Marciel Muniz dos Santos

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

Juízes, Antigo Testamento, JZ, 7:23

Juízes, JZ, 7:23, Então os homens de Israel, de Naftali, de Aser e de todo o Manassés foram convocados e perseguiram os midianitas.

⁠Quando é bom, não tem melhor.

Romanos, Novo Testamento, RM, 14:18

Romanos, RM, 14:18, Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelas pessoas.

Hoje seu retrato só me mostra o que eu quero esquecer

⁠Você nem sabe que eu tô Você nem sabe quem sou Regardez-moi, je suis bleu Je suis complètement bleu Olha não vá por favor Se esquecer do meu amor

Aqui não é Hollywood, mais a cena nós já roubou !

Nota: A crônica costuma ser erroneamente atribuída ao poeta Manoel de Barros.

⁠A SEMENTE Certa vez, quando eu passava por um momento muito difícil, sonhei que seria operado do coração. Angustiado, eu pensava que não sobreviveria à operação. Não sei como fui parar ali, por quais caminhos andei ou fui levado. Sabia apenas que haveria uma operação e eu era o paciente a ser operado. De repente, adentra a sala de cirurgia o cirurgião. Ao vê-lo, meu medo desaparece, cheguei até a sorrir... Pois o médico que me operaria era nada mais nada menos do que o poeta Fernando Pessoa! No princípio, achei estranho. Mas depois entendi que fazia sentido ser um poeta o cirurgião de um coração angustiado. Sem demora, o cirurgião-poeta abriu meu peito, mas não com bisturi: não sangrou, nem houve dor. Ele enfiou uma das mãos, porém não foi suficiente. Somente as duas mãos do poeta conseguiram tirar meu coração do peito. "Seu coração está pesado como um paralelepípedo! Preciso extrair o que lhe pesa", diagnosticou o cirurgião-poeta. “O que lhe pesa não é coisa física, o que lhe pesa é a mágoa com o passado, a decepção com o presente, o medo do futuro e a descrença nos homens”, disse-me ele enquanto extraía tudo isso. Quando olhei para a mão do poeta, meu coração estava minúsculo, parecendo uma semente salva de um fruto que perecia. Indaguei: “poeta, com esse coração pequenino como vou sobreviver!?” O cirurgião-poeta então respondeu, terminando sua arte, sua “clínica”: “Ele está assim pequeno porque deixei apenas o coração da criança.” Após ouvir isso despertei, e não apenas daquele sonho. Ainda deitado, olhei para a janela: já amanhecia. Queria registrar o sonho e me virei para procurar caneta e papel. Então, algo que estava sobre meu peito caiu ao meu lado na cama, era um livro que adormeci lendo: “O Eu Profundo e os outros Eus”, de Fernando Pessoa. "As terapias verbais me terapeutam." (Manoel de Barros)

Nunca poderemos revogar as decisões que tomamos, mas podemos escolher decisões diferentes e acertadas no futuro, pois somos os primeiros a ter a obrigação de acreditar em nossos sonhos, por maior que seja a impossibilidade de realiza-los. Existe um tempo certo pra cada coisa, o seu chegará trazendo o seu presente ornamentado no mais lindo e reluzente embrulho. Acreditar nisso é o que fará real. Acreditar nos coloca no pódio. Acreditar nos põe a medalha no peito. Acreditar nos traz o grande amor. Acreditar nos tira a dor. Acreditar transforma. Acreditar é a chave que abre a porta do impossível. Acredite!

Estou tão deprimido que vesti a mesma roupa duas vezes essa semana.