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Provérbios, PV, 24:23, Estes também são provérbios dos sábios. Parcialidade no julgamento não é bom.
Por Provérbios, Antigo TestamentoGênesis, GN, 10:20, São estes os filhos de Cam, segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.
Por Gênesis, Antigo TestamentoI Reis, 1RS, 3:5, Em Gibeão, o Senhor apareceu a Salomão de noite, em sonhos. E Deus lhe disse: - Peça o que você quer que eu lhe dê.
Por I Reis, Antigo Testamento"Nesta ausência que me excita,tenho-te, à minha vontade, numa vontade infinita... Distância, sejas bendita!Bendita sejas, saudade!" SAUDADE De quem é esta saudade que meus silêncios invade, que de tão longe me vem? De quem é esta saudade, de quem? Aquelas mãos só carícias, Aqueles olhos de apelo, aqueles lábios-desejo... E estes dedos engelhados, e este olhar de vã procura, e esta boca sem um beijo... De quem é esta saudade que sinto quando me vejo? (in Velha poesia, 1965) •ღ•‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗•ღ• FECUNDAÇÃO Teus olhos me olham longamente, imperiosamente... de dentro deles teu amor me espia. Teus olhos me olham numa tortura de alma que quer ser corpo, de criação que anseia ser criatura Tua mão contém a minha de momento a momento: é uma ave aflita meu pensamento na tua mão. Nada me dizes, porém entra-me a carne a pesuasão de que teus dedos criam raízes na minha mão. Teu olhar abre os braços, de longe, à forma inquieta de meu ser; abre os braços e enlaça-me toda a alma. Tem teu mórbido olhar penetrações supremas e sinto, por senti-lo, tal prazer, há nos meus poros tal palpitação, que me vem a ilusão de que se vai abrir todo meu corpo em poemas. (in Sublimação, 1928) •ღ•‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗•ღ• ESBOÇO Teus lábios inquietos pelo meu corpo acendiam astros... E no corpo da mata os pirilampos de quando em quando, insinuavam fosforecentes carícias... E o corpo do silêncio estremecia, chocalhava, com os guizos do cri-cri osculante dos grilos que imitavam a música de tua boca... E no corpo da noite as estrelas cantavam com a voz trêmula e rútila de teus beijos... (in Sublimação, 1928) •ღ•‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗•ღ• REFLEXÃO Há certas almas como as borboletas, cuja fragilidade de asas não resiste ao mais leve contato, que deixam ficar pedaços pelos dedos que as tocam. Em seu vôo de ideal, deslumbram olhos, atraem as vistas: perseguem-nas, alcançam-nas, detem-nas, mas, quase sempre, por saciedade ou piedade, libertam-nas outra vez. Ela, porém, não voam como dantes, ficam vazias de si mesmas, cheias de desalento... Almas e borboletas, não fosse a tentação das cousas rasas; - o amor de néctar, - o néctar do amor, e pairaríamos nos cimos seduzindo do alto, admirando de longe!... (in Sublimação, 1928) •ღ•‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗•ღ• O RETRATO FIEL Não creias nos meus retratos, nenhum deles me revela, ai, não me julgues assim! Minha cara verdadeira fugiu às penas do corpo, ficou isenta da vida. Toda minha faceirice e minha vaidade toda estão na sonora face; naquela que não foi vista e que paira, levitando, em meio a um mundo de cegos. Os meus retratos são vários e neles não terás nunca o meu rosto de poesia. Não olhes os meus retratos, nem me suponhas em mim.
Por Gilka MachadoColossenses, CL, 2:7, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças.
Por Colossenses, Novo TestamentoNem tudo o que reluz é ouro, Nem todos os que vagueiam estão perdidos; O velho que é forte não murcha, Raízes profundas não são atingidas pela geada. Das cinzas um fogo deve ser acordado, Uma luz das sombras brotará; Renovada será a lâmina que estava quebrada, O sem coroa novamente será rei.
Por J.R.R. TolkienLevítico, LV, 23:32, Será um sábado de descanso solene para vocês e vocês se humilharão; da tarde do dia nove desse mês até a tarde do dia seguinte vocês celebrarão esse sábado. A Festa dos Tabernáculos
Por Levítico, Antigo TestamentoAlma Corsária De tanto sono me baixa uma lucidez estranha em que a amendoeira pousa, luminosa, rara, sob o fundo escuro da noite meio baça (cilíndrica, roliça, bizarra) seu vulto verde acocorado sobre a água da piscina que não tem um pensamento. Eu sinto inveja dessas águas anuladas tão plácidas, idênticas ao próprio contorno enquanto eu mesma nem sei onde começo, quando acabo e sofro o assédio de tudo o que me toca. O mundo ora me engole, ora me vara e tudo o que aproxima me desterra. Chorei, ao ver no chão da cela, o botão arrancado na contenda, os óculos pisados do escritor judeu. Tenho um coração que estala com o peteleco das palavras de Clarice. Numa vila miserável na Bahia, um negro lindo, lindo, dança ao som do corisco – e só me apaixono por casos perdidos, homens com um quê de irremediável. Mais de uma vez, imóvel, circunspecta, vi abrir-se a máquina do mundo sob a luz inclinada de Ipanema, na Serra da Bocaina, no meio da floresta, no alto da escada no topo do morro por onde a moça seqüestrada vinha subindo debaixo das lágrimas do pai. Mais de uma vez meu coração trincou feito vidro diante da página impressa, e sempre que a palavra justa vem tirar seu mel de dentro da copa do desespero de amor. Acredito, do fundo das minhas células, que uma amizade sincera “é o único modo de sair da solidão que um espírito tem no corpo”. Sim, eu acredito no corpo. Por tudo isso é que eu me perco em coisas que, nos outros, são migalhas. Por isso navego, sóbria, de olho seco, as madrugadas. Por isso ando pisando em brasas até sobre as folhas de relva, na trilha mais incerta e mais sozinha. Mas se me perguntarem o que é um poeta (Eu daria tudo o que era meu por nada), eu digo. O poeta é uma deformidade.
Por Claudia Roquette-Pinto