão que muitos querem para si, além de ajudar muito ela conforta também. Admirar, de fato uma ação perigosa, pois muitas vezes mal interpretada e mal utilizada. AMAR, para mim minha favorita entre todas, ela e um complemento de tudo e uma peca na qual se encaixa em tudo. De certa forma não compreendida por muitos e jogada fora por outros como um pedaço qualquer de algo que não se quer, para mim e a palavra chave para tudo isso se você a entende. Se não tiver essas palavras na sua vida, tente ao menos entendê-las.
Por Thaís VazFalhamos ao traduzir exatamente o que se sente na nossa alma: o pensamento continua a não poder medir-se com a linguagem.
Por Henri BergsonQuando a criação do novo está em jogo, resignar-se ao provável e ao exeqüível é condenar-se ao passado e à repetição. No universo das relações humanas, o futuro responde à força e à ousadia do nosso querer. A capacidade de sonho fecunda o real, reembaralha as cartas do provável e subverte as fronteiras do possível. Os sonhos secretam o futuro.
Por Eduardo GiannettiPorque a nossa época é essencialmente trágica, recusamos encará-la tragicamente. O cataclismo deu-se, estamos entre ruínas, começamos a construir novos pequenos mundos, a ter novas pequenas esperanças. É um trabalho bastante difícil: deixou de haver um caminho ameno para o futuro, mas contornamos ou galgamos os obstáculos. Temos de viver, por mais que os céus tenham desabado sobre nós.
Por D. H. Lawrence"Essa habilidade para enganar-se a si mesmo, que ajuda a viver a maior parte dos homens, essa nunca a tive. Nunca pratiquei nada de vil que o não soubesse e sentisse."
Por François MauriacA grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio.
Por Antoine de Saint-Exupéry