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UMA NOITE ALTERNATIVA Sou balseiro mudo que fala chinês Você é protagonista pela primeira vez. Faço do meu suor o sumo de seu prazer Dentro de minha balsa quero lhe ter. Realizo o seu sonho da dança alternativa São seres da noite mudando a perspectiva; Solto suas algemas em seu habitat feroz O som da musica alucinante é tão veloz! Eu conduzo minha balsa na noite alucinante Vejo o másculo e a fêmea num casal dissonante; A luz estroboscópica turva a minha visão E você dançando até parece bolha de sabão. Nessa noite alternativa de tantos gatos pardos Os seus acompanhantes são todos felizardos. Encerramos a noite num caldinho sub-humano Nesta noite por um instante fui Deus se não me engano... André Zanarella 04-08-2012 http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4299425
Por André ZanarellaHebreus, HB, 7:20, E isto não se deu sem juramento. Porque os outros são feitos sacerdotes sem juramento,
Por Hebreus, Novo TestamentoPor tão pouco eu perdi você Não pensei na hora de fazer Eu tô quase desistindo Eu me sinto um menino Quando estou longe de você
Por Dadá BoladãoA vida é um caminho de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar a luz.
Por Henri BergsonEsdras, ED, 8:10, Dos filhos de Bani, Selomite, filho de Josifias, e, com ele, cento e sessenta homens.
Por Esdras, Antigo TestamentoA SEMENTE Certa vez, quando eu passava por um momento muito difícil, sonhei que seria operado do coração. Angustiado, eu pensava que não sobreviveria à operação. Não sei como fui parar ali, por quais caminhos andei ou fui levado. Sabia apenas que haveria uma operação e eu era o paciente a ser operado. De repente, adentra a sala de cirurgia o cirurgião. Ao vê-lo, meu medo desaparece, cheguei até a sorrir... Pois o médico que me operaria era nada mais nada menos do que o poeta Fernando Pessoa! No princípio, achei estranho. Mas depois entendi que fazia sentido ser um poeta o cirurgião de um coração angustiado. Sem demora, o cirurgião-poeta abriu meu peito, mas não com bisturi: não sangrou, nem houve dor. Ele enfiou uma das mãos, porém não foi suficiente. Somente as duas mãos do poeta conseguiram tirar meu coração do peito. "Seu coração está pesado como um paralelepípedo! Preciso extrair o que lhe pesa", diagnosticou o cirurgião-poeta. “O que lhe pesa não é coisa física, o que lhe pesa é a mágoa com o passado, a decepção com o presente, o medo do futuro e a descrença nos homens”, disse-me ele enquanto extraía tudo isso. Quando olhei para a mão do poeta, meu coração estava minúsculo, parecendo uma semente salva de um fruto que perecia. Indaguei: “poeta, com esse coração pequenino como vou sobreviver!?” O cirurgião-poeta então respondeu, terminando sua arte, sua “clínica”: “Ele está assim pequeno porque deixei apenas o coração da criança.” Após ouvir isso despertei, e não apenas daquele sonho. Ainda deitado, olhei para a janela: já amanhecia. Queria registrar o sonho e me virei para procurar caneta e papel. Então, algo que estava sobre meu peito caiu ao meu lado na cama, era um livro que adormeci lendo: “O Eu Profundo e os outros Eus”, de Fernando Pessoa. "As terapias verbais me terapeutam." (Manoel de Barros)
Por Elton Luiz Leite de Souza