Parada de ônibus Sentada na parada... Não espero nada, a não ser o tempo passar e as lágrimas secarem. O tráfego passa... Será que não vê que ele foge de você? Apenas penso... Matemática pura: não há encontro sem procura. Ônibus, carros, tudo passa... Mas não vejo mais nada. Só o brilho dos seus olhos e o seu sorriso. A parada se enche e esvazia. Uma multidão de estranhos. Aos poucos, todos se vão — mas eu, não. A saudade chega, de novo, com força, atormentando o coração. Agora tenho que ir... O transporte se aproxima, mas uma lágrima insiste. Vou no próximo. Desisti. Um sol gostoso beija meu rosto, o vento brinca nos cabelos... Mais um coletivo passa. Finjo que não vejo. A parada guarda meus segredos: as horas passadas, o rosto molhado, o desespero contido. Agora, sim, tenho que ir... Me olho no espelho, vejo se tudo está "ok", se os olhos seguem vermelhos. Alheia... procurando, esperando o que o coração tanto anseia. A parada é fria e solitária — ou sou eu? O ônibus chega. Entro. E vou. Edineurai SaMarSi
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