Veja outros textos inspiradores!

Cântico dos Cânticos, CT, 4:5, Os seus seios são como duas crias gêmeas de uma gazela, que pastam entre os lírios.

Por Cântico dos Cânticos, Antigo Testamento

Do meu passado vejo o que não pude ter Lamento por este pesar O amor fez de mim um monstro Fez de mim apenas uma lembrança vaga Uma lembrança ruim de um amor destruído Destino maldito! Não se pode contê-lo, mas se pode vivê-lo.

Por Florbela Espanca

Titia, Gastei todo o dia a pensar na sua carta, sem saber se obedecesse ou não; mas, enfim, resolvi obedecer, não só porque a senhora é boa e gosta de mim, como porque preciso de desabafar. É verdade, titia, padeço muito, muito; não imagina. Meu marido é um friarrão, não me ama, parece até que lhe causo aborrecimento. Nos primeiros oito dias ainda as cousas foram bem: era a novidade do casamento. Mas logo depois comecei a sentir que ele não correspondia ao meu sonho de marido. Não era um homem terno, dedicado, firme, vivendo de mim e para mim. Ao contrário, parece outro, inteiramente outro, caprichoso, intolerante, gelado, pirracento, e não ficarei admirada se me disserem que ele ama a outra. Tudo é possível, por minha desgraça... É isto que queria ouvir? Pois aí tem. Digo-lhe em segredo; não conte a ninguém, e creia na sua desgraçada sobrinha do coração. Marcelina

Por Machado de Assis

Romance Sonâmbulo (A Gloria Giner e a Fernando de los Rios) Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas. O barco vai sobre o mar e o cavalo na montanha. Com a sombra pela cintura ela sonha na varanda, verde carne, tranças verdes, com olhos de fria prata. Verde que te quero verde. Por sob a lua gitana, as coisas estão mirando-a e ela não pode mirá-las. Verde que te quero verde. Grandes estrelas de escarcha nascem com o peixe de sombra que rasga o caminho da alva. A figueira raspa o vento a lixá-lo com as ramas, e o monte, gato selvagem, eriça as piteiras ásperas. Mas quem virá? E por onde?... Ela fica na varanda, verde carne, tranças verdes, ela sonha na água amarga. — Compadre, dou meu cavalo em troca de sua casa, o arreio por seu espelho, a faca por sua manta. Compadre, venho sangrando desde as passagens de Cabra. — Se pudesse, meu mocinho, esse negócio eu fechava. No entanto eu já não sou eu, nem a casa é minha casa. — Compadre, quero morrer com decência, em minha cama. De ferro, se for possível, e com lençóis de cambraia. Não vês que enorme ferida vai de meu peito à garganta? — Trezentas rosas morenas traz tua camisa branca. Ressuma teu sangue e cheira em redor de tua faixa. No entanto eu já não sou eu, nem a casa é minha casa. — Que eu possa subir ao menos até às altas varandas. Que eu possa subir! que o possa até às verdes varandas. As balaustradas da lua por onde retumba a água. Já sobem os dois compadres até às altas varandas. Deixando um rastro de sangue. Deixando um rastro de lágrimas. Tremiam pelos telhados pequenos faróis de lata. Mil pandeiros de cristal feriam a madrugada. Verde que te quero verde, verde vento, verdes ramas. Os dois compadres subiram. O vasto vento deixava na boca um gosto esquisito de menta, fel e alfavaca. — Que é dela, compadre, dize-me que é de tua filha amarga? — Quantas vezes te esperou! Quantas vezes te esperara, rosto fresco, negras tranças, aqui na verde varanda! Sobre a face da cisterna balançava-se a gitana. Verde carne, tranças verdes, com olhos de fria prata. Ponta gelada de lua sustenta-a por cima da água. A noite se fez tão íntima como uma pequena praça. Lá fora, à porta, golpeando, guardas-civis na cachaça. Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas. O barco vai sobre o mar. E o cavalo na montanha.

Por Federico García Lorca

Provérbios, PV, 12:8, Cada um será louvado segundo o seu entendimento, mas quem tem coração perverso será desprezado.

Por Provérbios, Antigo Testamento

Josué, JS, 10:37, tomaram a cidade e a feriram à espada, tanto o seu rei como todas as suas cidades e todos os que nelas estavam, sem deixar nem sequer um, conforme tudo o que haviam feito com Eglom. Josué executou a condenação contra ela e contra todos os que nela estavam.

Por Josué, Antigo Testamento

Deuteronômio, DT, 5:15, Lembre-se de que você foi escravo na terra do Egito e que o Senhor, seu Deus, o tirou de lá com mão poderosa e braço estendido. Por isso o Senhor, seu Deus, ordenou que você guardasse o dia de sábado.`

Por Deuteronômio, Antigo Testamento

A falsidade é a maneira de se esconder do mundo e ficar visível para si. Portanto nunca faça dos outros o trampolim para conquistar seus sonhos, seja autêntico em tudo que faz e o sucesso irá de encontro a você.

Por Lindomar Batista

Somos como um pôr do sol sem óculos de sol. O nosso brilho embaça, cega quem nos olha e assusta.

Por Camila Sosa Villada

Deuses, forças, almas de ciência ou fé Deuses, forças, almas de ciência ou fé, Eh! Tanta explicação que nada explica! Estou sentado no cais, numa barrica, E não compreendo mais do que de pé. Por que o havia de compreender? Pois sim, mas também por que o não havia? Água do rio, correndo suja e fria, Eu passo como tu, sem mais valer... Ó universo, novelo emaranhado, Que paciência de dedos de quem pensa Em outras cousa te põe separado? Deixa de ser novelo o que nos fica... A que brincar? Ao amor?, à indif'rença? Por mim, só me levanto da barrica. Álvaro De Campos

Por Álvaro de Campos