Arnaldo Jabor

A NOTÍCIA abriu a força as persianas do peito e as asas que vinham de fora e as asas que iam de dentro terminaram por se ferir. O corpo, sacudido, não podia mais voltar pra casa. Todo um infinito de coisas, momentos com ímã, ficou rodando à deriva no espaço tenso em que o silêncio, um gás lacrimogênio, insiste. Menos no reduto onde o luto resiste, essa flor que dói, não para de se abrir

É preciso fazer um esforço para deixar de sentir o presente, como na música para deixar de ouvir o timbre dos instrumentos.

Acho que, na carreira de todo policial, tem algo que permanece.

I Crônicas, Antigo Testamento, 1CR, 7:32

I Crônicas, 1CR, 7:32, Héber gerou Jaflete, Somer, Hotão e Suá, irmã deles.

Como é que um partido que, em 2003, estava com as finanças em frangalhos pode, até meados de 2005, ter tanto dinheiro para distribuir para tanta gente, com tantos tipos de benesses, sem que o presidente perguntasse ao secretário do partido como é que se conseguiu isso?

⁠Você pode ir agora. É com o amanhã, o dia seguinte e o próximo que você precisa se preocupar.

Jó, Antigo Testamento, JÓ, 15:9

Jó, JÓ, 15:9, O que você sabe, que nós não sabemos? O que você entende, que nós não entendemos?

Lucas, Novo Testamento, LC, 21:14

Lucas, LC, 21:14, <J>Tomem, pois, a decisão de não se preocupar com o que irão responder,</J>

Retorno Gastei toda aquarela, recolhida. Silêncio de barcos acidentados, fruta madura espatifando-se na terra. Colhi no ventre da treva estas palavras tocando-as devagar, com medo de que por trás de suas faces frescas me aguardasse uma emboscada. Sei pelo avesso suas formas conturbadas, atormentam-me seus abismos híbridos. Vê-las pulsando salva-me da lábia estofada cotidiana, mas também me expõe à rude dimensão da liberdade e seu preço poucas vezes raso. Cintila a pedra noturna dos meus olhos nos seus olhos, sei que posso atravessá-los num sopro. Após tantas águas fugidias, o refluxo. As portas batem, como nos dias arejados.

Faço dos meus dias uma festa E os meus amigos eu levo no bolso No coração os meus parentes e entes E os presentes que a vida me dá!