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Como eu quisesse falar para disfarçar o meu estado, chamei algumas palavras cá de dentro, mas elas encheram minha boca sem poder sair nenhuma.
Por Dom CasmurroSentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!
Por Eça de QueirósSer mulher... É viver mil vezes em apenas uma vida. É lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora. É estar antes do ontem e depois do amanhã. É desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos. Ser mulher... É caminhar na dúvida cheia de certezas. É correr atrás das nuvens num dia de Sol. É alcançar o Sol num dia de chuva. Ser mulher... É chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza. É acreditar quando ninguém mais acredita. É cancelar sonhos em prol de terceiros. É esperar quando ninguém mais espera. Ser mulher... É identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa. É ser enganada, e sempre dar mais uma chance. É cair no fundo do poço, e emergir sem ajuda. Ser mulher... É estar em mil lugares de uma só vez. É fazer mil papeis ao mesmo tempo. É ser forte e fingir que é frágil para ter um carinho. Ser mulher... É se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas. É distribuir emoções que nem sempre são captadas. Ser mulher... É comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever. É construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas. E ainda assim amá-los. Ser mulher... É saber dar o perdão. É tentar recuperar o irrecuperável. É entender o que ninguém mais conseguiu desvendar. Ser mulher... É estender a mão a quem ainda não pediu. É doar o que ainda não foi solicitado. Ser mulher... É não ter vergonha de chorar por amor. É saber a hora certa do fim. É esperar sempre por um recomeço. Ser mulher... É ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções. Ser mulher... É ser mãe dos seus filhos. Dos filhos de outros. É amá-los igualmente. Ser mulher... É ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem. É desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos. E fincar a bandeira da conquista. Ser mulher... É entender as fases da Lua por ter suas próprias fases. É ser "nova" quando o coração está à espera do amor. Ser "crescente" quando o coração está se enchendo de amor. Ser "cheia" quando ele já está transbordando de tanto amor. E ser "minguante" quando esse amor vai embora. Ser mulher... É hospedar dentro de si o sentimento do perdão. É voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes. Coisas que nunca ficarão esquecidas. Ser mulher... É cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar. As suas próprias feridas sangrando. Ser mulher... É ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e... "Especial" a vida toda. Ser mulher... É conseguir encontrar uma flor no deserto. Água na seca. Labaredas no mar. Ser mulher... É chorar calada as dores do mundo e Em apenas um segundo, já estar sorrindo. Ser mulher... É subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda. É tropeçar, cair e voltar a andar. Ser mulher... É saber ser super-homem quando o sol nasce. E virar Cinderela quando a noite chega. Ser mulher... É ter sido escolhida por Deus para colocar no mundo os homens. Ser mulher... É acima de tudo um estado de espírito. É uma dádiva. É ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo!
Por Silvana DubocQuem começa com severidade no julgamento de outro, normalmente termina com falsidade.
Por Johann Kaspar LavaterJoão, JO, 11:9, Jesus respondeu: <J> - Não é verdade que o dia tem doze horas? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo.</J>
Por João, Novo TestamentoO QUE FOI DITO BÊBADO FOI PENSADO SÓBRIO Ah, quantos de nós temos coragem de traduzir em palavras as explosões de afeto, fúria ou ódio, claramente estampadas em nossos olhos. Quantos de nós se escondem atrás dos véus da conveniência, ardilosas maquiagens, máscaras de bem-se-relacionar no cotidiano, guardando tudo o que nos ameaça ou fragiliza no quarto escuro de emoções cansadas, amassadas e contraditórias. Francamente. Quase não há espaço para o amor e a ternura se acomodarem junto ao medo, a insegurança e a frieza, pois o quarto é diminuto — do tamanho de uma solitária prisional. Nele se empilham sentimentos opostos, paradoxos da alma. A dor e a ternura se acotovelam, exaustas. Durante os dias inteiros de nossa existência, esses, dentre tantos outros sentimentos aglomerados no escuro e sujo cubículo, se empurram, pisoteiam, à cata de algumas moléculas de oxigênio que tragam um pouco de paz e conforto aos nossos conturbados corações. Às vezes nos drogamos. Diante da tevê, por exemplo, nos esvaziamos de quaisquer convicções e competências críticas. Amortecemos vontades, iniciativas, indagações. Matamos o líder que em nós se contorce, em prol de ovelhas passivas e tristes, que pastoreiam livremente em nosso embotado cérebro. Despendemos imensurável tempo lendo revistas sobre celebridades, escutando maledicências da vizinha, lendo jornais sensacionalistas. Também nos dedicamos com ardor às redes sociais, construindo aí inúmeros perfis sedutores, que costumam sair bem na foto. Incorporamos à nossa pele papéis desgastados de salvadores, vítimas, benfeitores ou revolucionários. Sempre visando causar impacto. Impressionar nossa atordoada rede de famintos seguidores. Zumbis do social media. Abdicamos conscientemente das noções de espaço, tempo e conveniência. Optamos por drogas leves ou pesadas. Alucinógenos da moda, distribuídos em festinhas, shows e noitadas. O que foi dito bêbado foi pensado sóbrio. A declaração de amor asfixiada na garganta. O deboche, a ironia e o cinismo encapsulados, obstruindo alguma artéria falida do nosso estressado corpo. Falar o que se pensa de cara limpa, normalmente está fora de cogitação. Faz mal ao ego, às vaidades torpes, à assumida prevalência que ostentamos uns sobre os outros. A vida é tanta e corre tão disseminada por nossa pele, veias e sentidos, despejando, imparcialmente, horrores e belezas únicas por nosso tortuoso destino. Mal conseguimos divisar flores raras, pássaros belíssimos em extinção, paisagens mágicas, caminhos largos e ensolarados. Paixões tidas como mortas ou desfalecidas reacendem com vigor, ameaçando nos queimar a língua e afoguear o rosto. É preciso estar atento e forte para conversar com a vida, sem escondê-la das imensas demandas e os legítimos anseios que pulsam sem pudor da cabeça aos pés. O que foi dito bêbado foi pensado sóbrio. Então, aguentemos a ressaca passar, neste momento ainda emaranhado em tantos sentimentos e emoções. Espera-se de nós, mesmo que teimemos em fechar os olhos, janelas abertas, ventos refrescantes, sorrisos plenos de verdade. Isso é o que importa para que a felicidade, hoje tão andarilha, encontre de novo morada e aconchego em nossa boca.
Por Graça TagutiJó, JÓ, 18:21, Tais são, na verdade, as moradas do ímpio, e este é o paradeiro daquele que não conhece Deus.`
Por Jó, Antigo Testamento