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Você tocou meu rosto, meu corpo extremeceu, você sorriu, eu esqueci de toda dor, seus labios me tocaram, eu deixei o sentimento voltar, mas quem disse que ele tinha ido embora? Está doendo, está doendo demais, mas vai passar, tem que passar, afinal até a chuva fria de novembro tem que ir embora!

Por Gabriela Freitas

As perguntas em filosofia são mais essenciais que as respostas, e cada resposta transforma-se numa nova pergunta.

Por Karl Jaspers

O espírito da ciência é o mesmo de Sócrates. É um espírito de dúvida, anseio pela verdade e humildade.

Por Karl Popper

⁠pai, desde que partiu me vejo incapaz de encarar espelhos desvio os olhos ao perceber que vesti seu rosto

Por Bianca Monteiro Garcia

um dia desses você vai ficar lembrando de nós dois e não vai acender a luz do quarto quando o sol se for bem abraçada no lençol da cama vai chorar por nós pensando no escuro ter ouvido o som da minha voz vai acariciar seu próprio corpo e na imaginação fazer de conta que a sua agora é a minha mão mas eu não vou saber de nada do que você vai sentir sozinha no seu quarto de dormir no cine-pensamento eu também tento reconstituir as coisas que um dia você disse pra me seduzir enquanto na janela espero a chuva que não quer cair o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir e o mundo vai dar voltas sobre voltas ao redor de si até toda memória dessa nossa estória se extinguir e você nunca vai saber de nada do que eu senti sozinho no meu quarto de dormir

Por Arnaldo Antunes

Isaías, IS, 28:25, Não! Pelo contrário, depois de ter nivelado a superfície, ele espalha o endro, semeia o cominho, planta o trigo nos sulcos, a cevada no devido lugar, e o centeio nas bordas.

Por Isaías, Antigo Testamento

Você vai ficar bem menos preocupado com o que as outras pessoas pensam de você quando perceber como elas pensam pouco em você.

Por David Foster Wallace

Que você sempre me ame e me queira, mas nunca me tenha.

Por Jude Deveraux

Deuteronômio, DT, 12:12, E vocês se alegrarão diante do Senhor, seu Deus, vocês, os seus filhos, as suas filhas, os seus servos e as suas servas e os levitas que moram nas cidades em que vocês vivem e que não têm porção nem herança entre vocês.

Por Deuteronômio, Antigo Testamento

Acordar Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras, Acordar da Rua do Ouro, Acordar do Rocio, às portas dos cafés, Acordar E no meio de tudo a gare, que nunca dorme, Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono. Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar, Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo. À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma, E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo. Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne, Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha, Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom, São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada, Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes, Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste, Seja A mulher que chora baixinho Entre o ruído da multidão em vivas... O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito, Cheio de individualidade para quem repara... O arcanjo isolado, escultura numa catedral, Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã, Tudo isto tende para o mesmo centro, Busca encontrar-se e fundir-se Na minha alma. Eu adoro todas as coisas E o meu coração é um albergue aberto toda a noite. Tenho pela vida um interesse ávido Que busca compreendê-la sentindo-a muito. Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo, Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas, Para aumentar com isso a minha personalidade. Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio E a minha ambição era trazer o universo ao colo Como uma criança a quem a ama beija. Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo Do que as que vi ou verei. Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações. A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca. Dá-me lírios, lírios E rosas também. Dá-me rosas, rosas, E lírios também, Crisântemos, dálias, Violetas, e os girassóis Acima de todas as flores... Deita-me as mancheias, Por cima da alma, Dá-me rosas, rosas, E lírios também... Meu coração chora Na sombra dos parques, Não tem quem o console Verdadeiramente, Exceto a própria sombra dos parques Entrando-me na alma, Através do pranto. Dá-me rosas, rosas, E llrios também... Minha dor é velha Como um frasco de essência cheio de pó. Minha dor é inútil Como uma gaiola numa terra onde não há aves, E minha dor é silenciosa e triste Como a parte da praia onde o mar não chega. Chego às janelas Dos palác ios arruinados E cismo de dentro para fora Para me consolar do presente. Dá-me rosas, rosas, E lírios também... Mas por mais rosas e lírios que me dês, Eu nunca acharei que a vida é bastante. Faltar-me-á sempre qualquer coisa, Sobrar-me-á sempre de que desejar, Como um palco deserto. Por isso, não te importes com o que eu penso, E muito embora o que eu te peça Te pareça que não quer dizer nada, Minha pobre criança tísica, Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios, Dá-me rosas, rosas, E lírios também..

Por Álvaro de Campos