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I pesa o decreto atroz, o fim certeiro. pesa a sentença igual do juiz iníquo. pesa como bigorna em minhas costas: um homem foi hoje absolvido. se a justiça é cega, só o xampu é neutro: quão pouca diferença na inocência do homem e das hienas. deixem-me em paz! antes encham-me de vinho a taça, qu'inda que bem ruim me deixe ébria, console-me a alcóolica amnésia e olvide o que de fato é tal sentença: a mulher é a culpada. II peso do fiel juiz igual sentença em cada pobre homem, que não há motivo para tanto. não fiz mal nenhum à mulher e foi grande meu espanto quando ela se ofendeu. exagerada, agora reclama, fez denúncia e drama, mas na hora nem se mexeu. culpa é dela: encheu à brava a garbosa cara. se a justiça é cega, só a topeira é sábia. celebro abonançado o evidente indulto pois sou apenas homem, não um monstro! leixai à mulher o trauma.
Por Adelaide IvánovaSempre duvidei que não possuísse o dom da loucura, mas hoje sei que sou abençoado.
Por Wesley D'AmicoA representatividade é importante, porque não basta ser mulher e mulher negra, mas tem que estar comprometida com as questões, e eu estou. Comprometida com as pautas feministas, com a questão racial, com a agenda dos direitos humanos no Brasil.
Por Djamila RibeiroDia que vais escoando como os rios e empalideces rostos e cabelos, traze a palavra para a incerteza dos que vagueiam à deriva; Ó dia correndo e findando, some-te lá no cimo da fraga mas deixa que no teu rasto fique o sangue anunciando a esperança noutro dia. Sê como a onda que morre para outra começar.
Por Fernando NamoraAcordei com o seu gosto E a lembrança do seu rosto Porque você se fez tão linda Mas agora você vai embora Quanto tempo será que demora Um mês pra passar A vida inteira de um inseto Um embrião pra virar feto A folha do calendário O trabalho pra ganhar um salário Mas daqui a um mês quando você voltar A lua vai estar cheia E no mesmo lugar Se eu pudesse escolher Outra forma de ser Eu seria você E a saudade em mim agora Quanto tempo será que demora Um mês pra passar Ser campeão da copa do mundo Um dia em Saturno Pra criança que não sabe contar vai levar um tempão Daqui a um mês quando você voltar A lua vai estar cheia E no mesmo lugar
Por Biquini CavadãoFRAQUEZA (soneto) Se de novo à minha porta bater a ilusão sorrateira, repetitiva, para o meu amor hei de dizer-lhe toda a minha decepção e o meu furor, como um gládio vingador Já não instiga o fascínio da imaginação cândida, pois outrora, sagaz foi a dor dilacerante, fatiando a minha emoção agora letarga, tal uma desfalecida flor Mas, ai! há sussurro leve pela janela d’alma, suspirando que nunca é tarde pávido, enfrento-a, isto tudo é balela! Oscilo... Vacilo... E sôfrego... perdido, afrouxo ao coração como um covarde. Pois amor pro amar nunca é esquecido. © Luciano Spagnol - poeta do cerrado 19 abril, 2025, 17’34” – Araguari, MG
Por poeta do cerrado - Luciano Spagnol