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Autobiografia EITO que ressoa no meu sangue sangue do meu bisavô pinga de tua foice foice da tua violação ainda corta o grito de minha avó LEITO de sangue negro emudecido no espanto clamor de tragédia não esquecida crime não punido nem perdoado queimam minhas entranhas PEITO pesado ao peso da madrugada de chumbo orvalho de fel amargo orvalhando os passos de minha mãe na oferta compulsória do seu peito PLEITO perdido nos desvãos de um mundo estrangeiro libra… escudo… dólar… mil-réis Franca adormecida às serenatas de meu pai sob cujo céu minha esperança teceu minha adolescência feneceu e minha revolta cresceu CONCEITO amadurecido e assumido emancipado coração ao vento não é o mesmo crescer lento que ascende das raízes ao fruto violento PRECONCEITO esmagado no feito destruído no conceito eito ardente desfeito ao leite do amor perfeito sem pleito eleito ao peito da teimosa esperança em que me deito
Por Abdias do Nascimento"Só qualificamos como loucos os que são incapazes de disciplinar seus sentimentos o suficiente para permitir à inteligência submeter-se às leis da razão. [...]Por leviandade ou por fraqueza poucos homens são realmente capazes dessa disciplina. A maior parte se deixa levar pelos impulsos do sentimento: são os desequilibrados, os incoerentes, os fracos, os instáveis que, segundo certos alienistas, representam parte considerável da humanidade!"
Por Jules PayotEm consonância com essa estranha contradição humana, muitos livros serviram para espalhar torrentes de palavras de sabedoria sobre amor, bondade e compaixão por todo o mundo.
Por Irene VallejoO homem, bicho da Terra tão pequeno chateia-se na Terra lugar de muita miséria e pouca diversão, faz um foguete, uma cápsula, um módulo toca para a Lua desce cauteloso na Lua pisa na Lua planta bandeirola na Lua experimenta a Lua coloniza a Lua civiliza a Lua humaniza a Lua. Lua humanizada: tão igual à Terra. O homem chateia-se na Lua. Vamos para Marte — ordena a suas máquinas. Elas obedecem, o homem desce em Marte pisa em Marte experimenta coloniza civiliza humaniza Marte com engenho e arte. Marte humanizado, que lugar quadrado. Vamos a outra parte? Claro — diz o engenho sofisticado e dócil. Vamos a Vênus. O homem põe o pé em Vênus, vê o visto — é isto? idem idem idem. O homem funde a cuca se não for a Júpiter proclamar justiça junto com injustiça repetir a fossa repetir o inquieto repetitório. Outros planetas restam para outras colônias. O espaço todo vira Terra-a-terra. O homem chega ao Sol ou dá uma volta só para tever? Não-vê que ele inventa roupa insiderável de viver no Sol. Põe o pé e: mas que chato é o Sol, falso touro espanhol domado. Restam outros sistemas fora do solar a col- onizar. Ao acabarem todos só resta ao homem (estará equipado?) a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração experimentar colonizar civilizar humanizar o homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver.
Por Carlos Drummond de AndradeLembra Dos sonhos tão calados E os choros abafados no jardim Se lembra Lembra, amor Que um dia te falei Sorrisos vêm e vão Mas nunca hão de ficar Parece que o dia vai chegar E você vai voar Prum peito, um coração Tão longe de mim
Por João CapdevilleVocê não pode parar de lutar para brincar. Depois de perder essa vontade, você começará a perder sua vantagem.
Por ChihayafuruJó, JÓ, 41:31, Leva as profundezas a ferver como panela; torna o mar como caldeira de unguento.
Por Jó, Antigo TestamentoAs mais belas qualidades tornam-se inúteis, quando a força do caráter não as sustenta.
Por Theophile Gautier