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Na minha infância não se falava em trauma. Nós éramos mais ou menos consolados, e a vida seguia sem muito espaço para dramas. Fazia parte do processo educativo aprender a resolver os próprios problemas desde cedo. Me virei como pude.
Por Eliane BrumNeemias, NE, 11:13, e os seus irmãos, chefes de famílias, duzentos e quarenta e dois; e Amasai, filho de Azarel, filho de Azai, filho de Mesilemote, filho de Imer,
Por Neemias, Antigo TestamentoNão é o caderno que eu estou procurando. Quero eliminar minha concorrência. Eu serei o melhor. Eu não me importo com o que é preciso. Eu vou vencer Near por qualquer meio necessário!
Por Death NoteAtos, AT, 3:25, Vocês são os filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com os pais de vocês, dizendo a Abraão: ´Na sua descendência, serão abençoadas todas as nações da terra.`
Por Atos, Novo TestamentoEster, ET, 6:9, Que os trajes e o cavalo sejam entregues a um dos mais nobres oficiais do rei, para que se encarregue de vestir aquele a quem o rei deseja honrar. Depois, que o leve a cavalo pela praça da cidade, proclamando em voz alta: ´É isto que se faz ao homem a quem o rei deseja honrar.`
Por Ester, Antigo TestamentoNa verdade, não é que eu tenha esquecido. Simplesmente deixei de prestar atenção.
Por Água para ElefantesJó, JÓ, 31:20, se ele não me agradeceu do fundo do coração, quando se aquecia com a lã dos meus cordeiros;
Por Jó, Antigo TestamentoA capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da terra, sob as nossas faces. Amar é indubitavelmente mais magnânimo, mas não é tão essencial quanto o esquecimento: é ele que nos mantém vivos. O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o bálsamo curativo do esquecimento que nos faz ter vontade de abrir os olhos para vê-la. A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas é esquecer da excruciante tristeza perante a morte dela que nos torna aptos para nos encantarmos novamente dali a pouco. Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me aniquilariam se terminassem. Às vezes cruzo na rua com fantasmas que já foram muito vivos na minha história e não deixo de sentir uma certa melancolia por perceber que aquele rosto um dia pleno de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente. Algumas pessoas são apagadas da memória como filmes desimportantes. Sem maldade o intenção; apenas esmaecem até desaparecer. Mas é mesmo impossível nos lembrar de todos os que passaram por nós: gente demais, espaço de menos. Da mesma forma que minha história está repleta de coadjuvantes e figurantes que, irrefletidamente, se auto-proclamavam protagonistas, eu devo ser a personagem cômica da história de alguém. Ninguém se esquiva da experiência constrangedora de bancar o bobo da corte no reino de outro. Mas esse oco de significado não vem sem um certo pesar. É ruim notar que já não dizemos praticamente nada para quem importou tanto. Na verdade é dolorido ser olvidado: não é fácil encarar que não somos insubstituíveis e que nossa saída displicente abre uma possibilidade de entrada tão desejada por outros. Mas só nos desenroscamos e seguimos nosso rumo natural, em frente, quando eliminamos alguns seres que, caso contrário, nos prenderiam aos emaranhantes aguapés de recordações. "Há pessoas que ficam doendo com a lembrança de outra pessoa, entra ano, sai ano, virando e revirando o caleidoscópio, olhando como caem e de dispõe as cores e os cristais do sofrimento" (Paulo Mendes Campos). O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotado com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. É útil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro, repetir como um mantra: absolutamente nada é pra sempre, nem sentimentos que parecem ser. Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse. Todo mundo passa. E é bom que seja assim.
Por Ailin Aleixo