Veja outros textos inspiradores!

⁠O futuro é uma guerra que se ganha nas pequenas batalhas.

Por Alfredo Nugent Setubal

Isaías, IS, 28:20, Porque a cama será tão curta, que ninguém poderá se estender nela; e o cobertor será tão estreito, que ninguém poderá se cobrir com ele.

Por Isaías, Antigo Testamento

Perfeita combinação Menina dos fios dourados, Do sorriso e rosto perfeitos Meus olhos ficam apurados Enquanto viajo nos seus trejeitos Não há superlativo Nem sintético, nem analítico, Que expresse sua beleza, Até a rima perde sua destreza Minha mente, deveras otimista, Devaneia uma linda cor marrom Oriunda de nossa fusão.

Por Brunno Souza

I Reis, 1RS, 15:23, Quanto aos demais atos de Asa, a todo o seu poder, a tudo o que fez e às cidades que edificou, não está tudo escrito no Livro da História dos Reis de Judá? Porém, no tempo da sua velhice, foi atacado por uma doença nos pés.

Por I Reis, Antigo Testamento

⁠O dizido das horas no Sertão por Jessier Quirino Para o sertanejo antigo, O ponteirar do relógio, De hora em hora, a passar, Da escurecença da noite, À solnascença do dia, É dizido, ao jeito deles, No mais puro boquejar: Se diz até que os bichos, Galo, nambu, jumento, Sabe as hora anunciar! Uma hora da manhã, Primeiro canto do galo. Quando chega duas horas, Segundo galo, a cantar. Às três, se diz madrugada, Às quatro, madrugadinha, Ou o galo a miudar! Às cinco, é o cagar dos pintos, Ou, mesmo, o quebrar da barra. Quando é chegada seis horas, Se diz: o sol já de fora, Cor de Crush, foi-se embora… E tome o dia, a calorar! Sete horas da manhã É uma braça de sol. O sol alto é oito em ponto, O feijão tá quase pronto E já borbulha o mungunzá! Sendo verão, ou, se chove, Ponteiro bateu as nove… É hora de almoçar! Às dez é almoço tarde, Pra quem vem do labutar. Se o burro dá onze horas, Diz: quase mei dia em ponto! Às doze é o sol a pino, Ou o pino do meio dia. O suor desce de pia, Sertão quente, de torá! Daí pa frente, o dizido, Ao invés de treze horas, Se diz: o pender do sol. Viração da tarde é duas, Quando é três, é tarde cedo, Às quatro, é detardezinha, Hora branda, sem calor. O sol perde a cor de zinco Quando vai chegando às cinco, Roda do sol… a se por! Às seis é o por do sol, Ou hora da Ave Maria. Dezenove, ou sete horas, Se diz que é pelos cafús. Às oito, boca da noite, Lá pras nove, é noite tarde, Às dez, é a hora velha, Ou a hora da visage! É quando o povo vê alma, Nos escuros do lugar. É horona pirigosa, Fantasmenta e assustosa, Pro cabra se estupefar! Às onze, é o frião da noite, É Sertão velho, a gelar, Meia noite é meia noite E acabou-se o versejar. Mais um dia foi-se embora E, assim, é dizida as horas Neste velho linguajar!

Por Jessier Quirino

As ideias têm de funcionar pelos cérebros e braços de homens, senão não serão mais que sonhos.

Por Ralph Waldo Emerson

I Crônicas, 1CR, 2:24, Depois da morte de Hezrom, em Calebe-Efrata, Abia, mulher de Hezrom, lhe deu à luz Azur, pai de Tecoa.

Por I Crônicas, Antigo Testamento

I Reis, 1RS, 8:33, - Quando o teu povo de Israel, por ter pecado contra ti, for derrotado por um inimigo, e se converter a ti, confessar o teu nome, orar e suplicar a ti, neste templo,

