Frases e palavras de impacto de António Botto!

Se me deixares, eu digo O contrario a toda a gente; E, n'este mundo de enganos, Falla verdade quem mente. Tu dizes que a minha boca Já não acorda desejos, Já não aquece outra boca, Já não merece os teus beijos; Mas, tem cuidado commigo, Não procures ser ausente: - Se me deixares, eu digo O contrario a toda a gente.

Por António Botto

Amor Ausente Envolve-me amorosamente Na cadeia de teus braços Como naquela tardinha... Não tardes, amor ausente; Tem pena da minha mágoa, Vida minha! Vai a penumbra desabrochando Na alcova Aonde estou aguardando A tua vinda... Não tardes, amor ausente! Anoitece. O dia finda... E as rosas desfalecendo Vão caindo e murmurando: – Queremos que Ele nos pise! Mas, quando vem Ele, quando?...

Por António Botto

Já na minha alma se apagam As alegrias que eu tive; Só quem ama tem tristezas, Mas quem não ama não vive

Por António Botto

De Saudades vou morrendo E na morte vou pensando: Meu amor, por que partiste, Sem me dizer até quando?

Por António Botto

Quanto, quanto me queres? — perguntaste Numa voz de lamento diluída; E quando nos meus olhos demoraste A luz dos teus senti a luz da vida. Nas tuas mãos as minhas apertaste; Lá fora da luz do Sol já combalida Era um sorriso aberto num contraste Com a sombra da posse proibida... Beijámo-nos, então, a latejar No infinito e pálido vaivém Dos corpos que se entregam sem pensar... Não perguntes, não sei — não sei dizer: Um grande amor só se avalia bem Depois de se perder.

Por António Botto

Quanto, quanto me queres?- perguntaste olhando para mim mas distraida; E quando nos meus olhos te encontraste, Eu vi nos teus a luz da minha vida. Nas tuas mãos, as minhas apertaste. Olhando para mim como vencida. "quanto, quanto"- de novo murmuraste E a tua boca deu-se-me rendida! Os nossos beijos longos e ansiosos, Trocavam-se frementes!-Ah! ninguém Sabe beijar melhor que os amorosos! Quanto te quero?! = Eu posso lá dizer!... -Um grande amor só se avalia bem Depois de se perder.

Por António Botto

A minha dor é um leão Que lentamente mordendo Me devora o coração.

Por António Botto