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Tens uma face doce e tranqüila talvez por isso às vezes penso que te conheço desde sempre que posso dialogar contigo, estando sentado encostado no tronco liso do castanheiro a refugiar-me dos ruídos e do sol. Aqui havia um poço faz tempo no centro do terreno num caminhão vermelho carregavam a uva. Tens uma face doce e tranqüila que se reconstrói por si só quando me assalta a vontade de raspá-la de vez dos muros arcaicos da mente
Por Alessio BrandoliniFalhamos ao traduzir exatamente o que se sente na nossa alma: o pensamento continua a não poder medir-se com a linguagem.
Por Henri Bergson"Pra quem tem fé, a vida nunca tem fim." Eu falo sobre a vida para mim mesma, E sempre que tenho, sequer um segundo para não pensar em nada, Me questiono: o que é a vida? O que é estar vivo? E qual o sentido disso tudo? Por que tem fim? Falo de vida, de como vale a pena viver pelas coisas boas, Mesmo elas sendo pequenas e mínimas. Tudo pode estar horrível agora, mas, como eu, Prometa sobreviver e viver pelos detalhes que fazem você feliz. Viva pelas músicas que te dão prazer ao ouvir, Viva pela companhia de alguém que você gosta, Viva pelo hobby que te faz feliz, Viva pelas sensações. E sim, vale a pena, eles vivem por você, viva por eles também. O que seria das músicas se você não existisse para sentir prazer em ouvi-las? O que seria daquele pobre ser, sem você para desfrutar de sua companhia? O que seria dos seus hobbies, sem você para executá-los e chamá-los de "meus"? O que seria dos sentimentos, sem você para senti-los? Viver vale a pena sim, a vida é bonita sim, é cor de rosa sim! Você enxerga a vida do jeito que quiser. E essa é a graça, você tem todo controle. Sinta, respire, ouça, olhe, VIVA! Quando menos esperar, você vai perceber que já está de luto pelo fim, e não mais desejando antecipá-lo. "Pra quem tem fé, a vida nunca tem fim."
Por anandayasminTente passar pelo que estou passando Tente apagar este teu novo engano Tente me amar pois estou te amando Baby te amo, nem sei se te amo
Por Gal CostaA gente não tem como saber se vai dar certo. Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato -- pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente -- você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto –, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas. Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar – você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas -- mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz. Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não? Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte -- quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo -- o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão --, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.
Por Antonio Prata