Por I Reis, Antigo Testamento

O direito ao delírio O novo milênio já está nascendo. Não dá para levar o assunto muito a sério: afinal, é o ano 2001 para os cristãos, ano 1379 para os muçulmanos, 5114 para os maias e 5762 para os judeus. O novo milênio nasce em 1º de janeiro pela obra e graça de um capricho dos senadores do Império Romano, que certo dia decidiram quebrar a tradição que ordenava celebrar o ano novo no início da primavera. E a contagem dos anos da era cristã vem de outro capricho: certo dia, o Papa de Roma decidiu marcar uma data para o nascimento de Jesus, embora ninguém saiba quando Jesus nasceu. O tempo burla os limites que inventamos para acreditar que ele nos obedece; mas o mundo inteiro celebra e teme essa fronteira. Um convite ao voo Milênio vai, milênio vem, a ocasião é propícia para que os oradores de inflamado verbo discursem sobre os destinos da humanidade e para que os porta vozes da ira de Deus anunciem o fim do mundo e o aniquilamento geral, enquanto o tempo, de boca fechada, continua sua caminhada ao longo da eternidade e do mistério. Verdade seja dita, não há quem resista: numa data assim, por arbitrária que seja, qualquer um sente a tentação de perguntar-se como será o tempo que será. E vá-se lá saber como será. Temos uma única certeza: no século 21, se ainda estivermos aqui, todos nós seremos gente do século passado e , pior ainda, do milênio passado. Embora não possamos adivinhar o tempo que será, temos, sim, o direito de imaginar o que queremos que seja. Em 1948 e em 1976, as Nações Unidas proclamaram extensas listas de direitos humanos, mas a imensa maioria da humanidade só tem o direito de ver, ouvir e calar. Que tal começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar? Que tal delirarmos um pouquinho? Vamos fixar o olhar num ponto além da infâmia para adivinhar outro mundo possível: O ar estará mais limpo de todo o veneno que Não provenha dos medos humanos e das humanas paixões. Nas ruas, os carros serão esmagados pelos cães. As pessoas não serão dirigidas pelos carros Nem serão programadas pelo computador. Nem serão compradas pelos supermercados Nem serão assistidas pela TV, A TV deixará de ser o membro mais importante da família, Será tratada como um ferro de passar roupa Ou uma máquina de lavar. Será incorporado aos códigos penais O crime da estupidez para aqueles que a cometem Por viver só para ter o que ganhar Ao invés de viver simplesmente Como canta o pássaro em saber que canta E como brinca a criança sem saber que brinca. Em nenhum país serão presos os jovens Que se recusem ao serviço militar Senão aqueles que queiram servi-lo. Ninguém viverá para trabalhar. Mas todos trabalharemos para viver. Os economistas não chamarão mais De nível de vida o nível de consumo E nem chamarão a qualidade de vida A quantidade de coisas. Os cozinheiros não mais acreditarão que as lagostas gostam de ser fervidas vivas. Os historiadores não acreditarão que os países adoram ser invadidos. Os políticos não acreditarão que os pobres Se encantam em comer promessas. A solenidade deixará de acreditar que é uma virtude, E ninguém, ninguém levará a sério alguém que não seja capaz de rir de si mesmo. A morte e o dinheiro perderão seus mágicos poderes E nem por falecimento e nem por fortuna Se tornará o canalha em virtuoso cavalheiro. A comida não será uma mercadoria Nem a comunicação um negócio Porque a comida e a comunicação são direitos humanos. Ninguém morrerá de fome Porque ninguém morrerá de indigestão. As crianças de rua não serão tratadas como se fossem lixo Porque não existirão crianças de rua. As crianças ricas não serão como se fossem dinheiro Porque não haverá crianças ricas. A educação não será privilégio daqueles que podem pagá-la E a polícia não será a maldição daqueles que podem comprá-la A justiça e a liberdade, irmãs siamesas Condenadas a viver separadas Voltarão a juntar-se, bem agarradinhas, Costas com costas. Na Argentina, as loucas da Praça de Mayo Serão um exemplo de saúde mental Porque elas se negaram a esquecer Os tempos da amnésia obrigatória. A Santa Madre Igreja corrigirá Algumas erratas das Taboas de Moisés, E o sexto mandamento mandará festejar o corpo. A Igreja ditará outro mandamento que Deus havia esquecido: “Amarás a natureza, da qual fazes parte” Serão reflorestados os desertos do mundo E os desertos da alma Os desesperados serão esperados E os perdidos serão encontrados Porque eles são os que se desesperaram por muito esperar E eles se perderam por tanto buscar. Seremos compatriotas e contemporâneos De todos o que tenham A vontade de beleza e vontade de justiça Tenham nascido quando tenham nascido Tenham vivido onde tenham vivido Sem importarem nem um pouquinho As fronteiras do mapa e do tempo. Seremos imperfeitos Porque a perfeição continuará sendo o aborrecido privilégios dos deuses Mas neste mundo, trapalhão e fodido, Seremos capazes De viver cada dia como se fosse o primeiro E cada noite como se fosse a última.

Por Eduardo Galeano

Ter falta de amizades é muito mais consequência da secura de coração do que resultado de uma força de alma superior.

Por Henryk Sienkiewicz