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na rua deserta brincadeira de roda vento se sujando de terra

Por Alonso Alvarez

Barrow-on-Furness I Sou vil, sou reles, como toda a gente Não tenho ideais, mas não os tem ninguém. Quem diz que os tem é como eu, mas mente. Quem diz que busca é porque não os tem. É com a imaginação que eu amo o bem. Meu baixo ser porém não mo consente. Passo, fantasma do meu ser presente, Ébrio, por intervalos, de um Além. Como todos não creio no que creio. Talvez possa morrer por esse ideal. Mas, enquanto não morro, falo c leio. Justificar-me? Sou quem todos são... Modificar-me? Para meu igual?... — Acaba lá com isso, ó coração! II Deuses, forças, almas de ciência ou fé, Eh! Tanta explicação que nada explica! Estou sentado no cais, numa barrica, E não compreendo mais do que de pé. Por que o havia de compreender? Pois sim, mas também por que o não havia? Águia do rio, correndo suja e fria, Eu passo como tu, sem mais valer... Ó universo, novelo emaranhado, Que paciência de dedos de quem pensa Em outras cousa te põe separado? Deixa de ser novelo o que nos fica... A que brincar? Ao amor?, à indif'rença? Por mim, só me levanto da barrica. III Corre, raio de rio, e leva ao mar A minha indiferença subjetiva! Qual "leva ao mar"! Tua presença esquiva Que tem comigo e com o meu pensar? Lesma de sorte! Vivo a cavalgar A sombra de um jumento. A vida viva Vive a dar nomes ao que não se ativa, Morre a pôr etiquetas ao grande ar... Escancarado Furness, mais três dias Te, aturarei, pobre engenheiro preso A sucessibilíssimas vistorias... Depois, ir-me-ei embora, eu e o desprezo (E tu irás do mesmo modo que ias), Qualquer, na gare, de cigarro aceso... IV Conclusão a sucata! ... Fiz o cálculo, Saiu-me certo, fui elogiado... Meu coração é um enorme estrado Onde se expõe um pequeno animálculo A microscópio de desilusões Findei, prolixo nas minúcias fúteis... Minhas conclusões Dráticas, inúteis... Minhas conclusões teóricas, confusões... Que teorias há para quem sente o cérebro quebrar-se, como um dente Dum pente de mendigo que emigrou? Fecho o caderno dos apontamentos E faço riscos moles e cinzentos Nas costas do envelope do que sou ... V Há quanto tempo, Portugal, há quanto Vivemos separados! Ah, mas a alma, Esta alma incerta, nunca forte ou calma, Não se distrai de ti, nem bem nem tanto. Sonho, histérico oculto, um vão recanto... O rio Furness, que é o que aqui banha, Só ironicamente me acompanha, Que estou parado e ele correndo tanto ... Tanto? Sim, tanto relativamente... Arre, acabemos com as distinções, As subtilezas, o interstício, o entre, A metafísica das sensações — Acabemos com isto e tudo mais ... Ah, que ânsia humana de ser rio ou cais!

Por Álvaro de Campos

Grande é aquele que deseja instruir-se;maior o que se instrui;porém muito maior, o que oferece os seus conhecimentos aos demais.

Por Henrique Jose de Souza

⁠Você não pode usar uma coroa de cabeça baixa. Não posso acreditar em Deus e ser filho dEle e não me enxergar como um deus.

Por Black Is King

⁠A alegria descomplicada de conhecer um novo dia sem passado, sem planos e sem ninguém no mundo saber onde estou só pode ser comparada a acordar na manhã de Natal quando era criança. É o mais perto que cheguei de entender a palavra "liberdade".

Por Andrew McCarthy

Cidade A cidade é um chão de palavras pisadas a palavra criança a palavra segredo. A cidade é um céu de palavras paradas a palavra distância e a palavra medo. A cidade é um saco um pulmão que respira pela palavra água pela palavra brisa A cidade é um poro um corpo que transpira pela palavra sangue pela palavra ira. A cidade tem praças de palavras abertas como estátuas mandadas apear. A cidade tem ruas de palavras desertas como jardins mandados arrancar. A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá. Não há céu de palavras que a cidade não cubra não há rua de sons que a palavra não corra à procura da sombra de uma luz que não há.

Por José Carlos Ary dos Santos

Tranquilidade Comece o dia na luz da oração. O amor de Deus nunca falha. Aceite qualquer dificuldade sem discutir. Hoje é o tempo de fazer o melhor. Trabalhe com alegria. O preguiçoso, ainda mesmo quando se mostre num pedestal de ouro maciço, é um cadáver que pensa. Faça o bem quanto possa. Cada criatura transita entre as próprias criações. Valorize os minutos. Tudo volta, com exceção da hora perdida. Aprenda a obedecer no culto das próprias obrigações. Se você não acredita na disciplina, observe um carro sem freio. Estime a simplicidade. O luxo é o mausoléu dos que se avizinham da morte. Perdoe sem condições. Irritar-se é o melhor processo de perder. Use a gentileza, mas, de modo especial, dentro da sua própria casa. Experimente atender aos familiares como você trata as visitas. Em favor de sua paz, conserve a fidelidade a si mesmo. Lembre-se que no dia do Calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos crucificadores, mas o Cristo, solitário e vencido, era a causa de Deus.

Por André Luiz

A mente jungida aos sentidos vê romper-se o seu leme da sabedoria, tal qual uma nau na tormenta deriva para o naufrágio e morte.

Por Textos Hindus

O amor faz você querer ser um homem melhor. Mas talvez amor, amor de verdade, também lhe dê permissão para ser apenas o homem que é.

Por Gillian Flynn

Ezequiel, EZ, 37:21, Então diga-lhes: Assim diz o Senhor Deus: ´Eis que eu tirarei os filhos de Israel do meio das nações para onde eles foram, e os congregarei de todos os lugares ao redor, e os levarei para a sua própria terra.

Por Ezequiel, Antigo Testamento