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Me espelho em Aleijadinho, com a doença degenerativa, que mesmo sem os dedos esculpia.
Por Facção CentralI Samuel, 1SM, 25:30, E, quando o Senhor Deus tiver feito a meu senhor todo o bem que falou a seu respeito e o tiver colocado como príncipe sobre Israel,
Por I Samuel, Antigo TestamentoAlgumas pessoas sentem amor em seus corações, Julie. Alguns de nós sentem o amor até à alma. Nós somos aqueles que não conseguem esquecer.
Por Judith McNaughtAs coisas das quais nos ocupamos, na fotografia, estão em constante desaparecimento e, uma vez consumado, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las reaparecer.
Por Henri Cartier-BressonEssa riqueza chamada amizade tem o valor do universo, mas nos custa tão pouco, quando a gente entende que ela não tem preço. Sempre fico feliz por saber que tenho amizades tão imensuráveis na concepção dos sentimentos, que me sinto até o próprio universo, imensamente sublime. - Almany Sol, 05/11/13
Por Almany SolNúmeros, NM, 35:12, Nessas cidades o homicida poderá se refugiar do vingador do sangue, para que o homicida não morra antes de ser apresentado diante da congregação para julgamento.
Por Números, Antigo TestamentoO QUE FOI DITO BÊBADO FOI PENSADO SÓBRIO Ah, quantos de nós temos coragem de traduzir em palavras as explosões de afeto, fúria ou ódio, claramente estampadas em nossos olhos. Quantos de nós se escondem atrás dos véus da conveniência, ardilosas maquiagens, máscaras de bem-se-relacionar no cotidiano, guardando tudo o que nos ameaça ou fragiliza no quarto escuro de emoções cansadas, amassadas e contraditórias. Francamente. Quase não há espaço para o amor e a ternura se acomodarem junto ao medo, a insegurança e a frieza, pois o quarto é diminuto — do tamanho de uma solitária prisional. Nele se empilham sentimentos opostos, paradoxos da alma. A dor e a ternura se acotovelam, exaustas. Durante os dias inteiros de nossa existência, esses, dentre tantos outros sentimentos aglomerados no escuro e sujo cubículo, se empurram, pisoteiam, à cata de algumas moléculas de oxigênio que tragam um pouco de paz e conforto aos nossos conturbados corações. Às vezes nos drogamos. Diante da tevê, por exemplo, nos esvaziamos de quaisquer convicções e competências críticas. Amortecemos vontades, iniciativas, indagações. Matamos o líder que em nós se contorce, em prol de ovelhas passivas e tristes, que pastoreiam livremente em nosso embotado cérebro. Despendemos imensurável tempo lendo revistas sobre celebridades, escutando maledicências da vizinha, lendo jornais sensacionalistas. Também nos dedicamos com ardor às redes sociais, construindo aí inúmeros perfis sedutores, que costumam sair bem na foto. Incorporamos à nossa pele papéis desgastados de salvadores, vítimas, benfeitores ou revolucionários. Sempre visando causar impacto. Impressionar nossa atordoada rede de famintos seguidores. Zumbis do social media. Abdicamos conscientemente das noções de espaço, tempo e conveniência. Optamos por drogas leves ou pesadas. Alucinógenos da moda, distribuídos em festinhas, shows e noitadas. O que foi dito bêbado foi pensado sóbrio. A declaração de amor asfixiada na garganta. O deboche, a ironia e o cinismo encapsulados, obstruindo alguma artéria falida do nosso estressado corpo. Falar o que se pensa de cara limpa, normalmente está fora de cogitação. Faz mal ao ego, às vaidades torpes, à assumida prevalência que ostentamos uns sobre os outros. A vida é tanta e corre tão disseminada por nossa pele, veias e sentidos, despejando, imparcialmente, horrores e belezas únicas por nosso tortuoso destino. Mal conseguimos divisar flores raras, pássaros belíssimos em extinção, paisagens mágicas, caminhos largos e ensolarados. Paixões tidas como mortas ou desfalecidas reacendem com vigor, ameaçando nos queimar a língua e afoguear o rosto. É preciso estar atento e forte para conversar com a vida, sem escondê-la das imensas demandas e os legítimos anseios que pulsam sem pudor da cabeça aos pés. O que foi dito bêbado foi pensado sóbrio. Então, aguentemos a ressaca passar, neste momento ainda emaranhado em tantos sentimentos e emoções. Espera-se de nós, mesmo que teimemos em fechar os olhos, janelas abertas, ventos refrescantes, sorrisos plenos de verdade. Isso é o que importa para que a felicidade, hoje tão andarilha, encontre de novo morada e aconchego em nossa boca.
Por Graça TagutiNúmeros, NM, 1:39, foram contados deles, da tribo de Dã, sessenta e dois mil e setecentos.
Por Números, Antigo TestamentoJuízes, JZ, 5:31, Assim, ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! Porém os que te amam brilhem como o sol quando se levanta no seu esplendor. E a terra ficou em paz durante quarenta anos.
Por Juízes, Antigo TestamentoUma ladainha pela sobrevivência Para aquelas de nós que vivem na beirada encarando os gumes constantes da decisão crucial e solitária para aquelas de nós que não podem se dar ao luxo dos sonhos passageiros da escolha que amam na soleira vindo e indo nas horas entre as alvoradas olhando no íntimo e pra fora simultaneamente antes e depois buscando um agora que possa procriar futuros como pão na boca de nossas crianças pra que os sonhos delas não reflitam a morte dos nossos; Para aquelas de nós que foram marcadas pelo medo como uma linha tênue no meio de nossas testas aprendendo a ter medo com o leite de nossas mães pois por essa arma essa ilusão de alguma segurança vindoura os marchantes esperavam nos calar Pra todas nós este instante e esta glória Não esperavam que sobrevivêssemos E quando o sol nasce nós temos medo ele pode não durar quando o sol se põe nós temos medo ele pode não nascer pela manhã quando estamos de barriga cheia nós temos medo de indigestão quando nossos estômagos estão vazios nós temos medo nós podemos nunca mais comer novamente quando somos amadas nós temos medo o amor vai acabar quando estamos sozinhas nós temos medo o amor nunca vai voltar e quando falamos nós temos medo nossas palavras não serão ouvidas nem bem-vindas mas quando estamos em silêncio nós ainda temos medo Então é melhor falar tendo em mente que não esperavam que sobrevivêssemos
Por Audre Lorde