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Ainda me lembro do dia em que dissemos: seremos felizes até que a poesia nos repare. Primeiro, você riu, eu gargalhei e nós casamos. Depois, eu li, você ouviu e, nus, transamos. Por fim, eu lembrei, você se esqueceu e nós cansamos. Hoje, ainda que me falte você, nunca me faltará poesia. Um poema é o próprio abandono descrito em versos, diversas vezes. É o poeta em estado onírico implorando em rimas, alexandrinos, decassílabos decadentes: “Volta para mim, palavra bonita. Volta!”. Seu mundo sempre foi confuso, uma mistura moderna de Garcia Márquez com qualquer pintura de Velásquez. Você só parece amar quem pisoteia nos seus sonhos, quem tapa os seus sorrisos com lágrimas, quem lhe abandona sem roupa, sem mundo, sem beijo. Veja só: As Meninas na corte do rei parecem cortejar o seu coração. Corta a cena: seu azar foi ter vivido Cem anos de Solidão em uma única relação. Talvez por isso nada lhe emocione mais: nem o piano que toca algumas notas de jazz, nem o coração em guerra que, no peito, hasteia uma bandeira de paz. Talvez por isso nada lhe interesse mais: nem as cartas nem as caras de amor. Todas elas são ridículas, já dizia o poeta, todas elas são partículas de sentimento que não insiste mais… Contudo ainda me pego algumas vezes tateando uma sombra incompreensível que fala e que fuma e que finge estar viva. Só finge! Uma sombra precisa de luz para ser viva. Um amor precisa de vida para reluzir. Eu preciso de ambos para existir.
Por Eu me chamo AntônioNão se trata de saudade de alguma coisa que acabou ou pessoa que morreu. É saudade do que está aí vivo, solto e nunca deixou de existir. Se não temos acesso a isso, é por falta de uma batalha maior.
Por Elis ReginaII Reis, 2RS, 12:19, Quanto aos demais atos de Joás e a tudo o que fez, não está tudo escrito no Livro da História dos Reis de Judá?
Por II Reis, Antigo TestamentoComo a vida muda. Como a vida é muda. Como a vida é nula. Como a vida é nada. Como a vida é tudo. Tudo que se perde mesmo sem ter ganho. Como a vida é senha de outra vida nova que envelhece antes de romper o novo. Como a vida é outra sempre outra, outra não a que é vivida. Como a vida é vida ainda quando morte esculpida em vida. Como a vida é forte em suas algemas. Como dói a vida quando tira a veste de prata celeste. Como a vida é isto misturado àquilo. Como a vida é bela sendo uma pantera de garra quebrada. Como a vida é louca estúpida, mouca e no entanto chama a torrar-se em chama. Como a vida chora de saber que é vida e nunca nunca nunca leva a sério o homem, esse lobisomem. Como a vida ri a cada manhã de seu próprio absurdo e a cada momento dá de novo a todos uma prenda estranha. Como a vida joga de paz e de guerra povoando a terra de leis e fantasmas. Como a vida toca seu gasto realejo fazendo da valsa um puro Vivaldi. Como a vida vale mais que a própria vida sempre renascida em flor e formiga em seixo rolado peito desolado coração amante. E como se salva a uma só palavra escrita no sangue desde o nascimento: amor, vidamor!
Por Carlos Drummond de AndradeA vida é a variedade. Assim como o paladar pede sabores diversos, assim a alma exige novas impressões.
Por Coelho NetoRomanos, RM, 4:17, como está escrito: ´Eu o constituí por pai de muitas nações` - diante daquele em quem Abraão creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.
Por Romanos, Novo TestamentoI Crônicas, 1CR, 6:4, Eleazar gerou Fineias, e Fineias gerou Abisua;
Por I Crônicas, Antigo Testamento